BEM-VINDOS à Retrospectiva 2015 do Quebrei a máquina de escrever (eu não sei porque toda vez que eu digo "retrospectiva" eu ouço a música do Plantão da Globo. Nem é a da Retrospectiva, é a do Plantão)!! Eu normalmente posto retrospectivas depois das dez da noite no horário de Brasília (porque é quando o dia do Blogger muda e eu calculo quantas visualizações o blog teve no ano), mas vamos ser justos, nesse horário ninguém vai estar na internet pra ler post de blog. Antes de começar, eu provavelmente deveria avisar que esse post atinge níveis bem altos dos velhos clichês de fim de ano, então se você não está no clima, não recomendo a leitura.
É bem estranho finalmente publicar este post, porque eu venho trabalhando nele há meses. Este parágrafo mesmo, foi originalmente escrito em setembro. Durante o ano eu conseguia me sentir mudando de tantas formas diferentes que eu pensava "Deixa anotar isso aqui logo, pra lembrar depois". Eu disse isso para umas três ou quatro pessoas e soa meio viajado, mas eu senti que 2015 foi um ano em que as semanas se passaram como meses e que os meses se passaram como dias. Faz algum sentido? Eu me conheci de uma forma que eu nunca esperaria acontecer nem em mil anos, quanto mais em um só. Me sinto como uma pessoa completamente diferente e o estranho é que nada de significativo mudou no exterior. Eu realmente não acredito que hoje é o último dia do ano, acho que amanhã simplesmente acordarei em negação. Por toda a reclamação nas redes sociais (aliás, quase normais em fim de ano), eu me senti a única pessoa que gostou de 2015. Foi louco, cansativo e até triste algumas vezes, mas cada parte disso me ensinou alguma coisa. Se eu tivesse que resumir meu 2015 em um gif, provavelmente seria:

Esse gif evoca I Will Survive tocando no fundo.
Quer dizer, é claro que eu faria algumas coisas diferente se pudesse, mas eu não estou triste por não poder. Todas as coisas que eu fiz este ano acabaram valendo a pena, mesmo as mais ridículas. Em 2014, em meio a algumas das situações mais horríveis da minha vida, aconteceram muitas coisas boas, mas eu me sentia como se estivesse prendendo a respiração, esperando mais alguma coisa horrível acontecer. Em 2015, eu senti que tudo tinha voltado ao normal, com dias péssimos e dias maravilhosos que eu pude viver em seus extremos. Às vezes tudo que eu preciso é de normalidade. Mas chega desse blá, blá, blá. Vocês querem saber como foi meu ano né? Provavelmente não, mas vamos lá. As retrospectivas aqui geralmente são um pouco sobre como foi o ano no blog e como foi o ano na minha vida e este ano eu DEFINITIVAMENTE tenho muita coisa a contar. E como eu pareço estar viciada em tópicos, vai ser tudo em tópicos.
No primeiro post do ano, eu disse que não iria estabelecer nenhuma meta para o ano de 2015 e que ia parar de criar listas de "objetivos" porque "ao fim de 2015, eu não quero pensar em todas as coisas que eu não consegui fazer, eu quero pensar em todas as coisas que eu fiz.". Eu sempre tive essa mania de criar metas e ficar chateada por não conseguir cumprir todas quando o ano acabava porque "eu tive um ano inteiro e não consegui". Percebi que isso me fazia relevar várias outras coisas incríveis que aconteciam, mas eu não valorizava porque não eram tão importantes quanto as metas. Além disso, toda vez que eu digo que "vou fazer", eu acabo não fazendo. Ou eu faço sem dizer nada, ou não faço. Pois bem, aqui vai a lista de

Coisas incríveis que eu não esperava, e não eram metas, mas que aconteceram em 2015*:
*Em ordem de importância.
Escrevi outro livro
Escrever três livros anula a parte do ter um filho e plantar uma árvore? De qualquer forma, A Linha de Rumo continua sendo minha maior realização este ano. Eu já tinha escrito os dois primeiros livros da trilogia Sociedade Inglesa de Oposição, mas como eu disse mil vezes, escrever ALdR foi diferente porque eu nunca me senti tão conectada ou apaixonada por uma história. O texto fluiu e eu consegui escrever o primeiro rascunho do livro com todas as 88 mil palavras, em um mês durante o NaNoWriMo. Me senti muito mais como uma escritora do que das outras vezes - porque escrever significa sangue, suor, lágrimas e deadline e escrever esse livro teve muito disso tudo. Novembro também foi o mês em que eu voltei a ter crises de pânico, depois de muito tempo sem, e ainda assim eu consegui escrever um livro. Não posso subestimar a importância disso.

