Olá, internet! Notam alguma coisa de diferente por aqui? Eu disse que ia fazer algumas mudanças no blog e eu sei que isso não foi exatamente básico, mas eu achei que esse layout funcionaria aqui e gostei do resultado, então. Ainda preciso de feedback, pessoal. O blog está funcionando para vocês direitinho? O layout novo está exagerado? E as fontes, funcionam? Podem falar! O mês de dezembro é para melhorar o blog e o presente de Natal que eu posso dar a vocês no momento é isso. Isso e um monte de posts esta semana porque eu estou quase enlouquecendo com tudo que ainda preciso dizer aqui considerando que estamos na penúltima semana do ano. É isso aí, estamos na semana do Natal, também conhecida como a penúltima semana do ano e por mais que eu queira que 2016 termine logo, eu também estou surtando por ele estar chegando ao final tão rápido.
Caso você seja novo aqui (Olá), precisa saber que eu sou conhecida como louca das datas. Por vários motivos, mas um deles é que eu levo celebrações de datas muito a sério. Se uma data comemorativa existe ela deve ser comemorada de uma forma ou de outra, SÃO REGRAS. Regras que as pessoas adoram desrespeitar, mas ainda assim REGRAS. E é claro que a maior data comemorativa do ano não passa batida por mim. Eu tenho umas próprias tradições natalinas baseadas em traumas de infância. Não, não tradições de infância, traumas de infância mesmo. Eu vejo muita gente dizendo que o Natal na infância era maravilhoso, mas que hoje em dia não tem a mesma graça, quando para mim é meio que o contrário. A única tradição de Natal que eu tinha quando era criança a era de colocar o sapatinho na janela do quarto para que o Papai Noel deixasse o presente lá. E mesmo assim isso era quando eu era muuuito nova. Claro que a gente ia para a igreja no dia 25 e minha mãe sempre arranjava um lugar para ceiar dia 24 quando a gente não passava as festas com a minha avó, mas não tinha aquilo de "no Natal minha família faz isso, isso e isso" quando eu era criança. Na verdade, o Natal só começou a ficar interessante em 2007, quando eu ganhei livros pela primeira vez.
Agora que eu penso nisso, eu percebo a diferença que ter meus próprios livros com personagens pré-adolescentes fez na minha vida. Antes disso eu só lia os paradidáticos que minha avó conseguia na biblioteca da escola que ela trabalhava e livros da Série Vaga-Lume. Eram livros legais e cheios de aventuras, mas não tinham os pequenos dramas de livros com personagens pré-adolescentes reclamando de espinhas, da primeira menstruação e dos namorados. No Natal de 2007, eu ganhei Poderosa do Sérgio Klen e A Princesa Apaixonada da Meg Cabot (sim, o terceiro livro da série. E eu só iria ler os dois primeiros cinco anos depois.), o que significa que em 2008 eu me tornei uma Pré-adolescente com P maiúsculo, pelo menos na minha cabeça de 10 anos. Eu sei, eu sei, o post não é sobre isso, é sobre o Natal. Mas eu quero dizer que ganhar livros de Natal me mudou e depois disso nenhum dos outros Natais foi o mesmo. Enquanto os anos depois disso foram bem turbulentos e eu passei os quatro anos seguintes cada Natal em um estado diferente (2008 - Visitando o Rio de Janeiro pela primeira vez, 2009 - Bahia, 2010 - Morando no interior do Rio de Janeiro, 2011 - Visitando a Bahia), eu tive ceia em todos os anos e me tornei a chata que fica de birra se alguém não quiser comemorar o Natal.
