Ok, então dois meses atrás eu e minha irmã fomos até o aeroporto da cidade comprar nossas passagens para viajar nas férias. Íamos comprar no balcão da empresa, mas, chegando lá, disseram que a compra só podia ser feita no balcão da agência de viagens. Fizemos isso, mas não sem piadinhas a respeito de eu e minha irmã estarmos viajando e comprando as passagens sozinhas e como a gente devia estar fugindo de casa. A gente tinha juntado dinheiro para essa passagem por alguns meses (até porque viajar para o Rio de Janeiro em dezembro não é nada barato) e estávamos satisfeitas em encontrar uma passagem em um valor mais ou menos aceitável. Compra feita, estava tudo indo perfeitamente bem. Pediram que nós ligássemos uma semana antes da viagem (o que seria o último dia 9) e nós assim o fizemos, confirmando que tudo estava certo para nossa viagem... Até a segunda-feira, 15.
Minha irmã estava indo fazer o cabelo quando a moça da agência ligou, avisando que nosso voo havia sido cancelado, porque as duas empresas que nos levariam haviam acabado com a parceria que tinham e que, por isso, eles estariam nos realocando em outro voo, de outra empresa, no dia seguinte. Eles estariam enviando informações dentro de uma hora. A sementinha da dúvida foi plantada. Aquilo não fazia o mínimo sentido: como duas empresas aéreas importantes quebram uma parceria e deixam passageiros que voariam no dia seguinte sem poder viajar? 
Depois de reclamar muito no Twitter, eu comecei uma pesquisa detalhada sobre várias coisas. Primeiro, as empresas realmente quebraram a parceria? O Twitter de uma delas disse que não. Eu conseguia encontrar alguma coisa sobre a minha reserva no site da empresa? Não. A agência de viagens era confiável? Tinha um site com informações detalhadas, mas isso não quer dizer tanta coisa. Passamos o resto do dia ligando para a agência de viagens pedindo informações mais detalhadas do que havia acontecido com o nosso voo. Ligamos 11 vezes, e fomos atendidas 5. As informações sobre o nosso novo voo que seriam enviadas em uma hora, levaram 6 horas para chegar. Eu já estava com todos os documentos da compra em mãos e, na verdade, já tinha entrado em contato com uma advogada (ok, ela é meio que uma mãe adotiva com quem eu estava me abrindo, mas ela é advogada e me deixem fazer drama). Meu medo de tudo dar errado era enorme e mesmo depois que as informações do voo novo chegaram eu sabia que só ficaria calma quando tudo desse certo e eu estivesse pisando em solo carioca. Bem, deu tudo certo, mas antes de chegar a essa parte deixem-me dizer minhas teorias: ou as empresas barraram a agência de viagens por algum motivo e eles tiveram que mudar a empresa aérea na qual viajamos (a passagem da empresa que viemos custava só O DOBRO do que pagamos), ou eles cometeram algum erro na hora da compra e só perceberam isso tarde demais. Eu também tinha uma teoria de que eles iam dar um golpe na gente, mas a gente encheu tanto o saco que eles preferiram mandar a gente de uma vez, só que essa teoria é mais improvável.
De qualquer forma, dia 17, às 2h30 da manhã (após ter ido dormir à meia noite), eu e minha irmã estávamos de pé e prontas para ir ao aeroporto. O voo era às 4h, mas devíamos estar lá uma hora antes dele. Tomei só um copo de café descafeinado (pois é, a nutricionista da minha avó mandou que ela tomasse café descafeinado e por isso eu estou sendo submetida a essa tortura) (qual o ponto de tomar café se não tem cafeína?) e parti. Eu estava com muito medo de que alguma coisa desse errado: ou algum detalhe relacionado a compra da passagem ou que o voo fosse adiado, até porque quando eu acordei estava chovendo e muitas vezes quando chove o aeroporto da cidade fecha. Graças a Deus, não deu nada errado e às 4h em ponto o voo saiu.
