Sempre gostei do dia 18 de novembro... Ok, essa é uma forma boa de começar a 4ª edição do Diário de Bordo. Dia 18 de novembro: faltam 3 meses para o meu aniversário, foi o dia em que eu me viciei oficialmente na Miley Cyrus (não perguntem como eu sei) (apenas não) (eu imploro) e é o aniversário da personagem principal do meu primeiro livro... E agora, esse dia tem um significado totalmente novo: hoje foi meu último dia como escrava adolesce... quer dizer, estudante do Ensino Médio. SOLTA A MÚSICA DE FORMATURA! Não? Ok, um gif serve.

ADIÓS QUÍMICA, ADIÓS FÍSICA, ADIÓS TRIGONOMETRIA!
 (ou hasta la vista se eu não passar no vestibular)

O ENSINO MÉDIO ACABOU! A escola acabou! Ok... Está muito difícil de absorver esse fato. Eu não sou mais uma estudante de colégio, minha escolaridade é Ensino Médio completo. Desde a quinta série (atual 6º ano) (já era 6º ano na minha época, mas ninguém chamava assim) eu venho esperando por esse momento. Foi quando entrei no ginásio que eu comecei a contagem regressiva. 6 anos... 3 anos.. 1 ano... acabou. Esses seis anos não foram suficientes para me preparar para o fim.
Inicialmente, o primeiro post do Diário de Bordo 4 seria um post super amargo sobre todas as coisas que eu queria ter tido durante o 3º ano e não tive. Eu, na verdade, comecei a escrevê-lo há mais de um mês e já tinha várias partes prontas sobre como eu queria que fosse meu baile de formatura ou até a própria formatura. Mas, recentemente, eu fiz uma revisão mental de como minha turma comemorou e ainda está comemorando o fim do Ensino Médio e percebi que agora eu tenho lembranças exclusivas que já me rendem e ainda vão me render muitas risadas.
Bem, simplificando, minha turma era a mais inconstante de todas. Começaram juntando dinheiro para fazer uma festa, mas durante o ano a ideia foi murchando e desistiram. Houveram boatos sobre uma formatura, mas era caro demais e como quase ninguém da turma queria participar ficaria mais caro ainda. No fim, resolveram marcar um jantar de despedida (que será na próxima quinta, 20) para que a gente use o dinheiro que foi juntado (é juntado né? acho que é juntado). Mas, apesar de ser diferente, essa não é uma ideia assim tão original. Original mesmo foram os dois últimos dias de aula, quando resolveram fazer o Chá de Fraldas que vinham prometendo ao professor de matemática o ano inteiro. Eu achei a ideia mais criativa do universo. Um Chá de Fraldas de despedida! Ninguém mais teve um desses! Foi um evento superbobinho que ninguém achou tão importante quanto eu, mas foi ele que me fez pensar em todo Ensino Médio e na dimensão de todas as coisas que aconteceram.
Como todo mundo sabe (porque é um daqueles assuntos sobre os quais eu nunca calo a boca) meus dois primeiros anos de Ensino Médio foram péssimos. O primeiro ano não foi tão ruim na escola, mas eu estava tão mal na minha vida pessoal (2012 foi o ano em que minha depressão ficou mais séria) que nem sei direito como consegui sobreviver àquele ano - e ainda passar direto. O segundo foi péssimo na escola, na vida, em tudo. Eu também não sei como sobrevivi ao segundo ano, quando estive tão perto da exaustão física e mental, mas eu criei a teoria de que se sobrevivi ao segundo ano, eu sobrevivo a qualquer coisa e tudo que aconteceu esse ano, só confirmou essa teoria. No terceiro ano, eu tive duas turmas. Uma no Rio de Janeiro de 10 de fevereiro a 9 de abril, e outra aqui na Bahia entre 9 de maio e hoje. As duas turmas foram incríveis; aliás, todas as turmas com que eu já estudei foram incríveis, mas o 3º A sempre vai ter um lugar especial no meu coração, porque eles me receberam em um momento péssimo da minha vida e direta ou indiretamente me ajudaram muito a lidar bem com uma série de situações terríveis. Eu não sei se teria sobrevivido em uma turma que não fosse tão diva (ou professores tão divos, porque esse foi o ano em que eu tive os melhores professores. Em especial o de literatura - que divulgou o blog para a turma inteira em uma aula que eu não fui - o de história e o de inglês - coincidentemente ou não, minhas matérias preferidas) e por isso os amarei para sempre.
Mas eu não quero me focar nisso o post inteiro até porque eu estava conversando agora mesmo, com minha colega sobre como eu não passei mais de dois anos na mesma escola e que por isso nunca criei raízes suficientemente fortes e isso me deu a maior vontade de chorar. NÃO! Esse post não é sobre o 3º A, o 3º E.M. ou a 201/101. O resto desse post é dedicado a todas as pessoas que terminaram ou terminarão o Ensino Médio este ano.

Obrigada Disney por ter criado material suficiente para 1000 posts sobre o Ensino Médio.

Esse post é para você que passou os últimos três anos da sua vida em salas cinzentas estudando matérias que você odiava com assuntos que você nunca vai usar na vida real (exceto em uma prova que vai definir sua vida profissional) (mais ou menos) (sempre existe a chance de se matar pro vestibular, entrar na faculdade, descobrir que você vai ter que se matar mais ainda e acabar desistindo) (sem querer assustar vocês) e ainda assim chora quando pensa que o Ensino Médio acabou. Porque chato ou não, complicado ou não, te deixando com vontade de se matar ou não, o Ensino Médio era um lugar seguro onde nós sabíamos o que estava para acontecer e podíamos fazer algumas coisas quase automaticamente. Agora que acabou, estamos nos jogando no mar revolto à meia noite sem saber o que vai acontecer e com grandes chances de morrer.. Tá, exagerei. Eu quero dizer que: acabou a farra, agora a gente é adulto.
Apesar disso, eu não estou tão triste quanto a maioria das pessoas estão. Na verdade, eu to superfeliz por ter acabado o Ensino Médio. "Ah, mas você não vai sentir falta da turma?" Depois que acabarem as 50 saídas que minha turma marcou eu respondo essa. "Você não tem medo de como é a vida lá fora?" Só MUITO MUITO MUITO MESMO! A ideia de ir para a faculdade, adentrar um mundo totalmente novo para mim, ter mais responsabilidades (Admitamos: eu não sou responsável. Até meu primo de 12 anos me disse isso) me dá pânico, mas eu estava pensando e 5 anos atrás a ideia de me mudar me causava pânico e eu fiz isso outras quatro vezes depois disso. Daqui a 5 anos outras coisas vão me causar pânico e se até lá eu não fizer as coisas que me causam pânico agora, eu vou me achar muito idiota por ter perdido chances únicas. Entenderam minha lógica?
Meu ponto é: o Ensino Médio foi um evento de três anos cheio de altos e baixos e de certezas incertas. Eu sinto, sim, que aproveitei cada segundo (tá, talvez não caaaaaada segundo, mas foi) e mesmo que metade da ficha ainda não tenha caído, eu mal vejo a hora de começar a vida com Ensino Médio completo de escolaridade.

G.

NÃO ESQUEÇAM DE RESPONDER À PESQUISA DE OPINIÃO DO BLOG SOBRE O ENSINO MÉDIO PARA TODAS AS PESSOAS QUE ESTÃO/ESTIVERAM NO ENSINO MÉDIO NO ANO DE 2014. A PESQUISA TERMINA AMANHÃ E O RESULTADO SAI NO SÁBADO.