Olá! Okay, antes de introduzir essa nova coluna à vocês eu preciso explicar porque não teremos o vídeo que eu tinha prometido que faria sair até hoje: O meu notebook é um filho da mãe. Fazia o quê? Nove meses que ele não dava problemas? Provavelmente menos. Dessa vez eu sei exatamente o que aconteceu, mas depois dele ter resolvido não ligar ontem de manhã, ele ligou e funcionou perfeitamente quando eu cheguei à loja de informática, ontem à tarde, só para, assim que chegou em casa, resolver que vai ligar, funcionar por dez segundos e desligar de novo. Então, eu o levei novamente para o conserto hoje pela manhã. Pequeno probleminha apenas: ESTAMOS NO MEIO DO CARNAVAL. Então, eu não faço a mínima ideia de quando vou ter meu notebook de volta. Eu peguei o da minha irmã emprestado para terminar este post meio escrito, porque é fevereiro, e eu tenho muitos posts a postar e não posso deixar eles se acumularem - mas o vídeo está no meu computador, então ele fica suspenso até eu ter meu notebook de volta. Pelo menos eu me formo ano que vem e a ideia é comprar um notebook novo assim que conseguir meu primeiro emprego oficial.
Na semana passada, eu perguntei no Instagram se as pessoas leriam ao blog se eu escrevesse alguns posts indicando livros, séries, filmes e música que eu amo e a resposta foi SIM. Assim surgiu a THAT'S MY OPINION, nova coluna de cultura pop do blog. Só lembrando que as indicações são baseadas no que eu gostei e eu nunca disse que tenho um bom gosto (só musical, meu gosto musical é maravilhoso, apesar de nada diverso), então não venham atrás de mim quando eu disser algo como "ISSO FOI A MELHOR COISA QUE EU JÁ VI NA VIDA". No post de hoje, "Livros onde eu consegui me ver" ou livros cujas personagens ou histórias ou palavras me lembraram de mim. Porque representatividade é importante. Mas vocês já sabiam disso.

"Toda pessoa merece o direito de se sentir representada." EI, inclusive, hoje é aniversário da Yara!! Rainhas Aquarianas.
Com toda conversa sobre representatividade nos últimos anos, eu já acabei tendo que responder à pergunta "Qual foi o primeiro _____ onde você se viu?" várias vezes. Normalmente é difícil responder, porque quando eu era criança ou até alguns anos atrás, eu não pensava nisso. Mas quanto mais eu penso, mais eu vejo que não existem tantas heroínas - ou heróis - com uma história como a minha por aí e que é justamente por esbarrar em heróis assim eventualmente, que eu acabo me encontrando em alguns livros. Eis a minha lista, com leituras mais recentes (porque se eu fosse considerar todas as leituras, essa lista teria até Carmilla).
OBS.: Eu não estou listando personagens que eu odiei porque se pareciam demais comigo, porque essa é uma crise emocional para outro post.
OBS. 2: Os links nos títulos levam à página dos livros na Amazon. Não é #publi (mas Amazon, se você quiser, eu quero), é só porque já é mais fácil encontrar os livros mesmo.

Eu li Keeping Long Island em setembro e só depois me dei conta de que eu não falei o suficiente sobre ele, tipo, nem de perto. Este livro me arruinou completamente. É um dos mais lindos que eu já li na vida e um daqueles que acerta exatamente o que é ter depressão. Graças a ele, eu tenho exigências claras quando o assunto é falar sobre depressão enquanto garota queer, falar sobre luto, falar sobre finais felizes e clichê e sobre o quanto é difícil falar quando tudo isso está acontecendo e foi por isso que eu deixei de gostar de alguns livros que eu li depois dele. KLI acerta com precisão.
O livro conta sobre Kayden, que ganha um diário de presente da terapeuta para que ela possa começar a compartilhar os segredos que tem. Ela está no último ano da faculdade e algumas coisas que aconteceram antes que ela começasse a faculdade tem efeitos nela até hoje. Ela só consegue compartilhar o que sente com Keeper, o diário. Um dia, quando Kayden está estudando na biblioteca e percebe que esqueceu o diário em casa, ela acaba escrevendo seus segredos em um papel solto e esquecendo o papel dentro de um livro. Alex encontra o papel e responde a Kayden, começando uma correspondência, onde Kayden finalmente consegue compartilhar.
O livro é incrível. E a storyline romântica dele tem uma reviravolta bem clichê e isso me fez perceber que não existem livros o suficiente sobre garotas queer com depressão e ansiedade e seus finais felizes clichês. Nós não somos apenas histórias tristes. A gente merece o drama bobo que todas as outras pessoas merecem. Me dê isso mais um milhão vezes.