Apesar de ser muito cedo, eu amo voar nesse horário. Primeiro, porque é o único período do dia em que a cidade que eu moro é linda. As luzes da cidade me encantam, e o céu também. Depois, porque a partir das 4h30 o sol começa a nascer a leste e, por estar no céu, parece que você faz parte daquele momento. Começa com uma linha amarela no céu que o deixa de três cores: amarelo, verde e um azul que vai se aprofundando até perto do preto. Eu estava sentada a oeste (parece que eu sempre fico a oeste nesses voos), mas não importa porque o nascer do sol toma conta de tudo. Sabe como dizem que é sempre mais escuro antes do amanhecer? É a mais pura verdade porque enquanto o sol vai surgindo de um lado, o céu está um breu de outro. Até as estrelas somem, em respeito a estrela maior que está surgindo. Aos poucos a luz do sol vai ficando mais intensa o que vai vai deixando o azul do céu mais suave e o céu mais claro. Finalmente, o sol desponta sobre as nuvens em uma explosão preguiçosa de amarelo, laranja e cor de rosa.

Eu disse que poderia escrever um livro sobre isso.

Enfim, chegamos ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves (Confins) - nossa escala oficial - 6h42. A viagem, na verdade, dura mais ou menos 1h30, mas ao ir da Bahia para Minas Gerais nós mudamos de fuso (já que MG tem horário de verão e a Bahia, não). Tínhamos duas horas de nada para fazer, então. A gente queria tirar fotos então nós fomos para a área do portão 1 (dica para quem passa muito tempo em escalas em Confins e gosta de privacidade: no andar do embarque normal, procure o portão 1; quase ninguém fica naquela área porque o acesso não é tão fácil. Só tome cuidado para não perder o voo) onde nós podíamos tirar foto sem pagar muito mico. Ali perto eu achei o California Coffee (cujo slogan eu ainda acho que deveria ser "Porque o Starbucks é muito mainstream") onde eu pedi um Caramel Latte (que é basicamente um pedacinho do céu) porque eu precisava de café de verdade.
Nosso voo até o Rio atrasou 20 minutos, porque graças ao fechamento do aeroporto de Brasília - que resolveu abrir uns minutos antes do nosso voo - a empresa precisou adiantar os outros voos que estavam atrasados. Foi isso que fez nosso piloto ultrapassar barreira do som, o que - já que eu sempre fico com medo quando estou voando sozinha e dessa vez colocaram minha irmã separada de mim (tenho quase certeza que foi vingança do cara do check-in, já que a gente não quis comprar as poltronas com mais espaço no avião) - me deixou bem nervosa. Chegamos no Rio com apenas 2 minutos de atraso em relação ao horário previsto - o serviço de bordo ainda estava acontecendo quando o piloto iniciou o procedimento de descida.
Resumindo o resto do dia: chegamos ao Rio 10h58. (Detalhe: no momento em que a gente chegou havia uma câmera da Globo, um carro dos bombeiros e um do esquadrão antibombas no aeroporto. Eu fiquei preocupada, e só soube duas horas depois que havia sido apenas uma suspeita de bomba - um objeto cilíndrico e suspeito foi deixado perto do achados e perdidos). Minha tia e minha prima, que foram nos buscar, ficaram presas em engarrafamentos então só chegaram para nos levar às 12h32. 15h38 nós chegamos a Realengo. O motivo é o fato da Avenida Brasil estar totalmente parada graças a obras da Vila Olímpica. QUALQUER PESSOA NO UNIVERSO ficaria estressada por levar três horas em um trajeto que nunca levou mais de 1h30, mas não eu. Primeiro porque, como eu já disse, eu não ligo tanto para engarrafamento (a menos que eu esteja de pé em um ônibus lotado e/ou indo para um compromisso inadiável). Segundo, porque eu até sentia falta de trânsito de verdade (sempre fico revoltada quando alguém reclama do trânsito da cidade que eu moro - ele só existe porque a infraestrutura da cidade é uma bosta e eu desconfio que a prefeitura não vai fazer nada sobre isso só para dar a cidade um status de "cidade grande". Além disso, NINGUÉM LEVA MAIS DE UMA HORA PARA IR A LUGAR NENHUM NAQUELA CIDADE INDEPENDENTE DO "TRÂNSITO" OU DO HORÁRIO DO DIA, PAREM DE RECLAMAR DE BESTEIRA). E terceiro, porque nós viemos o caminho todo rindo e brincando sobre tudo.
