Sabe aquela sensação clichê de Lar de que tanto se fala nos livros? É uma sensação maravilhosa.
Como vocês sabem, eu sou uma garota de cidade pequena. Eu não nasci numa cidade pequena, na verdade, Vitória da Conquista (a terceira maior cidade do estado) tem crescido mais do que os governantes e comerciantes podem aguentar, seja extencionalmente (mesmo que o computador esteja insistindo comigo que essa palavra não existe) , populacionalmente, ou comercialmente. No entanto eu cresci em uma cidade de pouco mais de 150 mil habitantes, sem shoppings, cinema, praia ou qualquer outro tipo de diversão que não seja a praça ou circos e parques ocasionalmente (se essa cidade pelo menos fosse Mystic Falls).
Mas eu nunca fui o tipo de garota de cidade pequena. Apesar de ser caseira - na verdade eu sou por causa de várias circunstâncias e acho que a maioria delas tem a ver com o fato de que quando pequena, quando saía de casa, eu era forçada a participar de programas não muito divertidos. - eu gosto do movimento de cidades grandes. Gosto de shoppings, eventos e vamos combinar né, eu vou ser jornalista, gosto de morar no centro da informação. Eu nasci para essa cidade.
Por outro lado não se esqueçam que eu disse que amo a Bahia. Não é mentira. Eu tenho orgulho de ser baiana. Eu amo meu sotaque e gostei de ter voltado com ele ainda mais puxado. Eu amo a Bahia, especialmente quando os assuntos são clima, comida e paisagens. Mas eu amo morar no Rio de Janeiro e os atos de algumas pessoas e as experiências que eu vivi lá mesmo que fizeram com que a Bahia continue sendo minha terra natal que eu amo. Mas não meu Lar.
Além disso a sensação de Lar é marcada por algo muito meu. Eu não sou egoísta, mas sou muito possessiva. Muito mesmo. Aquilo que é meu, é meu. Acabou a festa. (mas calma, essa regra não se aplica a pessoas. Se eu fosse ciumenta. Com meus amigos ou minha família eu estaria em uma prisão de segurança máximo). E eu estava com tanta saudade das minhas coisas que em nenhum lugar eu me sentiria no meu Lar.

Continuando a história de onde parei. Nós descemos do ônibus, pegamos as malas e levamos as milhares de malas e sacolas para dentro da Rodoviária Novo Rio. Minha avó ligou para minha mãe para avisar que tínhamos chegado e acabou fazendo uma confusão com o nome da plataforma de embarque/desembarque (de novo, não estou falando mal dela apenas contando a história) e eu tive que resolver. Como eu sou prática consegui, claro.
Eu aproveitei o tempo de espera e para me localizar fui ao segundo andar para comprar o livro que minha mãe disse que queria de aniversário, Uma Vida Sem Limites de Nick Vujicic (na verdade nós trouxemos vários presentes pra ela e coisas que ela queria bastante. Eu gostei disso porque a deixou feliz e porque ano passado - o aniversário dela é 15/12 - ela fez 40 anos e não é o tipo de coisa que se pode deixar passar em branco).
Entrar na livraria foi inebriante. Eu amo o cheiro de livros e como as capas deles são hipnotizantes. Quando eu entro procurando algum livro eu gosto de olhar estante por estante, mas eu estava com pressa e tive que perguntar a vendedora que achou o livro assim que se virou. Eu paguei e voltei lá pra baixo. Eu tinha quase me esquecido como era entrar numa livraria e achar o livro que a gente procura. Eu já estava me sentindo em casa.
Quando voltei ao lugar onde as coisas estavam minha mãe ligou e eu dei as exatas coordenadas de onde estávamos o que deixou bem fácil de achar. Depois que ela chegou com o tio dela - marido da minha tia avó que mora dois andares em baixo de mim - e houve o momento saudações e exclamações por causa da catapora, nós atravessamos a rodoviária com as malas e fomos para casa.
O caminho foi apenas cheio de conversas sobre o que fizemos nos tempos que passamos fora.
Então chegamos em casa e eu pude matar saudade das minhas coisas. Ontem eu as fotografei pra vocês terem uma ideia do que eu tô falando:

A parte de cima do meu guarda-roupa, conhecida como meu cantinho. Meus livros, tem 22 ali porque tá faltando um (A Batalha de Uma Adolescente que eu ganhei de Natal da minha mãe no dia em que cheguei), mais meu diário que fica entre meus livros de o Diário da Princesa e os de Diários do Vampiro. No canto, meus DVDs. Ali no cantinho na horizontal, meu Unbroken. Aqui na frente minha caixa de jóias (que na verdade tem dinheiro dentro, e que eu ganhei no aniversário de 20 anos de Candice Accola, mesmo que isso não significasse nada pra mim na época). E bem aqui na frente com só a pontinha aparecendo, minha agenda.


A parte de baixo do meu guarda roupa. A esquerda a porta customizada dele. E à direita ele por dentro, minhas revistas (estou com trinta e poucas agora sendo que vou comprar mais duas essa semana). Lá em cima a patinha de "miminha" uma ovelhinha de pelúcia que eu ganhei quando tinha um ano. Na frente outro presente de Natal da minha mãe, a latinha com meu perfume da Betty Boop. As caixas onde vieram minha pulseira - que eu ganhei e um sorteio - e meu espelho de Jerusálem - que meu tio que é pastor trouxe quando chegou de viagem. Em baixo, minha caderneta de autógrafos que conta com o incrível número de 1 autógrafo (de um ex protagonista da malhação. NÃO ME JULGUE). e ali do lado, Lilly minha porquinha de pelúcia que meu primo achou na Praia do Dentinho em Araruama em 2010.

Esses são meus bebês. Meu MP4 chinês que foi comigo, cujo apelido é "melhor negócio que eu fiz em 2011" e meu rádio novo meu primeiro presente de aniversário de 14 anos (que é dia 18/02 não esqueçam).

Além disso, aqui em casa a água do chuveiro é mais forte, tem as melhores comidas que eu posso comer quando eu quiser, tem a minha cama que é única e as novidades são as novas decorações do banheiro e ar condicionado no quarto da minha mãe.
Ok. Antes de terminar, uma coisa. O show da Selena, está em jogo. Eu não tenho ideia de como eu estou me sentindo em relação a tudo isso. Estou participando de promoções e tudo, inclusive pro Meet & Greet, mas minha idade não está ajudado muito. Eu coloquei tudo na mão de Deus. Eu não me sinto triste nem, quero ajuda e nem espero que o que eu acabei de dizer seja entendido, eu só queria dizer.
No mais, voltar pra casa é maravilhoso. Eu me sinto feliz. Satisfeita.

Amo vocês,
Juh.

P.S.: Deixem comentários, sugestões, e dicas. Espero que gostem.