Quinze Dias - Vitor Martins
Eu amei cada parte de Quinze Dias, mas foi uma frase no finalzinho que fez o livro entrar nessa lista. "Acho que eu me mantive tão ocupado tentando não ficar mal, que eu acabei esquecendo de tentar ficar bem". Eu acho que a história do Felipe e a das pessoas ao redor dele são aquele tipo de história que todo mundo que já sentiu algo parecido se identifica. Todo mundo sabe o que é ter 17 anos. E muita gente sabe o que é ter 17 anos e nunca ter se sentido feliz de verdade consigo mesmo. Eu não tinha pensado nesse livro na minha lista da Bienal de 2017, até a Bárbara Morais me dizer que eu amaria ele, no tempo que a gente ficou conversando. Ela me convenceu com a frase "É bissexual o nome" e ela estava muito certa. É o meu tipo de livro e é o tipo de história que eu consegui sentir, bem mais que ler.

Mosquitolândia - David Arnold
What a fucking book. Mosquitolândia foi o primeiro livro escrito por um homem que eu li em quase um ano, então eu estava assustadoramente consciente de pequenos detalhes de representação em ter um homem escrevendo o ponto de vista de uma jovem de 16 anos, mas o livro não tinha falhas mortais. Existia toda essa camada de coisas e sentimentos a percorrer e eu fui levada às lágrimas ao longo do caminho.
Em um ponto, eu tive muito medo de que esse fosse o tipo de livro que fala sobre como antidepressivos/antipsicóticos são a perdição do mundo, mas quando a Mim opta por não tomar mais os dela, não é porque ela acha que eles fazem mais mal do que bem, mas porque ela entende que precisa buscar outros tipos de tratamento, com médicos que a compreendam (Ainda é uma escolha horrível!! Não deixem de tomar psicotrópicos sem o conhecimento de um médico!!!!!!!!!! Seu cérebro controla seu corpo inteiro, então isso é algo extremamente idiota de se fazer!!!!!!!!!!!). E eu entendo muito não estar no caminho certo do "estar bem".
Além disso, eu sou e sempre serei a maior apreciadora de livros de roadtrip. Filmes também, mas livros são mais raros e são inevitavelmente melhores. E eu nem estou dizendo isso porque eu tenho um livro de roadtrip planejado para o NaNoWriMo 2019.

A Princesa Salva a Si Mesma Neste Livro - Amanda Lovelace
Eu comecei a me interessar de verdade - apesar de ainda não de uma forma obsessiva - por poesia contemporânea no ano passado. Foi causado por algo entre passar cinco meses lendo um livro de poesia de 30 anos atrás e escrever eu mesma alguns versos soltos que me levou a este mundo e depois de ter recebido o único endossamento que importa de verdade, eu encontrei A Princesa Salva a Si Mesma Neste Livro - que foi publicado no Brasil pela Editora Leya no fim do ano passado.
Eu estava esperando um livro lindo e intenso, o que eu não estava esperando era 54 socos na barriga, 70 chutes na cara e três rasteiras. O livro falou comigo em um nível que eu não estava esperando - e ironicamente, no dia em que eu comecei ele, eu fiquei me perguntando se tenho a profundidade necessária para compreender poesia (porque eu não acredito nada em mim mesma). O resultado foi eu não conseguir ler o livro de uma vez, porque eu precisava parar um pouco e absorver tudo. E ficar postando os poemas no Instagram o tempo inteiro. A Amanda acerta muito sobre o luto, quando fala sobre a morte da mãe, aceitação, quando fala dela mesma, depressão, contando a própria história. Ela também fala sobre ler e escrever e encontrar refúgio nas palavras. Tudo. Eu me senti vista e por ser vista tão claramente, minha alma pareceu queimar.
E é por isso que, para terminar o post, eu deixo com vocês a última estrofe do poema ao leitor, no fim do livro:

por favor, saiba que
a cada palavra
que você leu,
ficou muito mais
fácil para mim
r e s p i r a r.


Vejo vocês semana que vem,
G.