Calma, que dia da semana é hoje???? Por que essa semana teve 5 sábados e 2 domingos??? Eu estou muito confusa. (E isso faria mais sentido se eu postasse mais cedo, mas hoje foi um dia confuso). Bem-vindos a outro post que segue o estilo dos posts dos primeiros Diários de Bordo, uma narração completa de como foi meu Natal, que em poucas palavras foi uma montanha russa de sentimentos. Eu acho que esse post não vai ficar do jeito que eu queria que ele ficasse inicialmente, porque eu cometi o erro de não ir escrevendo conforme as coisas iam acontecendo. Lembram da segunda parte do Diário de Bordo 4, que acabou sendo influenciada pelo fato de eu já ter visto a entrevista e ter me decepcionado com ela? Foi mais ou menos isso. Mas vamos começar do início.

Não sei como eu me sinto sobre esse gif. Ou de onde ele é.
Eu coloquei o celular para despertar às 9h do dia 24 ao som de Boy do Ra Ra Riot, para acordar animada, mas juro pra vocês que depois disso minha cama nunca esteve tão confortável, então eu fiquei uma hora apertando o soneca. Finalmente levantei lá pras 10h, comi um pedacinho de panetone (eu passei uns 6 dias comendo esse mesmo panetone de café da manhã, até que hoje FINALMENTE acabou) porque o plano era comer algumas rabanadas no café (eu precisava saber se minha obra de arte tinha ficado boa né?) e fui preparar as rabanadas. Na receita que eu meio que improvisei, meio que achei na internet, eu misturei 3/4 de caixa de leite e 3/4 de leite condensado (tem que misturar até o leite condensado soltar do fundo, ou não fica doce o suficiente), bati 9 ovos e cortei 13 pães franceses dormidos em rodelas. Mergulhando o pão no leite e então nos ovos, fritei tudo no óleo bem quente. Coloquei todas em um prato com papel toalha, para escorrer o óleo e deixei descansar por quase uma hora, enquanto eu almoçava (passei tanto tempo fritando rabanada que a gordura toda acabou com minha vontade de comer rabanada), depois passei tudo em uma mistura de açúcar e canela. Esse foi o resultado final:

Agora deu vontade, mas eu não quero voltar a mexer com óleo tão cedo.
O DRAMA.
Quando eu finalmente deixei tudo pronto, eu fui terminar o livro que estava lendo, porque tenho um cronograma até o fim do ano (no post da Retrospectiva eu explico qual e porquê). Depois de terminar Aristóteles e Dante Descobrem os Segredos do Universo, eram 16h15, mas mesmo a festa sendo 20h, eu fui lavar o cabelo e começar a me arrumar. Porque é claro, a melhor parte de se arrumar para o Natal são aquelas 3 horas que eu passo fazendo nada, só de roupão, esperando o cabelo secar e eu começar a me vestir. Natal geralmente é a única ocasião do ano em que eu uso maquiagem (leia-se lápis de olho) sem ninguém me obrigar a isso, mas aparentemente lápis de olho tem menos de 3 anos de validade e o que eu ganhei no meu aniversário de 15 anos está péssimo, então não precisei nem me maquiar. Eu tinha decidido ir de rosa para a festa haviam semanas, mas no meio da arrumação decidi ir de preto preto e fui com um look bem gótico, indie, hipster, contemporâneo (igual minha agenda 2016).
Apesar de ter saído de casa bem depois do horário marcado, nós ainda fomos os primeiros a chegar na festa e até os donos da casa ainda estavam se arrumando. Estava tudo bem fofinho, em tons de verde, mas eu nem pensei em tirar fotos. Um pouco depois todo mundo foi chegando e até gente que eu pensei que não fosse, apareceu. Eu tava feliz que nem criança, porque estava dando tudo certo. A tia que eu sou mais próxima (ela é esposa do irmão da minha mãe, então tia direta) me levou um babydoll de presente e eu brinquei que era tradição ganhar isso nas festas da família, porque foi o que eu ganhei no último Natal que eu passei aqui (ignorem o quanto esse post era ridículo e foquem no fato de que eu só tinha 13 anos). Quando todo mundo, de todos os núcleos familiares apareceu, nós fomos comer. (Sim, normalmente esperam até depois da meia noite, mas reclamaram disso [não, não as crianças, foram os adultos que reclamaram] e no fim concordamos em jantar antes das brincadeiras e bem antes da meia noite).