Por dois anos, 2012 e 2013, eu finalmente tinha uma tradição. Era certeiro: A gente montava a árvore de Natal na Black Friday (eu vou explicar porque depois), minha mãe dava um valor fechado para que eu e minha irmã fizéssemos as compras de Natal (presentes e roupas novas) e no dia 24 tinha a ceia de Natal na casa do meu tio que, na verdade, era filho da prima da minha bisavó, com o almoço de enterro dos ossos no dia 25, é óbvio. A coisa se repetia no ano novo e eu levava o notebook para poder assistir ao stream do ano novo na Times Square. Minhas tradições estavam feitas e eu adorava elas. Então veio 2014. Perdi minha mãe e logo em seguida perdi toda a minha vida no Rio de Janeiro. Tradições de Natal? Não me pertenciam mais. Eu passei o Natal de 2014 longe de casa, mas quis ficar na casa do meu tio porque é o feriado que você passa em família. Aquele ano foi terrível para a família toda, porque a gente também perdeu minha bisavó, a matriarca da família. Ao invés de ficar todo mundo junto e perto, para fazer uma festa só e se apoiar, todo mundo disse que não estava no clima para comemorar o Natal e foi cada um para um lado do país e para suas próprias festas, resultando no Natal Mais Triste de Todos os Tempos. (Caso não tenha ficado claro pelo meu tom, eu ainda penso que não comemorar aquele Natal como uma família única, foi a pior ideia que a minha família já teve e eu tenho quase certeza de que eu disse isso quando isso ficou decidido.). De qualquer forma, 2015 veio com as coisas mais estáveis, mas comigo presa em casa e sem a minha irmã, então eu decidi que ia fazer de tudo para ter o melhor Natal de todos. Foi um Natal muito bom, sim, mas definitivamente não o melhor de todos. (Nem acho que eu consiga definir qual foi o melhor Natal de todos para falar a verdade. Talvez o de 2008?). Mas os erros cometidos no Natal de 2015 fizeram de mim uma pessoa mais sábia e preparada para o meu primeiro Natal como uma adulta responsável que tem a própria casa. (NÃO É PRA RIR, GENTE, É SÉRIO). E essas foram as novas tradições e as regras estabelecidas para o Primeiro Natal Pós-Apocalíptico, área por área:

*"Vem, que está chegando o Natal"  toca no fundo*
Decoração
Já que eu morava na casa de trás da casa dos meus avós e tinha meu próprio quarto, no ano passado eu tive espaço o suficiente para decorar. Eu montei minha árvore de livros, assim como eu tinha feito em 2013, pus guirlandas nas portas e a sala também ficou cheia de luzes. Este ano, eu não era nem louca de montar árvore de livros outra vez. Eu ainda tenho pesadelos sobre desmontar aquele negócio e encontrar meus livros cheios de poeira. Além disso, agora eu tenho uma estante organizada por ordem de autor, muito amorzinho que eu não queria esvaziar para as festas. Assim sendo, nós (eu e a minha irmã) precisávamos de uma Árvore de Natal, das decorações da árvore, de mais luzes e de uma plaquinha que dissesse quantos dias faltam para o Natal, apenas porque eu PRECISAVA daquilo. Como eu disse no post sobre a última semana de NaNoWriMo, nós compramos tudo nos dias 24 e 25 de dezembro, porque a tradição de família é montar a árvore de Natal na Black Friday.
"Por quê?" vocês podem estar se perguntando. Bem, tudo começou vários anos atrás, antes da minha vida ficar caótica ou de existir qualquer tradição natalina familiar. Era 1º de novembro, eu estava entediada, sozinha em casa, se eu não me engano alguém da família estava no hospital com inflamação na garganta e na TV os jingles de Natal de lojas que nem existiam na minha cidade já começavam a tocar. Então eu fiz a única coisa que uma garota de (provavelmente, eu não tenho certeza) 8 anos faria, peguei a Árvore de Natal e as decorações no guarda-roupa dos meus pais e montei a decoração toda, com direito a presépio que, na verdade, era o berço de brinquedo da minha irmã com uma boneca que eu usava para tudo na vida. Quando minha mãe chegou em casa naquele dia, ela fez o que qualquer adulto faria: Me mandou desmontar tudo que era muito cedo para esse tipo de coisa. Pulemos para vários anos depois, quando nós já morávamos no Rio de Janeiro, e, ao ver que as decorações de Natal do shopping começavam a ser montadas, minha mãe sugeriu que a gente comprasse e montasse a nossa também. EM OUTUBRO. E eu não estou dizendo que eu guardo ressentimento de coisas que aconteceram quando eu era criança, mas nunca que eu ia permitir isso. Resolvi marcar uma data: A gente tinha que montar a Árvore de Natal depois da última data comemorativa anterior ao Natal. Isso no Brasil é o Dia das Crianças, mas como eu tinha sido obrigada a desmontar minhas decorações em novembro, essa data não servia. Então eu usei meu pequeno cérebro completamente americanizado que hoje em dia sofre porque vai ter que se desapegar de Nova Iorque porque é exatamente o tipo de pessoa que o presidente eleito quer ver morta e decretei uma data para a montagem das decorações de Natal: A última sexta-feira de novembro, também conhecida como a Black Friday. (Se você está se perguntando se esse decreto foi aceitado facilmente, precisa lembrar que eu disse que fico de birra quando comemorações não são seguidas. Eu sou um monstro, galera. Um monstro.).