Um membro da minha banda preferida disse meu nome em vídeo
(E aí não conseguiu ler o resto do user)
AAAh, parem de me julgar por colocar isso como milestone, existem pessoas que passam a vida inteira desejando isso. Na verdade, essa é uma forma de colocar MisterWives como uma coisa incrível que aconteceu em meu 2015. Eles foram a trilha sonora dos meus momentos felizes e dos meus momentos tristes. Como eu disse no Instagram (esse post tem um monte de link do Instagram, já aviso), eles me tiraram de maus humores e dias ruins, me animaram quando eu precisei, fizeram com que passar por dias ruins fosse mais fácil, até me ajudaram durante crises de pânico. Eu os encontrei em na pior semana do ano e ficar completamente obcecada naquelas primeiras semanas me ajudou a me afastar de umas coisas bem terríveis. Por eles, eu sou a fã maluca que eu achei que tinha deixado de ser depois que "cresci". Mandy, Will, Etienne, Marc, Jesse & Murph definitivamente são uma das coisas mais incríveis que me aconteceram em 2015.

Adotei o gato mais dengoso do mundo
Eu estou me sentindo péssima por ele estar em terceiro lugar, mas vai de punição por causa de todos os arranhões que ele me causou. Tem um monte de coisa que eu não disse no post sobre ele e fiquei na cabeça que deveria ter dito. Uma delas é que ele me fez perceber que as únicas pessoas que dizem que gatos não se importam e são seres sem amor, são pessoas que são assim. É engraçado que uma criaturinha minúscula tenha me ensinado tanto sobre as pessoas e como eu não gosto delas, mas acontece.

Subi uma montanha
Falemos de coisas que eu achava que nunca fossem acontecer. Eu adoro o fato de ter sido algo simples, mas que todo mundo entendeu a importância que teve para mim. Esse dia basicamente resumiu o que era a ideia de não ter metas, apenas agarrar as chances de fazer coisas diferentes. E eu não esqueci o que tenho que fazer quando repetir a experiência. Sim, isso virou um quando.

Fui à XVII Bienal do Livro Rio
Levou um ano de preparação então eu não sei porque exatamente está aqui, mas considerando que eu estou morando há mais de 1000 quilômetros do Rio de Janeiro, era algo que tinha muito para não dar certo, mas deu. Consegui realizar meu sonho de não perder nenhuma Bienal do Rio depois da primeira que eu fui, em 2011, e ainda escrevi três posts longos sobre o assunto: Parte 1, Parte 2 e Parte 3. Em 2016 eu tenho planos sobre a Bienal do Livro de São Paulo, mas vamos manter isso por baixo dos panos por enquanto.

Passei no vestibular
Ainda não tenho certeza de como isso aconteceu, mas eu acabei passando em segundo lugar (da ampla concorrência) do vestibular para o qual eu menos me esforcei. E passei um bom tempo ouvindo como isso era incrível, considerando o ano que eu tive e como era raro ir da escola direto para a faculdade. Eu estou com bastante raiva da minha faculdade no momento, mas isso não anula o fato de que eu passei no vestibular, mesmo considerando o vestibular uma criação terrível da sociedade. Eu passei e talvez mereça créditos por isso, mesmo que não concorde com a própria existência do vestibular já que ele OK VOU CALAR A BOCA.