Aí veio a decepção: nada de uva passa. Minha revolta por isso merece um parágrafo, porque que tipo de ceia de Natal não tem uva passa? Eu sei que rola um boato de que ninguém gosta de uva passa, mas eu gosto de uva passa e eu espero um ano inteiro para comer uva passa no arroz, na farofa, no salpicão, no sorvete, em tudo! E não tinha uva passa em nada! Eu me senti traída pelos meus próprios parentes. Foi horrível. Quer dizer, a comida tava ótima, eu consegui pegar metade da pele do peru (Isso não é saudável, mas é gostoso) e repeti tudo, mas a comida seria melhor ainda se tivesse uva passa né? Vou ter que passar 2016 inteiro comendo uva passa para compensar essa perda.
Todo mundo que comeu elogiou a rabanada e eu fiquei toda feliz, porque foi meio que um desafio para mim. Não só foi algo que eu cozinhei, mas pelo primeiro Natal, eu fiquei responsável por algo na ceia, o que dá certa sensação de independência, como se eu finalmente estivesse entrando na área dos adultos da família. Claro que não é verdade, eu ainda sou criança para todo mundo, mas eu me senti assim e se sentir assim é legal. Eu disse no Twitter que não é normal minhas tias me perguntarem dos namoradinhos, porque elas sabem que se eu tivesse namorando a cidade inteira já saberia (fofoca corre que não é pouco) e que eu não ligo de perguntarem da faculdade porque qualquer brecha que me deem eu já começo a falar mal da minha universidade, mas uma pergunta que sempre me fazem é "E o livro?". E eu realmente fui chamada para perguntarem sobre o livro e nem fiquei surpresa pelo fato de que todo mundo para de perguntar quando eu digo que meus primeiros livros são "fantasia". Não faço ideia do que os adultos acham que "livro de fantasia" significa, mas é o que eu digo quando eu não quero falar sobre Mais Uma Vez na frente de um deles (Eu sou tímida ok? E a sinopse do livro está aqui no blog por um motivo).

A mesa da ceia. Vocês notaram todas essas não-passas? Olha a brancura daquele arroz, pelo amor de Deus.
Depois do jantar e de uma tempinho para descansar, nós fomos à brincadeira. Não tinha ficado bem definido o que ia acontecer, só combinaram que cada um levaria um presente de até 10 reais e nós faríamos uma brincadeira. Não faço ideia de porque não quiseram fazer um amigo secreto, mas foi uma escolha democrática, então eu nem pude reclamar. Acabamos brincando de "Caiu no poço" (que eu nem sei se existe de verdade): Uma pessoa escolheria um presente lá na frente e todo mundo grita para quem essa pessoa deveria dar o presente. A pessoa escolhida para receber o presente poderia decidir entre o presente escolhido pela pessoa que foi lá na frente (que tinha recebido o presente antes) ou entre os outros presentes que já tinham sido abertos. Não sei se expliquei isso direito, mas como a pessoa lá na frente podia roubar os presentes dos outros, eu comecei com um perfume masculino e acabei com um kit de 5 sabonetes. Compraram 2 livros de atividades para a brincadeira: o Jardim Secreto (livro para colorir que eu brinco que só é antiestresse para quem não machuca o pulso direito com facilidade - o que não é o meu caso) e o Termine Este Livro (que eu já tenho porque sou Keri Smith junkie e comprei todos os livros dela [menos o Como ser um explorador do mundo, caso alguém queira saber], mesmo que esteja trabalhando no Destrua Este Diário há mais de 2 anos - eu preciso terminar isso logo), mas eu acabei não querendo, nem ficando com nenhum dos dois. Eu gostei de ficar com os sabonetes.
Assim que a brincadeira acabou (eu peguei no celular exatamente 23h59), minha carona entrou no modo ir para casa. Saímos 00h15, o que é extremamente cedo na noite de Natal, mas eu só bateria o pé para não ir embora se fosse antes da meia-noite. Quando cheguei em casa, queria fazer mais alguma coisa antes de dormir, porque não faria sentido ir dormir cedo, então resolvi abrir os presentes da árvore que não tinham sido comprados por mim. Eram só 2: a sacola de presentes da minha irmã (que estava parcialmente destruída pelo meu gato) e um pequeno pacote que a tatii me enviou, porque ela é uma pessoa maravilhosa e mais incrível do que eu mereço (ela sempre me manda cartinhas no Natal e eu não respondi nenhuma ainda, eu sou a pior pessoa do universo) (mas eu vou responder, não me matem). A sacola da minha irmã tinha uma caneca da Coleção Apaixonado Pelo que Faz, o Revival (CD da Selena Gomez) e o perfume Rock da linha da Capricho do O Boticário. O presente da tatii era o livro A menina que não sabia ler que por sinal foi uma das coisas que eu mais adorei ganhar. O livro é lindo, foi importante para ela e estava na minha lista de desejados do Skoob há um tempão. Depois de babar nesses presentes lindos, eu fui dormir e deixei os presentes de mim para mim mesma para abrir de dia.