Meu ponto é: Este ano a tradição continuou seguindo e nós montamos a decoração na Black Friday. Gastamos bem mais que o dinheiro separado, mas acabamos com decoração suficiente para a sala e para o meu quarto. Os resultados estão nas imagens abaixo:

Essa é a parede do meu quarto. Eu sei que as imagens de baixo, estão bem ruins, mas vocês terão uma visão melhor do meu quarto no decorrer da semana, então me perdoem.

A famosa árvore. Um dia eu quero ter uma Árvore de Natal que dê duas de mim. Antes disso as Árvores de Natal terão que não custar centenas de reais, então enquanto isso  eu tenho que apenas ficar feliz porque a minha árvore atual é supostamente 15 centímetros mais alta que eu.

Aqui temos a guirlanda na porta da frente, as luzes que minha irmã colocou hoje em cima da TV e a placa que fica ao lado da porta do banheiro e conta os dias para o Natal. Aquela que eu PRECISAVA ter.
Presentes
Já que eu tive todo trabalho de montar uma árvore de livros ano passado (na verdade, não é tão difícil montar. Quando você aprende, monta em até dez minutos a depender da quantidade de livros. O problema é desmontar mesmo), eu queria que ela estivesse cheia de presentes. Isso significava que eu tinha que comprar um monte de presentes para mim mesma já que eu não podia sair simplesmente cobrando das pessoas. Este ano eu transformei isso em regra, tudo que eu comprasse para mim mesma depois da Black Friday e antes do Natal, iria diretamente para a Árvore. A ideia original era colocar absolutamente tudo, mas depois eu percebi que era melhor colocar apenas as coisas que eu comprei na internet ou coisas que eu escolhi e foram embrulhadas imediatamente e que eu nunca toquei. Para que eu tivesse o prazer de abrir e descobrir a coisa apenas no dia 25 de dezembro. Eu sei quão alto centrada eu soo, ok? É só que eu iria comprar presentes para mim mesma de uma forma ou de outra e eu quero me dar o prazer de abrir vários presentes de uma vez só também, ué. Eu até fiz o que não devia este ano: tem uma coisa que eu queria muuuito, mas que era um gasto muito supérfluo então eu disse a mim mesma que compraria isso ou pediria de presente depois que eu tivesse uma outra coisa, mais útil. Eu ainda não tenho essa coisa, mas na Black Friday a coisa que eu queria estava 100 reais mais barata do que eu esperava e eu dei a louca e resolvi comprar. É o meu maior - e mais caro - presente de Natal e eu sei que um monte de gente vai ficar meio "Ah, ela não fez isso" quando vir o que é. Mas eu não me arrependo de nada. Ainda. Eu nem abri o negócio, vai os arrependimentos vêm depois?
Além disso, no ano passado minha irmã passou o Natal longe de mim, então a gente combinou de trocar presentes que só poderiam ser abertos no dia 25. Para 2016, mesmo passando o Natal juntas (ou talvez por isso mesmo), nós duas repetimos a coisa toda. Cada uma comprou presentes para a outra até um determinado valor e colocou tudo embaixo da árvore. Minha irmã fez uma lista de coisas que ela queria e me pressionou por semanas para fazer a mesma coisa, para depois virar pra mim e dizer que só comprou uma coisa da minha lista! Ela disse que um dos presentes que ela comprou é algo que é meio presente de "amigo sacana", um é algo que eu vou ficar meio "é..." porque está relacionado com alguma merda que eu fiz e os outros dois são coisas que eu provavelmente irei gostar. Eu nem estou preocupada com as coisas que eu aparentemente posso não gostar, porque é presente e eu sou o tipo de pessoa que fica feliz com uma banana se ela vier embalada e se a pessoa disser que comprou pensando em mim, eu estou é querendo matar ela que acha que pode fazer isso com a minha ansiedade!!! Já não basta o Spotify que não manda o Year In Music para o meu e-mail de uma vez e me deixa tonta abrindo e fechando o e-mail o vazio. Eu não preciso perder o sono pensando em que diabos vou ganhar de presente também.
Também tem uma agenda que eu ganhei de presente de uma amiga e está na árvore, que eu mal vejo a hora de ver como é. Já na parte dos presentes que eu preciso comprar, já está quase tudo certo. Eu comprei os três presentes da minha irmã, o presente da minha amiga secreta (mais sobre isso abaixo) e alguns presentes para algumas amigas. Eu fiz uns kits seguindo a lógica que a minha mãe me ensinou de "Dê o que você gostaria de receber" que ficaram muito amorzinho. Meu medo é que algum desses presentes acabe sendo uma coisa repetida porque eu fiz muito isso de dar algo que a pessoa já tinha ou algo que não era exatamente o que eu achava que era de presente este ano e eu NÃO AGUENTO MAIS FAZER ISSO. Mas eu acredito de ter acertado dessa vez, espero muito estar certa. Os únicos presentes que faltam comprar são a minha contribuição para o bingo que vai ter na festa da família e o presente do meu gato. (Eu preciso comprar alguma coisa para ele, eu prometo desde o aniversário dele em abril e não consegui comprar nada ainda.) (Mas meu gato tem três caixas que vivem circulando pela casa, então, ele não vive uma vida sem privilégios). O plano é comprar tudo que falta amanhã.