Aconteceu uma coisa extremamente irônica este ano, sobre a qual eu vou falar mais no próximo post do "É só uma fase": Se você acompanha o blog há um tempinho, sabe que todo aniversário meu eu falava sobre querer ter 13 anos outra vez. Sempre considerei meus 13 anos uma idade decisiva, onde eu aprendi muito, eu era autoconfiante, tinha muitas certezas. Foi quando decidir ser escritora como profissão principal, quando criei o blog (bem, tecnicamente foi 11 dias antes de fazer 13 anos), quando decidi cursar jornalismo. Os 13 foram o "meu ano". Pois bem, 2015 me fez descobrir uma coisa: EU ODEIO PESSOAS DE 13 ANOS. Não quero ofender ninguém e provavelmente existe muita gente de 13 anos que não é assim, mas eu descobri que pessoas de 13 anos são as mais metidas a besta, que se acreditam donas de si e guardadoras da sabedoria de todas as coisas do universo. E tipo, você tem 13 anos, não interessa o que você acha que sabe: você não sabe de nada. Isso vale principalmente para mim mesma quando tinha 13 anos: Se eu pudesse, voltaria no tempo, bateria naquela garotinha de 13 anos que estava de mimimi sobre fazer 14 anos porque "14 anos é muito clichê" e diria "NÃO QUERO SABER, VOCÊ VAI FAZER 14, 15, VAI ENFRENTAR PERDAS IRREPARÁVEIS AOS 16 E FAZER 17 depois eu não tenho certeza, MAS VOCÊ VAI MORRER UM DIA ENTÃO CALA A BOCA E APROVEITA A VIAGEM". Essa minha realização sobre pessoas de 13 anos veio porque aos 17 eu voltei a fazer todas as coisas ridículas que fazia quando tinha 13 anos, mas sem a desculpa de que eu só tinha 13 anos. E agora eu percebo que eu não tenho certeza de nada e que tudo bem não ter certeza de nada, porque eu sou uma hoje e amanhã posso ser outra. E essa nova lista está mais ou menos relacionada a isso:

Coisas que eu não sabia no início de 2015 e agora sei:
Eu sou pisciana
Eu descobri no meio do ano que apesar de ter acreditado desde criança que era do signo de Aquário, eu sou do signo de Peixes, porque o sol entrou em Peixes exatos 30 minutos antes de eu nascer. Por ter nascido na cúspide, eu tenho grande influência de Aquário na vida e tenho diversos mapas astrais discordantes - apesar de o que aparece com mais frequência ser o que diz Sol em Peixes, Ascendente em Virgem e Lua em Escorpião. Basicamente, eu sou um caos astral, o que é muito frustrante para mim porque eu via todo mundo dizendo "Nossa, como tem gente que não acredita em astrologia, meu mapa astral combina perfeitamente" e eu acabo frustrada porque mapa nenhum combina perfeitamente comigo. Essa pequena situação com meu mapa natal acabou me transformando na louca dos signos rapidinho, porque eu fiquei obcecada com o assunto. Mas até hoje eu não concordo com a maioria das coisas que leio sobre meus signos solar, ascendente e lua. A questão é que poder culpar outra coisa pelas coisas que eu faço é tão bom. "Eu sou pisciana" é desculpa para tanta coisa que vocês todos iriam querer ter nascido entre fevereiro e março.

