Boa noite pessoinhas! Eu to começando a pensar a respeito de chamar meus fãs de "pessoinhas" por causa do tanto que eu tenho usado essa palavra - brincadeira, não me matem.
Como eu disse mais cedo no Facebook, eu tinha outra ideia para post hoje, mas como hoje é dia do estudante (aliás, feliz dia do estudante para todos nós) eu resolvi postar essa maravilha de post que eu já tinha pensado em postar diversas vezes e acabava desistindo porque era muito polêmico. Mas, como eu também tive a ideia de criar uma pesquisa que revelaria a opinião de todos os estudantes do Ensino Médio no Brasil (no fim da página), eu acabei resolvendo que postar ele seria uma boa.
Eu não sou uma pessoa muito satisfeita com o sistema educacional atual, como eu já disse 9 meses atrás, mas ao contrário dessa época, hoje em dia eu sou uma pessoa mais informada a respeito da história da educação atual, graças a um livrinho maravilhoso que eu li esse ano. Então aqui está o que eu sei e minhas teorias e resumos, por favor, me corrijam se eu estiver errada:
Antes da Revolução Industrial, o estudo era para poucos. Claro que o Renascimento e o Iluminismo fizeram com que esse número de "poucos" fosse um pouco maior, não porque a educação se tornou mais acessível para os pobres, mas porque as pessoas começaram a perceber que o saber era importante. Os que não tinham condições de perder tempo fazendo qualquer outra coisa além de trabalhar, não estudavam. Havia muitas coisas mais importantes para fazer do que aprender a fazer contas ou a escrever. Uma das coisas que eu li foi que as famílias da classe média ficavam em choque se descobrissem que uma criança de 7 anos não trabalhava. Estudar - se você não tivesse dinheiro - era sinônimo de vadiar.
Com a Revolução Industrial, tudo ficou mais rápido. A maioria das coisas que tomava o tempo das pessoas se tornou mecanizada, por isso o mundo começou a se preocupar com outras coisas, como alfabetização para todos, se crianças realmente deveriam trabalhar, direitos humanos, esse tipo de coisa. Aos poucos, a educação foi se tornando cada vez mais importante e em um mundo capitalista onde para sobreviver você precisa produzir capital, também acabou se tornando um comércio. Escolas particulares surgiram praticamente antes das públicas, e você pagava muito caro para conseguir que seus filhos fossem os mais instruídos. Acho que foi mais ou menos nessa época que a educação se tornou totalmente elitista. (Sim, o jogo de palavras foi proposital).
Enquanto por vários séculos só estudava quem realmente adorava o saber e queria mudar o mundo de alguma forma, hoje em dia todo mundo estuda. Não por prazer, vale ressaltar, mas por obrigação. É óbvio que o estudo é importante, mas são pouquíssimas as pessoas que fazem isso por amor. Basicamente você tem que estudar se quiser ser alguém na vida e ser alguém na vida é a coisa mais importante do mundo.
Na semana passada, eu comentei no Facebook que estava pensando - outra vez - em não fazer faculdade e a reação dos adultos (que não apresentaram reação nenhuma quando eu disse isso no ano passado) não me surpreendeu de forma alguma: "Você precisa estudar se quiser ser alguém na vida", "Se você não estudar vai ficar por fora no mercado de trabalho", "Hoje em dia todo mundo estuda". Por favor, me digam que eu não sou a única que acha que essas razões são totalmente erradas!!
Eu sempre digo que adoro aprender, mas odeio estudar. Eu gosto de saber das coisas, de ter na cabeça coisas que ninguém mais sabe, de me sentir preparada, mas odeio ficar 5h30 em uma sala de aula com pessoas que estão odiando aquilo quase tanto quanto eu. Se eu for fazer faculdade aqui vão as razões corretas pelas quais eu vou fazer isso:
1. Eu sou apaixonada por jornalismo e por história e acho que fazer faculdade de uma dessas áreas vai ser uma das experiências mais divertidas da minha vida, que eu vou me lembrar com carinho para sempre.
2. Fazer faculdade de jornalismo ou de história vai ampliar meu conhecimento e afiar minha habilidade de escrita e escrever é a minha maior paixão do tipo que me faz ficar sem dormir ou comer e ainda assim me sentir maravilhosa.
3. Ter um diploma universitário é sim, uma forma mais sábia de atingir um ponto da minha vida onde eu possa ter uma vida tranquila e estável e possa realizar meus sonhos.
Agora vocês me digam se não acham as minhas razões muito melhores do que as que me disseram na semana passada.
Eu separo educadores em duas categorias: Pessoas como a diretora da minha escola, que afirmou na semana passada que só tem orgulho de alunos que passam no vestibular (sendo que eu tenho colegas de turma que moram em outra cidade e que acordam quase de madrugada para estudar enquanto os pais se desdobram para dar mil reais - sim, mil reais - em uma escola, para os filhos que não, ainda não conseguiram passar no vestibular, mas nem por isso são menos esforçados, ouvirem merdas desse tipo) e pessoas como o diretor geral da rede de escolas onde eu estudo que me disse que é muito melhor estar feliz consigo mesmo do que se matar de tanto estudar. Ele tem 70 anos e acredita nas mesmas coisas que eu: se eu morrer no dia seguinte que pegar o resultado do meu vestibular, eu vou ter tido uma vida feliz? As pessoas podem até dizer que eu fui esforçada e tudo, mas eu mesma, diria que tive uma vida feliz?
Algumas pessoas ainda não entenderam - apesar do gigantesco número de filmes, de músicas, de séries e de livros feitos sobre o assunto - que não adianta nada você ter o emprego dos sonhos, ter um currículo maravilhoso, ganhar rios de dinheiro, >ter a aparência< de uma vida maravilhosa e não ser feliz, não realizar seus sonhos, não ter uma vida plena! Meu Deus, a gente só vive uma vez! E eu definitivamente não quero passar minha vida em salas de aula sentindo que eu não estou fazendo o suficiente (novidade: é impossível saber tudo), sendo que uma nota de 0 a 10 nunca definiu inteligência de ninguém.
Finalizando, eu quero deixar uma coisa bem clara: Eu sei que existem pessoas que amam ficar numa sala de aula, amam fazer cursinho, fazem pós, mestrado, doutorado e depois começam tudo de novo. Essas pessoas são felizes com as escolhas delas, e graças a Deus por isso! Se você ama isso, vai lá e faça. Se vale a pena para você, se faz você feliz, faça! Mas eu não sou uma dessas pessoas de mil cursos. E eu não vou me submeter a isso simplesmente para não ficar atrás no mercado de trabalho.

Ensino médio no Brasil: A hora da verdade.

Agora com vocês: a pesquisa do ano. Todo mundo vive vendo essas pesquisas de opinião publicadas por sei lá quem, que não diz nada da verdade que nós - pessoas que vivemos o que foi pesquisado - pensamos. O grupo de pessoas que tem sido submetida a esse tipo de opinião furada que vai ter a chance de dizer o que quer agora somos nós: os estudantes.
A pesquisa Ensino médio no Brasil: A hora da verdade foi criada para rodar o Brasil inteiro durante 100 dias (entre 11 de agosto e 19 novembro de 2014), em busca de relatos de pessoas que estão no Ensino Médio este ano. O objetivo é descobrir se realmente existe um "clichê de Ensino Médio brasileiro" e o que os alunos desse grupo pensam, esperam e desejam. Um resumo desse formulário com as principais respostas e as histórias mais interessantes será postado aqui no dia 22 de novembro de 2014.
Nele você tem a chance de responder às perguntas mais inusitadas, e se continuar insatisfeito e tiver algo mais a dizer falar ainda mais. Eu realmente espero que vocês curtam e/ou divulguem para o maior número de pessoas que estão no Ensino Médio.



G.