Confraternizações
Ano passado eu provavelmente falei sobre A Maldição das Confraternizações, apesar de não ter dado a ela este título. A questão é que eu amo tanto as festas de fim de ano que no fim eu sou a única pessoa do meu círculo de conhecidos que não faz parte de nenhuma confraternização. Eu vejo as pessoas reclamarem dos amigos secretos do trabalho, de ter que sair de casa para socializar com pessoas de quem elas não gostam tanto assim, até mesmo da comida típica de Natal!! E quando eu ouço essas reclamações, eu sou basicamente aquele gif da menininha de Histórias Cruzadas batendo na janela. Eu não tenho confraternização da escola há quase uma década, eu não faço mais parte de grupos em igrejas, meus amigos muito raramente se animam a fazer alguma coisa e meus planos são só fazer parte de empresas quando eu estiver estagiando, o que ainda não aconteceu. E mesmo sendo a pessoa que mais odeia sair de casa que vocês irão conhecer, quando chega essa época do ano, eu quero ir a festas, comer, trocar presentes com pessoas que eu nem gosto apenas porque eu quero presentes. Maldito seja o momento em que eu reclamei de só ganhar livros religiosos em amigos secretos! Hoje em dia eu vejo amigos dizendo que não querem ir para o amigo secreto do trabalho porque todo ano eles ganham meias e eu quero responder "POSSO IR NO SEU LUGAR ENTÃO?".
Meu sonho é fazer três tipos de festas de confraternização com amigos. Uma com só os amigos íntimos, sem presentes, mas com muita comida. Só para a gente se sentar juntos e falar sobre todas as coisas que aconteceram no ano e fazer promessas que não vamos cumprir para o ano seguinte. Uma confraternização com um grupo um pouco maior de amigos, com amigo secreto e mais comida ainda. E uma festa livre, com todas as coisas zoadas e um amigo sacana (amigo secreto com presentes zoados). Seria o tipo de festa que você poderia ir de chinelo e com aquela blusa cuja mancha você não sabe de onde veio. Teria música também, principalmente os guilty pleasures musicais dos amigos e músicas para balançar a bunda. Aquela festa que você sai cheio de vídeos comprometedores dos amigos para servir de chantagem por todo ano seguinte. Eu tenho tudo planejado na cabeça para fazer isso um dia. Claro que meu plano de vida de "nunca morar em um lugar por tempo suficiente para que as pessoas enjoem de mim" deixa esse plano um pouco impossível, mas uma garota pode sonhar.
Em 2016, porém, a Maldição não veio com tanta força. Quando dezembro começou eu estava estressada com tantas outras coisas que eu nem parei para surtar sobre não participar de confraternizações. E no final, as coisas acabaram acontecendo. Eu ainda não tenho todas as confraternizações que eu queria para ir, mas eu fui a uma do trabalho do meu pai e tinha churrasco. Eu estou fazendo parte de um amigo secreto com as meninas do SA que vai ter a troca de presentes em janeiro e a festa da família foi organizada sozinha e vai ter brincadeiras legais. O mês de dezembro passou tão rápido que eu nem tive tempo para ficar chateada com nada, na verdade.
Além disso, no começo do ano, minha amiga (oi, Vic) que tinha ouvido muito sobre a Maldição quis fazer uma confraternização com o grupo de amigos e depois de muitos desencontros, ela aconteceu na faculdade em março, com direito a pãozinho delícia e amigo secreto. A gente queria fazer algo do tipo agora no fim do ano também, mas o apocalipse complicou isso um pouco. Talvez a gente faça de novo, talvez não. Por enquanto, eu sigo resignada por não ter tantas festas de fim de ano quanto eu queria ainda. (E aceitando ser convidada para qualquer festa que quiserem dar).