Escrever com outras pessoas pode ser de grande ajuda, sim
Ok, para entender isso aqui vocês precisam saber que eu sou a pessoa mais antissocial do mundo. Eu digo que mais de 3 pessoas para mim é multidão e as pessoas acham que eu estou brincando, mas é muito sério, eu não sei lidar com lugares com mais de 3 pessoas. Vou até contar uma coisa que faz cada introvertido amigo meu olhar pra mim com cara de "você é louca né?": Não consigo conversar com mais de duas pessoas ao mesmo tempo na internet. À exceção de quando tem um monte de gente conversando comigo no Twitter (porque aí eu posso fingir que sou famosa) (brincadeira, eu não faço isso) (não de forma que alguém possa provar pelo menos), eu fico completamente louca quando mais de duas pessoas querem manter uma conversa comigo no WhatsApp, Messenger, Direct, DMs, Snapchat, qualquer coisa que tenha aplicativo no celular. Não tenho forças ou concentração para manter três conversas, especialmente porque eu nunca estou "no tédio", eu estou sempre fazendo outra coisa. E notificações me tiram do sério, se eu perceber que recebi, respondo ou fico agoniada com algo no fundo da cabeça até a hora que responder (Inclusive, no momento, tem 20 notificações de 3 aplicativos diferentes no celular e eu estou ignorando todas porque é gente demais falando comigo, mas é a coisa mais difícil do mundo) (Eu fico doida quando estou saindo de casa, alguma notificação carrega e eu só vejo que recebi quando não tenho mais WiFi e não posso abrir). Grupos são difíceis, mas se eu consigo conversar com todo mundo de um grupo se eu ignorar todo o resto das pessoas que quer falar comigo. Além disso, é mais fácil quando tem mais de um assunto no grupo porque eu não preciso me concentrar em um só e... JESUS, ESSE PARÁGRAFO TÁ ENORME E EU NÃO ESTOU NEM PERTO DO PONTO. OK, vocês já entenderam, conversar com pessoas não é comigo, nem na internet. Pessoas são criaturas estranhas em geral.
Então, no que diz respeito a escrever, assim como em todos os outros aspectos da vida, eu sempre fui reservada. Tenho amigos escritores desde que comecei a usar a internet, mas qualquer "comunidade de escritores" à qual eu tenha tentado me integrar, acabou dando errado. Deletei a conta do Nyah!, não consegui chegar perto de usar o Wattpad e abandonei correndo o grupo de escritores brasileiros que faziam NaNoWriMo em 2013, porque aquilo ali definitivamente atrapalhava mais que ajudava. Neste NaNoWriMo, porém, eu acabei criando uma pequena comunidade de pessoas sem quem A Linha de Rumo nunca teria sido escrito tão tranquilamente. Não vou citar nome por nome (porque se eu falar de alguém, eu me sinto na obrigação de falar de todo mundo e eu tenho um medo paralisante de esquecer alguém), mas vocês sabem quem são e foram realmente muito importantes. Acho que elas são o motivo inclusive de eu ainda estar trabalhando, mesmo que devesse descansar em dezembro, nos meus dois projetos mais importantes: Mais Uma Vez (Bem, Sociedade Inglesa de Oposição como um todo) e As Crônicas de Kat e também o motivo de eu ter tanta esperança para 2016.

Eu consigo sobreviver mais de um mês sem celular
Primeiro, eu disse sem celular, não sem internet. Segundo, mais ou menos, eu sou viciada demais no Instagram e pedia o celular da minha irmã o tempo todo. Mas se a questão é sobreviver e não ir parar em um manicômio, eu sobrevivi bem aos 38 dias que passei sem meu celular este ano (de 21 de outubro a 28 de novembro). Não foi uma experiência de todo ruim, porque eu não tinha mais como surtar com notificações, mas por outro lado, eu tinha que stalkear todo mundo o tempo todo porque as notificações que eu realmente queria não tinham como chegar. A verdade é que eu fui muito mais produtiva no NaNoWriMo justamente por estar sem celular. Normalmente, se o Google Chrome trava, eu pego o celular e vejo alguma coisa. Sem celular, eu abria o Word e escrevia umas 200 palavras. Não estou dizendo que quero que meu celular quebre no próximo NaNo ou no Camp, mas acho que só deixar ativada as notificações que eu realmente quero é uma boa ideia.

