Como as críticas do my melodie nunca são normais, e eu não acho que eu tenha categoria pra criticar um dos maiores clássicos de literatura não ficcional da história, eu tive a ideia - na aula de física - de fazer o texto sobre o melhor livro que eu ando lendo ultimamente em forma de diário, narrando cada um dos dias que eu passei lendo ele. Espero que fique suficientemente interessante.

Terça-Feira, 16 de outubro de 2012.
Eu pude finalmente começar a ler o livro, que roubei peguei emprestado das minhas primas na semana passada, entre a primeira e a segunda aula (física 1 e espanhol). Tem tanto tempo que eu queria ler o Diário de Anne Frank. Eu lembro que ao contrário da maioria das pessoas, eu ouvi falar desse livro sozinha, em uma noite na casa da minha avó enquanto eu fuçava os livros de português dela atras de tirinhas e textos legais (eu li todos os livros didáticos de português da casa da minha avó. O que é muito), e vi uma parte do livro. Claro que depois disso eu já tive aulas sobre segunda guerra mundial ano passado e a professora pediu pra que a gente lesse e tudo, mas eu não queria ler por influencia. Mas depois de achar o livro, e considerando o último livro que eu li (que era tão ruim que eu nem consegui terminar), eu estava ansiosa pra começar logo.
E então eu comecei. Tenho que dizer que o prefácio me frustrou. Mas foi porque eu não sabia direito o que tinha sido cortado do original e o que tinha sido mantido. E aquilo era frustrante porque eu queria detalhes. Mínimos. E tinha medo de terem cortado os detalhes que eu queria. Eu quero ler a versão sem cortes do diário, que pelo que eu li, existe em algum lugar.
Depois dessa lida rápida entre as duas aulas, eu só pude voltar ao livro no fim do intervalo - já que passei o inicio dele fazendo minha avaliação de filosofia da qual eu tinha esquecido completamente durante os últimos sete dias - e continuei com pequenas pausas para fazer dever e prestar atenção na aula (escola só atrapalha meu rendimento). Eu cheguei até uma parte em que eles já estão no esconderijo, mas ainda falta muito pra ler.
Eu tenho que admitir que a vontade de chorar veio bem antes de começar os relatos da guerra. Quer dizer, uma adolescente de 13 anos, que apesar de cercada de gente nunca teve um amigo de verdade porque não consegue se aproximar de ninguém? Não consegue confiar e nem falar sobre coisas sérias com os amigos porque apenas quer se divertir e esquecer com eles e depois sente falta de ter alguém que confie e além disso tudo distrai o fato de se sentir sozinha com histórias e diários? EXISTE ALGUMA CHANCE MESMO QUE MILIMÉTRICA DE EU NÃO ME IMAGINAR NO LUGAR DELA?
E o pior é que eu consegui amigas de verdade (uma delas em quem eu confio cegamente e sempre vai ser a pessoa mais importante pra mim, apesar de tudo que aconteceu depois disso). Pessoas em quem eu confio. E a Anne não. A guerra tirou tudo dela. E ela ainda sofreu no esconderijo mais do que o fato de ela estar fugindo da guerra. As pessoas a faziam passar por coisas que ela não precisava passar. É uma droga ler um livro, saber que é baseado em uma história real, se sentir com a personagem principal se sente e saber que o final feliz dela não existiu.
Agora sim faz sentido porque esse livro é um dos mais lidos e traduzidos do mundo.

G.
Quarta-Feira, 17 de outubro de 2012
Aviso: Os níveis de preguiça pra digitar esse dia do post ultrapassaram o recomendado pelo Ministério da Saúde, então se eu deixar de fazer sentindo em alguma parte, eu avisei.

Outra quarta-feira normal na minha vida, com omissão de tarefa e olhares decepcionados em Química. Papo furado sobre livros na aula de português.

Quinta-Feira, 18 de outubro de 2012 (ANIVERSÁRIO DO ZAC EFRON *-*)
Como o diário de ontem (dia 17) foi rudimente interrompida pela coisa mais incrível que me aconteceu em semanas, (pra quem não sabe eu não quero contar "Guarde as melhores coisas pra você e só divida o que possa fazer bem para outras pessoas como fazem a você", disse um sábio, que pode ou não ter sido eu, um dia) eu vou continuar o relato de onde eu parei. Vejamos, a aula foi basicamente normal, o que significa que eu li bastante.

Sexta-Feira, 19 de outubro de 2012
Pois é. Só pra ter uma noção de como as coisas estão eu não consegui terminar nada por dois dias. Mas dessa vez vai e sem interrupções.