Ceia
De acordo com as minhas tradições confusas, a Ceia de Natal é um direito inalienável. Eu preciso fazer parte de uma Ceia de Natal no dia 24 ou as chances são gigantescas de que eu caia no choro em uma mistura de tristeza e raiva e só pare no dia 26. No ano passado, eu não tinha como viajar e fiquei preocupada que a família inventasse de não fazer nada outra vez e apesar de não ter sido a pessoa que organizou o almoço em que a gente resolveu os detalhes, eu era a pessoa mais animada a fazer tudo. Fui a primeira a me oferecer para cozinhar alguma coisa (rabanada) e eu nem sei cozinhar direito. Em dezembro, eu andei para cima e para baixo a cidade inteira atrás de qualquer coisa que as pessoas precisassem para a festa. Eu saí me oferecendo para ajudar todo mundo. Porque ajudar no Natal faz com que as coisas sejam comemoradas mais plenamente e eu adoro isso. Além disso, era meu primeiro Natal longe da minha irmã na vida inteira e eu não tinha minha mãe também, então eu não tinha a família com quem eu cresci e eu estava com muito medo de que fosse um Natal tão triste ou mais triste que o do ano anterior. Bem, foi um fiasco. Eu tive minha ceia no dia 24 e saí de lá com o coração cheio pelos elogios às minhas rabanadas e também superfeliz pelo kit com 5 sabonetes que eu ganhei na brincadeira da festa. Então, no dia seguinte, fizeram um almoço com os restos da ceia e ninguém se importou em perguntar se eu queria ir, mesmo eu tendo perguntado mil vezes e para dez pessoas diferentes se haveria um almoço no dia 25 e todo mundo ter me dito que não. Eu chorei a tarde inteira no dia de Natal, como eu não chorava há anos. Me sentir tão solitária no Natal foi um nível completamente novo de tristeza, especialmente porque eu achava que todo mundo sabia como era importante para mim (eu falo muito e me repito demais. Normalmente, as pessoas notam quando algo é impostante para mim). Faz quase um ano e toda vez que esse assunto aparece ficam jogando a culpa um para o outro e ninguém simplesmente diz "Houve uma falta de comunicação." e a palavra mágica "Desculpe." então eu ainda estou chateada. Não existe uma pessoa que me conheça que não tenha ouvido essa história, na verdade, e eu preciso pedir desculpa para os meus amigos por isso. Era ironia antes, eu guardo ressentimentos, sim.
Para 2016 então, eu não ia JAMAIS contar com a minha família estendida. Eu e minha irmã estávamos resolvidas a fazer a ceia sozinhas se fosse necessário. A gente comprava o peru, o arroz, as passas e tã-dã, problema resolvido. A família inclusive disse algumas vezes que não ia dar certo fazer ceia e etc, e eu estava tipo "que seja, não vou ser eu que vou me matar para organizar algo ou animar todo mundo outra vez". Eventualmente a família acabou se organizando sozinha e vai ter festa no sábado, onde eu e minha irmã vamos levar bebidas. Também vai ter um bingo com coisas que cada um vai levar, o que me traz algumas boas memórias de infância. Mas o plano é sair pegando resto de todo tipo de comida que levarem e almoçar sozinha com a minha irmã no domingo, porque a gente merece. Se tiver almoço e alguém quiser convidar a gente, eu posso pensar a respeito. Eu me recuso a deixar qualquer coisa estragar meu Natal tão violentamente outra vez. Me recuso a esperar pelos outros. No dia 25, eu vou acordar, pegar minha caneca com tema de Natal que eu ganhei em 2013 e que finalmente tenho de volta e tomar café enquanto abro meus presentes. O resto do dia vai ser passado na preguiça e do jeito que eu quiser, porque eu mereço depois do ano que eu tive e porque ser uma das (mais ou menos) sobreviventes neste mundo pós-apocalíptico merece celebrações.

G.

PS.: Hoje minha avó me mandou uma lista que fizeram com o nome das pessoas que vão para a ceia de Natal (fizeram isso por causa do número de cartelas do bingo) e eu acabei descobrindo que cinco anos depois minha família ainda não sabe qual é o meu nome. Assim como no painel que fizeram com o nome de todas as pessoas na família em 2011, lá estava, ao lado do nome da minha irmã, um lindíssimo: Julia. Eu realmente acho "Julia" um nome muito bonito, MAS ESSE NÃO É O MEU NOME. Eu cheguei à conclusão de que as pessoas da família devem achar que eu escrevo "Giulia" como uma forma de embelezar o nome ou como pseudônimo, então eu vou para a ceia de Natal com a minha certidão de nascimento pendurada no pescoço. E isso porque duas outras crianças na família tiveram nomes inspirados no meu! E isso porque o nome da outra menina que se chama Giulia na família estava escrito certo! EU NASCI PRIMEIRO, GENTE. E eu estou aqui há 18 anos. Como vocês não sabem meu nome?