Eu gosto de fazer exercício
Na verdade, o que eu gosto mesmo é de ter 30 minutos apenas comigo mesma e com a música e preferia que fossem duas horas. Mas, se você não me segue no Instagram, eu tenho muita coisa para explicar então aqui vai: Desde fevereiro eu estava prometendo que iria começar a me exercitar (eu realmente disse para todo mundo que ia começar a academia no mês seguinte), mas a questão é que eu não posso fazer qualquer coisa em uma academia porque eu tenho problema na coluna e nos joelhos, então ou eu achava a academia certa, com preparadores que se preocupassem com meus problemas na hora de passar exercícios ou eu voltava à natação. Mês vai, mês vem, entre faculdade, orçamento apertado, responsáveis rígidos e horários ruins eu nunca consegui começar nada. Em agosto (seis meses depois de eu dizer para todo mundo que entraria na academia no "mês que vem"), minha psiquiatra me deu um ultimato e sugeriu que eu fizesse caminhadas no (vamos chamar assim) Parque Lagoa que tem perto aqui de casa. Resolvi ir, mais porque geralmente custo a fazer o que minha psiquiatra pede e achei uma boa ideia fazer pelo menos isso, já que exercícios regulares reduzem as chances de recaída na depressão.
Eu comecei dia 4 de agosto e segui fielmente por quase 3 meses. Com chuva ou com sol (e teve muito dos dois), toda segunda, quarta e sexta eu estava maravilhosa na lagoa, caminhando meus 2,74km (uma volta inteira). Em muitas vezes eu queria não ir, mas me convenci de que não era uma boa ideia começar a arranjar desculpas tão cedo ou quando eu tivesse um bom motivo para não ir acabaria me enrolando toda. Bem, eu peguei o ritmo rápido e no fim de outubro já tinha aumentado o percurso e ido de meia hora para quarenta e cinco minutos. Aí aconteceu um desastre: Meu celular quebrou. Entendam, uma coisa é caminhar na chuva ou no sol. Outra completamente diferente é caminhar sem música. Eu faço 2,74km em meia hora de boas ouvindo música, sem música eu não faço esse percurso nem em dois anos.
Foi justamente nessa época em que minhas crises de pânico voltaram (Não, não foi uma coincidência. Eu sou tão irresponsável, que parei de caminhar na mesma época em que estava terminado o antidepressivo. Claro que minhas crises não foram causadas por não caminhar, mas eu tenho a forte impressão que elas teriam sido evitadas ou teriam acontecido em uma frequência bem menor se eu mantivesse os exercícios) e tendo duas por semana, eu sempre me sentia muito fraca para caminhar, o que me deixou quase 2 meses parada. Eu voltei nessa segunda, mas ontem acabei passando mal por outros motivos e não fui outra vez. Mas amanhã é certo.
Semana passada (? Não tenho certeza se foi, mas acho que sim), uma amiga do Rio esteve aqui e mostrando a cidade, eu fiz ela dar uma caminhada pela lagoa, o que deixou ela sem fôlego rápido, mas para mim foi surpreendentemente tranquilo. Ela me elogiou por isso e me fez perceber que eu gosto de fazer exercício e de ter certa resistência. É legal e de certa forma me ajuda a manter uma rotina. Além disso, é saudável e eu sou tão louca com a minha própria saúde (serio, meu corpo é um guerreiro por sempre voltar com exames normais) que preciso de qualquer hábito saudável que consiga manter.

Essa coisa de não ter metas ou resoluções para 2015 realmente fez diferença na forma como eu enxergo as coisas. Acho que todo ano eu faço coisas que nunca esperaria fazer no começo, mas eu nunca tinha percebido isso porque ficava me xingando por metas não alcançadas. Me dei conta de que um ano é um espaço de tempo estranho. 365 dias parecem ser um período longo demais para não se cumprir uma meta, mas como esses dias passam exatamente? Quando a gente percebe já é fim de ano outra vez e estamos enfiados nas mágoas antigas e cutucando dores que já havíamos esquecido. Acabamos esquecendo que tudo fez a gente aprender porque "foi outro ano de bosta assim como 2014, 2013, 2012...". Eu não quis deixar passar nada que aprendi, nem desprezar nada que eu mudei, por isso comecei a escrever a retrospectiva em março. Essa próxima lista já estava aqui desde o começo:

Coisas que antes de 2015 eu não entendia quem fazia e agora faço o tempo todo
Ler mais de um livro ao mesmo tempo
Eu sempre achei doido quando alguém dizia que estava lendo 3 livros ao mesmo tempo, porque se eu fizesse isso minha lista de leitura acabaria rápido demais. 2015, porém, veio para ser o primeiro ano em que minha lista de leitura acumulou. Eu nem tive muita opção além de ler mais de um livro ao mesmo tempo, afinal, se eu não começasse um livro no meio do outro, eu provavelmente ainda estaria lendo Dracula em inglês (que eu levei 2 meses para ler no fim de 2014/início de 2015). Fiquei enrolada com tantos livros que às vezes não eram ruins ou cansativos, mas simplesmente não me deixavam interessada que eu precisei ler mais de uma coisa ao mesmo tempo. Eu estou terminando 2015 com 36 livros (uma média de 3 por mês), em comparação a 70 lidos em 2014. Quantidade não quer dizer muita coisa, mas é extremamente frustrante porque eu simplesmente não conseguia ler - que sempre foi uma das minhas coisas preferidas. Vamos torcer para que em 2016 a situação mude, mesmo que eu tenha que mudar alguns hábitos.

Tirar cochilos de 15 minutos
A primeira vez que eu coloquei meu despertador para 15 minutos depois do horário em que eu estava eu pensei "É, agora eu oficialmente sou adulta". Eu sempre pensei que gente que dorme por 15 minutos é louca, porque se eu cochilasse por esse tempo acordaria com mais sono, mas graças à faculdade eu acabei tão cansada em algumas noites que não podia dormir, que me forcei a dormir só por 15 minutos, porque já era alguma coisa. Não é saudável, nem certo, mas foi necessário e eu sei que ainda vou fazer muitas outras vezes durante a faculdade. (E talvez depois também. Escritores fazem coisas bem loucas quando têm deadlines sérias).

Dormir no ônibus todo dia
Eu falei no Twitter ontem que apesar da minha resolução de não criar metas para os anos seguintes, eu tinha uma meta para 2016, sim: dormir. Simplesmente parar de gracinha e dormir. Por que se teve uma coisa que 2015 teve, essa coisa foi privação de sono e eu odeio ficar sem dormir direito. Não dá para contar com os dedos de todas as pessoas daqui de casa, os dias que eu passei com 4 horas de sono e considerando que eu sou bem ruim em ficar mal humorada para os outros, eu só faço mal a mim mesma.
Antes de 2015 eu nunca entendi quem dormia no ônibus todo santo dia, porque eu nunca fiquei no ônibus por tempo suficiente para transformá-lo em uma continuação da minha cama. Em 2015, com a minha rotina de ir de ponto final a ponto final no ônibus para ir para a faculdade (e perder 2 horas do meu dia), eu descobri que banco de ônibus é um lugar maravilhoso para dormir (inclusive, de boca aberta, chamando a atenção de todo mundo) e apesar de não fazer isso todo dia, porque as convenções sociais me impedem, de vez em quando eu não consigo evitar. (Mas se eu pudesse, eu até levava meu travesseirinho lindo).

Utilizar o Spotify
A história de como eu conheci o amor da minha vida: No dia 3 de fevereiro, saiu o Reflection, álbum de Fifth Harmony e como eu iria ganhar de presente de aniversário, não quis baixar, pois copiaria o CD depois. O problema é que ainda faltavam 15 dias para o meu aniversário e eu precisava ouvir o álbum em algum lugar. No mesmo dia eu vi alguém postando o link do álbum no Spotify explicando que 1500 streams equivaliam a uma compra. Baixei o App, criei uma conta e usei ele para ouvir. No dia 12/02 eu descobri meu amor por indie pop e percebi que eu me sentia mal em baixar músicas de artistas independentes, porque eles produziam tudo e recebiam apenas uma parcela em retorno (eu aprendi muito a respeito já que considero lançar meu primeiro livro independentemente). Juntou minha preguiça, com minha culpa, com o fato de que eu realmente não ligo tanto assim para propagandas e BOOM ME APAIXONEI PELO SPOTIFY. Eu ainda baixei música esse ano, mas foi bem menos e só álbuns que eu não conseguia viver sem offline (e como no meio do ano aconteceram os 3 meses de teste do AppleMusic, eu ainda passei um bom tempo ouvindo esses álbuns via stream), mas sempre que estou online, ouço esses álbuns pelo Spotify, acho até mais simples. Para vocês terem uma noção do meu vício nesse serviço de streaming, de acordo com o YearInMusic.Spotify.com, eu ouvi o álbum Our Own House, álbum de estreia de MisterWives 3.350 vezes em 2015 (entre a estreia em 24/02 e o dia 7/12). A banda como um todo foi ouvida 5.053 vezes.

