Não acredito que só tô postando isso agora. Desculpem, é que eu realmente perdi completamente a noção de tempo semana passada. Dois dias sem internet e eu tive a leve impressão de que tava adiantada em tudo que tinha pra fazer e só agora percebi quanto enrolada eu estou. Minha cara fazer isso :D Enfim, começando:
No princípio estava eu na Riachuelo, na sessão infanto-juvenil, óbvio, porque lá tem as melhores roupas, mesmo que eu seja a única pessoa da minha idade que eu conheço que frequenta aquela sessão (E olha que lá tem roupas pra até 16 anos. Mas ninguém com 16 anos tem um corpo daqueles. Só eu.). Porém isso faz das roupas exclusivas. Então eu a vi pendurada em meio a outras da mesma espécie: A touca de vaquinha. Eu só consegui ganhar a touca de vaquinha da minha mãe com uma condição: Eu precisava sair do shopping com ela na cabeça. Ela me subestimou. Eu não só saí com a touca na cabeça aquele dia como fui para outro estado com ela.
Ok, ninguém entendeu nada agora. Esse post começou a ser escrito quando eu voltei da viagem para Avaré, no fim de julho, mas eu nunca cheguei a terminar, então eu tô mesclando ele com um post sobre a Bienal já que os dois tem a ver.
Como vocês sabem no primeiro dia em que eu fui para a Bienal eu fui com duas das echarpes que a gente comprou para usar de fantasia na minha festa de 15 anos (eu tô sem as fotos do dia até hoje, acreditam? Já faz quase 7 meses) na cabeça pra poder usar durante a entrevista da Carolina Munhóz. Eu acabei usando o dia inteirinho e "chamei a atenção que eu queria". A Carol me reconheceu do twitter e >>>isso<<<< aconteceu. É isso aí, pra quem ainda não sabe (porque eu tenho mania de dizer essa frase se eu levo tanto tempo pra postar que todo mundo já fica sabendo?) eu apareci na Globo News. O vídeo é esse aqui e ele foi ao ar na TV no dia 6 de setembro. Eu não vi no dia porque cheguei em casa com muita coisa acumulada pra escrever e me desliguei de tudo que não fosse blog e word, mas a fofa da Ísis Chaves, dona do blog Mundo de Kriska, viu no dia e perguntou se era eu de roxo no vídeo. E não é que era?
Aí vocês me perguntam, o que isso tudo tem a ver com minha touca de vaquinha? E eu vou explicar: Existem poucas coisas que eu odeie mais do que me sentir invisível, ou ser tratada como tal (a menos que eu esteja em um daqueles dias em que pessoas me irritam ou tão concentrada no que e eu tô fazendo que se você falar comigo eu vou tirar um facão de peixe (?) da bainha e arrancar suas tripas). Porque a verdade é: ninguém deveria ser tratado assim. Isso machuca, machuca mais do que ódio. Mas a questão é que eu sou tímida (ou pelo menos era '-'), tipo muito e fico nervosa perto de pessoas que são o tipo de pessoa que eu quero ser ou nas quais eu me inspiro ou que eu quero muito manter por perto (quando é só um estranho, eu não me importo tanto). Eu nunca sei o que dizer ou como agir. Então a solução do meu problema é fazer coisas esquisitas como viajar com uma touca de vaquinha na cabeça para outro estado. Dizem que é coisa de artista isso (e escritor É artista), mas é um método infalível.
Se você está na rua esperando um ônibus do lado de alguém e os dois estão morrendo de tédio, mas os dois tem problemas para falar com estranhos, vocês não vão se falar. Coloque alguma roupa engraçada e um dos dois e, voila, problema resolvido! Um dos dois, pelo menos, vai sorrir e um sorriso é a melhor forma de começar uma boa conversa. Essa é a diferença entre ser vista como aquela garota quietinha do canto que ninguém sabe o nome ou ser Giulia, "a estranha do treco roxo no cabelo" que arrancou o primeiro sorriso do dia dos presentes.
E se as pessoas me julgarem? Quem se importa? Tipo, de verdade? No momento em que você conhece alguém você tem duas opções, aceitar a pessoa pelo que ela é, ou julgar. Se alguém me julga a culpa não é minha. Meu papel é aceitar mesmo os julgamentos. Deixa a consciência dos outros falar. Eu sei o que é certo: Ser quem eu sou. E eu sou esse caos ambulante socialmente esquisito que substitui falta de tato social por ações estranhas.
G.

P.S.: Fiquem de olho na página no facebook nos próximos dias. É importante.