Aqui está a árvore com todos os presentes, como prometido. Ignorem o buraco na parede.
Na manhã seguinte, eu me preparei da forma que tinha sonhado o mês inteiro. Trouxe todos os presentes para a sala, peguei café e mais panetone e finalmente fui abrir tudo que tinha guardado para aquele momento (fotos abaixo). Comecei pelo que eu estava mais desesperada para ver: merch de MisterWives. A loja oficial fez uma uma promoção no começo de novembro e eu resolvi que tudo que eu pudesse comprar seria meu presente de Natal (todo mundo compra pelo menos uma coisa que é presente de Natal para si mesmo, não mintam para mim). Eu consegui comprar a camisa que eu mais queria, um moletom (os dois maiores que o meu número, mas ALÔ, tava em promoção) e um kit de bottoms. Originalmente, era para tudo chegar dois dias antes do Natal, então eu realmente só teria como abrir no Natal, mas a entrega adiantou bastante e chegou no começo do mês, então eu já estava completamente louca para abrir aquilo de uma vez. É tudo tão lindo e confortável que me dá vontade de chorar. Eles são a melhor banda do mundo até na merch. E não interessa se o moletom é quase um vestido, eu vou passar o inverno inteiro enfiada nele. Já a blusa, é o que eu pretendo usar no ano novo. E quando as aulas voltarem. E no meu aniversário. E em qualquer dia que eu conseguir. E só não uma vez por semana, por medo de estragar.
Eu teoricamente tinha todo o tempo do mundo para curtir meus presentes, porque o almoço de "enterro dos ossos" não ia acontecer (eu perguntei para umas 5 pessoas e disseram que não tinha como) e meu pai tinha reagendado a visita que planejou. Então, eu pulei para os livros e saí atirando as embalagens para o meu gato, que destruiu tudo que já queria destruir desde o começo do mês. Eu tinha comprado 3 livros: O Castelo de Otranto, primeiro livro gótico (você que é novato aqui: literatura gótica = meu gênero preferido), que eu achei baratinho no Estante Virtual. Fake do Felipe Barrenco, que eu queria desde que foi lançado e eu comecei a acompanhar a página no Facebook, mas nunca tinha conseguido comprar. Ele estava imperdível na Black Friday a R$9,99 com frete grátis para o Brasil inteiro e pode ter sido a melhor compra que eu fiz esse ano. A pedido, veio autografado e com um autógrafo completamente amorzinho. Quase saí passando ele na frente de todos os outros da lista de leitura, mas consegui me controlar. Por último, comprei A Filha do Fazedor de Reis da Philippa Gregory, que é uma das escritoras mais amores da minha vida e que era um dos livros que eu mais queria no Brasil em 2015. Não sei qual dos três livros eu amei mais, mas eu descobri que sou muito boa nesse negócio de me presentear porque eu conheço meu gosto muito bem.