Este último tópico, antes de uma série de Tops 5 sobre o ano de 2015, é sobre algo que eu senti que deixei tão de lado este ano que preciso falar sobre minhas pequenas conquistas. Por algum motivo (que eu espero que fique em 2015), ler foi bem puxado para mim este ano. Escrever também teve seus momentos, porque ser produtiva como um todo foi complicado. Eu percebi que foi assim para muita gente que está passando pela mesma fase da vida que eu (entrada na faculdade, começo da "vida adulta", etc) e apesar de não entender como, pelo menos foi generalizado. Estou um pouquinho decepcionada, porque literatura sempre vai significar o mundo inteiro para mim, mas ao mesmo tempo, eu nem sei bem o que aconteceu com a minha produtividade, então não posso ficar me culpando. O que eu posso fazer é criar um cronograma de leitura louco para ler 3 livros em 10 dias e pelo menos chegar a 36 livros lidos em um ano. Que foi o que eu fiz. E deu certo! O último tópico se chama:

Pequenas vitórias literárias
Ter conseguido uma média de 3 livros por mês, mesmo tendo passado meses sem ler um livro inteiro
Eu tenho uma planilha no Google Drive com todas as informações sobre os livros que eu li em 2015 e ela me fez perceber os meses de janeiro, abril e novembro foram especialmente complicados para ler. Ainda assim eu consegui ler 36 livros e 10,676 páginas (2015 também foi o ano em que eu li o livro mais longo da vida: A Libélula do Âmbar, segundo livro da série Outlander com 944 páginas) nesses últimos 365 dias. Considero uma pequena vitória, porque foi realmente complicado. Além disso, pela primeira vez desde 2011, eu estou terminando o ano sem um livro incompleto nas mãos. (Meu ascendente em Virgem está contentíssimo). O primeiro livro que eu li em 2015 foi Dracula e o último foi O Guia do Mochileiro das Galáxias.

Ter me apaixonado muito por alguns livros que li e ter sido mudada por eles
Uma lista dos 5 livros que eu li este ano e mais gostei está nos tops 5 aqui embaixo. Deles, o que mais me mudou foi The Sociopath Next Door (que foi trazido para o Brasil como Meu Vizinho é um Psicopata) da Dra. Martha Stout. É um livro psicológico, feito para te fazer repensar sua vida inteira, mas eu não esperava que um livro sobre como sociopatia é comum fosse me fazer pensar tanto em como eu ajo e como as pessoas à minha volta agem. É um livro que te muda todinho e eu preciso recomendar muito.
Ele, porém, não foi o melhor livro que eu li em 2015. Dadas as circunstâncias, eu considero o melhor livro que eu li o que mais me causou ressaca literária, que por sinal foi Oryx e Crake da Margaret Atwood. Eu ainda não me recuperei da ressaca completamente e sempre acabo pensando nele e falando comigo mesma sobre ele por horas. Preciso dos dois outros livros da trilogia, só para ver se minhas teorias estão certas.

Ter conseguido terminar Infelizmente, Rio, eu te amo e Mi Totentanz
Esses dois contos (Uma homenagem singela ao Rio de Janeiro e um conto especial de As Crônicas de Kat) vinham sendo prometidos aqui no blog desde 2013. Eram projetos tão enfiados no fundo da gaveta que eram quase como fantasmas na minha vida. Em junho, aconteceram algumas coisas que me deixaram inspirada a escrever Infelizmente, Rio, eu te amo e consegui escrever tudo de uma vez só no dia 01/07, para abrir o Mês Literário. Eu nunca planejei escrever Mi Totentanz de forma a fechar o mesmo Mês, mas foi exatamente o que aconteceu. Conseguir completar esses dois projetos me deixou muito feliz. A melhor parte é que eu não postava contos no blog há mais de um ano, então não criei expectativas para a resposta dos leitores - o que fez com que eu ficasse 10 mil vezes mais feliz quando essas respostas foram maravilhosas. Até hoje tem gente que fala da IRETA pedindo livro e gente que promete ler ACDK por causa de Mi Totentanz.