Quando mais longe você vai indo enquanto lê O Diário e descobre mais sobre Anne, mais você se coloca no lugar dela e mais sofre junto. Dá pra entender como ela se sente mesmo não sentindo aquilo na pele. O medo, a pressão sobre ela, a raiva. Claro que do ponto de vista dela não dá pra ver tudo, e nunca que num país em que nunca teve uma guerra, vivendo confortavelmente você vai entender completamente a vida em um esconderijo, mas dá pra entender a sensação. E se sentir mal por ela e ao mesmo tempo se sentir forte.
Mesmo não tendo acabado de ler o livro ainda eu sei que Anne foi forte até o final. Eu acredito nisso pelos lugares de onde ela tirou força. Ela me faz pensar em outras pessoas que eu conheço e na frase "Deus nunca dá nada que você não consiga suportar". De uma forma ou de outra o livro tem feito eu me sentir bem, apesar da vontade constante de chorar.
Mas voltando as partes do livro, depois de passar por umas passagens realmente chocantes - do tipo: OMG ANNEEE!- e descobrir as novas paixões da Anne - trocadilho insinuante pra não dar spoiler - eu tô ficando triste por já estar chegando no final, mesmo que depois - como o livro é um vira-vira - eu vá ler Contos do Esconderijo - uma série de histórias escritas pela Anne enquanto ela estava no esconderijo que ela inclusive cita no diário.
Eu estou morrendo de curiosidade sobre o que o relacionamento dela vai dar e como é o último dia que ela escreveu o diário. Mas isso só vai acontecer se eu continuar lendo e eu tenho muita coisa pra fazer pra conseguir tempo pra isso, então eu já vou indo. Como diria Anne, amanhã tem mais.

G.

Sábado, 20 de outubro de 2012
Hoje eu tenho pouca coisa pra dizer (oh, bite me, o dia foi um caos - trocadilho interno - e eu escrevi no meu diário, depois de 2 meses e 10 dias então). Só queria dizer que tô bem feliz por saber que Anne pelo menos conseguiu se aproximar tanto de alguém como Peter. Mesmo se apaixonando e enfrentando o drama (Ter 14 anos não é fácil pra ninguém), ela conseguiu o que queria e foi feliz por isso. E isso me deixa feliz. Até amanhã.
G.

Segunda-Feira, 29 de outubro de 2012
NOOOOOOOOOOOOOOOOOOSSAAAAAAAAAAAAAAAAA. Não sei o que é pior, eu ter escrito a última parte do diário há 9 dias, ou o fato de eu ter levado 13 dias pra ler "O Diário de Anne Frank" e "Contos do Esconderijo". EU LEVEI MENOS TEMPO QUE ISSO PRA LER "A TORMENTA DE ESPADAS"! E ATDE TEM 840 PÁGINAS ENQUANTO O DIÁRIO TEM 350 E OS CONTOS 140 NA EDIÇÃO DE BOLSO! Eu sei que eu fui parar no hospital, e tive vários problemas nesse meio tempo, MAS NÃO JUSTIFICA. Orgulho ferido. </3 Mas agora já era então vamos a """""""crítica""""""".
A primeira coisa que eu tenho a dizer é: eu não chorei com o livro. Não se enganem, eu senti muita, MUITA, vontade de chorar. Mas não chorei. Isso é bem comum de mim, e talvez eu não tenha chorado porque quando eu cheguei ao fim eu estava, hmm, "com pressa". Mesmo assim, eu fiquei de coração partido. Quer dizer, na última coisa que ela escreveu, ela diz tanto sobre si própria, sobre coisas que ela guardava. vezesE bem, eu tentava ao máximo evitar comparações sobre ela e a minha melhor amiga, mas as  é totalmente inevitável e como eu acho que ela não vai ler aqui, tudo bem. É só que, ambas são tão incríveis. Fortes. E as coisas que a Anne disse no livro. Então eu não pude não ficar com o coração partido, mas de certa forma feliz. Quer dizer, "Deus nunca dá a ninguém um sofrimento que não possa suportar", certo? Ela passou pelo que teve que passar, e foi forte até o fim e quando ela foi embora, foi porque estava na hora dela, e ela foi como uma mártir. É assim que eu me senti sobre o livro. Não triste por tudo que aconteceu a Anne. Mas sim feliz por ela ter deixado o diário para o mundo.
Quanto aos "Contos do esconderijo"... Primeiro eu fiquei chocadamente feliz por saber que a Anne queria ser jornalista e escritora (ASSIM COMO EU, pra quem não sabe). E sobre os contos o que eu tenho a dizer, é que eu queria ter talento pra conseguir escrever contos simples e leves como esses. As vezes simples é melhor, e apesar de eu gostar bastante (e receber elogios sobre) das coisas que eu escrevo, eu sei que o que eu escrevo pode ser bem complicado.
Enfim, é isso. Eu fiquei completamente apaixonada pela história e pelas histórias (que trocadilho péssimo, Giulia) de Annelisse Maria Frank (momento eu usando conhecimento da Wikipedia, pra deixar o post mais chique). E realmente quero ler mais sobre o assunto.
G.

PS.: Desculpem a confusão, a indecisão, etc. Eu quis que ficasse parecendo um diário mesmo então nem editei nada que eu disse.
Amo vocês.