Finalmente, abri a caixinha de tampa vermelha que tinha minha agenda 2016 e o CD Don't Forget da Demi Lovato. (Ela também deveria conter o DVD do filme Dracula de 1931, mas ele não cabia na caixa, então estava junto com a sacola da minha irmã). A agenda 2016 é tão maravilhosa quanto eu queria. Como eu falei várias vezes durante este ano, minha agenda 2015 foi uma compra impulsiva na Livraria Cultura porque eu fiquei apaixonada pela agenda importada de 66 reais que encontrei lá. Dessa vez, eu liguei minha adulta responsável e prática e não dei tanto dinheiro assim em uma agenda só. Eu realmente me apaixonei pela agenda pequenininha, mas com funções que eu gosto, que eu encontrei nas Lojas Americanas. Além disso, ela é gótico, indie, hipster, contemporânea, ou seja, minha cara. Enfim, aqui está a foto de tudo que eu ganhei/me dei de presente:


Curti meus presentes por um bom tempo e depois fui almoçar o resto do frango da ceia, com farofa. Foi a tarde que meu Natal desmoronou um pouco, quando começaram a postar fotos do almoço de "enterro dos ossos" que eu perguntei várias vezes se ia acontecer. O pessoal se juntou espontaneamente e ninguém se importou em me avisar. Parece que houve um aviso para a representante do meu "núcleo familiar", mas nem essa pessoa se importou em falar comigo. Isso me deixou chateada em um nível que nem eu mesma esperava ficar. Era importante pra mim e eu estava fazendo de tudo para mostrar que era importante pra mim. Eu não sou a pessoa mais sociável da família e eu sou bem introspectiva, sim, mas eu dei meu melhor no jantar do dia 24. No último post, eu passei um bom tempo no último post falando sobre minhas lembranças de infância e as coisas que aconteciam em Natais aqui e como eles faziam com que algo que era imperfeito parecer feliz, mesmo que por pouco tempo. E eu estava passando o Natal sozinha pela primeira vez. Um monte de gente conhece o clima aqui de casa e sabe como é o último lugar no qual você quer ficar presa em uma data comemorativa. Eu fiquei toda animada fazendo as rabanadas e enviando mensagens para todo mundo e querendo ajudar todo mundo no que eu pudesse e ninguém lembrou de mim quando resolveram fazer o almoço! Isso doeu, ainda dói um pouco, eu acho. Gente que nem tem laço de sangue comigo me convidou para o Natal e se ofereceu até pra me buscar em casa porque sabia que eu passaria os dois dias sozinha, mas eu recusei porque eu tenho família aqui e eu priorizei eles. E minha própria família me esqueceu completamente na hora de se reunir dia 25. Foi a única parte das 48 horas que me deixou muito triste. No final, a foto em família que eu ia colocar aqui foi tirada quando eu não estava e eu só tive a foto da mesa para postar.
O resto do dia foi baseado em terminar de assistir Jessica Jones e comer hambúrguer como forma de intervenção "não-quero-que-meu-Natal-termine-de-uma-forma-tão-triste". Eu também resolvi me dedicar a um capítulo de Mais Uma Vez porque tinha pausado a edição no meio do meu capítulo preferido. Alguns leitores ficarão felizes em saber que no meio desse mês eu peguei meu primeiro livro para voltar a edição normal e se continuar desse jeito, agora vai. Mas eu não estou prometendo nada, nem para mim mesma.
Lista de Milagres de Natal1. Eu realmente conseguir cozinhar algo que deu certo, sem causar acidentes na cozinha.
2. Eu consegui cozinhar, com gente em casa, mas sem ninguém se intrometer no que eu estava fazendo. Ou seja, pela primeira vez na vida, cozinhar foi realmente terapêutico e tranquilo para mim.
3. Eu fiquei feliz em ganhar sabonetes na brincadeira da família, porque no começo do mês eu fiz o considerado impossível, ao usar um sabonete até o final, porque estava com muita preguiça de sair de casa só para comprar sabonete. Agora isso não será um problema, porque eu tenho 5 sabonetes reserva.
4. A menina que não sabia ler e a felicidade que eu fiquei quando descobri que o livro era ele.
5. Eu fiquei feliz com tudo que eu ganhei, até de mim mesma. Não foi deprimente abrir tanta coisa que eu mesma tinha comprado, muito pelo contrário, eu adorei. Ano que vem vou repetir essa ideia, apesar de não querer passar o Natal sozinha outra vez.
Atualmente, meus planos para o ano novo constituem-se em ficar em casa fazendo maratona de série, aí assistir ao stream do New Year's Eve nova-iorquino, para ver a bola descer às 2h. Na virada pretendo estar no Twitter, como estive em todos os anos desde 2012, exceto o último, já que não tinha luz. Parece deprimente, mas já que é para passar um feriado sozinha, eu quero fazer as minhas coisas preferidas sozinha. Tentar fazer algo em conjunto só porque é o normal e a tradição se provou um esforço decepcionante.
O próximo post é o de retrospectiva e o último do ano. Eu ainda nem processei o fato do ano acabar e aí BOOM. Preparem-se para um monte de nostalgia, blá, blá, blá de fim de ano e muito amor. Vai ser mais intenso que o post do fim do NaNoWriMo. E aquele post foi intenso.
G.