A Linha de Rumo
Acho que se eu continuar a falar sobre A Linha de Rumo eu vou começar a me repetir, mas preciso falar sobre como em um ano em que produtividade foi uma luta, eu tive a experiência mais maravilhosa do mundo escrevendo um livro. Se qualquer leitor amar ALdR 20% do tanto que eu amo, terei sido bem sucedida com a história.

FINALMENTE, finalizo este post enorme que nem sei como consegui que fizesse sentido (se é que ele faz mesmo), com uma série de Tops 5 que resumem bem o ano para mim. As listas não estão em nenhuma ordem específica e nem sempre são formados de coisas criadas em 2015, apenas quando especificado.

Meus 5 álbuns de 2015 favoritos
Our Own House (MisterWives)
Fools (Wild Child)
Every Open Eye (CHVRCHES)
The Fool (Ryn Weaver)
Not an Apology (Bea Miller)

Pequena parêntese para os EPs: SWAAY (DNCE), The Day I Died (Alex Winston) e Steps (Handsome Ghost), são completamente maravilhosos. 2015 foi um ano louco para a música. Queria só fazer menção honrosa aos álbuns, BADLANDS da Halsey e ao Kids In Love da The Mowgli's. Agora acabei.

Os 5 melhores livros que eu li
Oryx e Crake por Margaret Atwood
O Bicho-da-Seda por Robert Galbraith
Ligações por Rainbow Rowell
O Guia do Mochileiro das Galáxias por Douglas Adams
The Sociopath Next Door por Martha Stout

Os 5 melhores filmes que eu vi
Styria (aka The Curse Of Styria, aka Angels of Darkness) (no Brasil: A Maldição de Styria)
The Hunger (no Brasil: Fome de Viver)
Tudo Sobre Mi Madre (no Brasil: Tudo Sobre Minha Mãe)
All About Eve (no Brasil: A Malvada)
Jenny's Wedding (Não veio ao Brasil)

As 5 melhores séries que comecei em 2015
Jessica Jones
The Royals
Doctor Who
Unbreakable Kimmy Schmidt
Scream

No blog:
Minhas 5 "Palavras da Semana" preferidas em 2015

Sincronicidade
Coincidências ligadas não pelo acaso, mas por uma relação de significado.

Hiraeth
galês
Saudades de um lugar para o qual não se pode retornar.

Basorexia
Desejo incontrolável de beijar alguém

Pulchritudinous
inglês
Alguém extremamente atraente; De tirar o fôlego.

Riptide
inglês
Um trecho de águas turbulentas no mar causado pelo encontro das correntes ou mudanças buscas de profundidade.

Meus 5 posts preferidos em 2015
Como nasce uma obsessão: MisterWives
Coisas sobre as quais nunca falamos: o luto
Coisas sobre as quais nunca falamos: depressão
Porquê quero morrer sendo fangirl
Diário Artístico: Não sei, só sei que foi assim

É isso. Existe um resumo geral do blog no ano que eu sempre posto. Quando a retrospectiva é depois das 22h, eu geralmente coloco ele no post, porque o Blogger "fecha o dia" às 22h. Como este ano não foi, este resumo, assim como foi o de 2014, será no primeiro post do ano: um post do Diário de Bordo sobre a primeira semana de 2016.
Amo vocês, espero que a virada do ano seja divertida, independente do que estiverem fazendo.
E que 2016 seja um ano incrível, mesmo que não seja sempre bom.
G.

PS antes que eu me esqueça: Desde o começo do mês, a playlist do blog ouvido é retrospectiva também, com as músicas que mais me marcaram em 2015. Ela fica na aba Extras.