De qualquer forma, mal eu pisei na casa da minha tia (que não era minha estação final) (eu e minha irmã meio que vamos ficar migrando entre casas nessas férias - cada período a gente vai passar em um lugar diferente), já mandaram mensagem para a celular da minha irmã, marcando de sair às 17h. Nós tínhamos o amigo secreto dos adolescentes da igreja para ir. O sorteio havia acontecido no dia anterior, então precisávamos comprar o presente ainda. Eu tirei um garoto que eu tinha conhecido da última vez que vim aqui, mas graças a Deus, ele tinha pedido chocolate. Saímos cedo, encontramos nossas amigas no shopping e fomos fazer as compras. Nesse processo, eu achei o livro O Chamado do Cuco do Robert Galbraith (pseudonimo da J. K. Rowling) de R$14,90 nas Lojas Americanas. É esse o preço no site, mas nas lojas físicas o valor permanece R$39,90. O livro que eu comprei tinha duas etiquetas de preço, cada uma com um dos valores citados acima. Na hora em que o produto passou, o valor que apareceu foi 40 reais, então eu me dei conta de que o produto foi etiquetado erroneamente. Graças ao lindo do Procon, quando isso acontece o valor mais barato é o que vale, logo eu reclamei e levei esse livro maravilhoso - que eu quero ler desde a Bienal de 2013 - por um valor baratíssimo. (Não, eu não sei porque isso é relevante para esse post. Eu só estou afim de contar isso para todo mundo mesmo).
Enfim, o amigo secreto começou quase às 21h porque batista nunca chega na hora pra nada (piadinha interna da denominação). Nós organizamos o amigo secreto via este site e no dia anterior (quando aconteceu o sorteio), ficamos falando o dia todo sobre o que queríamos ganhar. Foi quando eu fiz um discurso sobre como eu queria um livro que mostrasse que a pessoa me conhece e como eu queria ser surpreendida e, no processo, disse onde ficava o sebo que eu amo. Nisso, uma das meninas me pediu mais informações sobre o lugar e eu dei a informação perfeitamente. Conversa vai, conversa vem todo mundo achou que ela tinha me tirado (até eu) (mais ou menos, eu percebi que ela não confirmou sequer uma vez que tinha me tirado, só deixou isso subentendido). Enfim, não foi ela, foi a líder dos adolescentes (a que eu chamei de mãe adotiva lá em cima): ela me deu o livro Porque Sou Cristão do John Stott. Antes do amigo secreto eu também havia ganhado da minha linda tia Núbia (minha ex-conselheira das Mensageiras do Rei e leitora assídua do blog) Desaparecida da Catherine McKenzie. Depois disso tudo e de 20 horas acordada sem quase nunca parar para descansar, finalmente fomos para a casa da nossa amiga, nos arrumar e dormir para os dias seguintes.


Eu estou parecendo uma idiota nessa foto, mas estou com meus lindos abiguinhos, então.
Eu não tenho certeza absoluta de como serão os próximos dias porque eu ando decidindo o que vou fazer na noite anterior aos compromissos. Por exemplo, no exato momento em que eu escrevo esse parágrafo eu estou no trabalho da dona da casa em que eu me encontro hospedada (não sei se posso dizer onde é, mas digamos que é no centro da cidade - perto do Campo de Sant'anna, que independente do que digam, eu sempre vou considerar uma homenagem a mim. Quer dizer, gente, o lugar parece o Central Park [beleza, nem tanto, mas quase], fica no centro do Rio - que é um dos meus lugares preferidos no mundo inteiro - e ainda tem meu sobrenome [também foi inaugurado no ano da morte do meu escritor preferido, mas isso não é tão relevante]). Me convidaram para vir pra cá ontem e eu tive que aceitar porque centro do Rio né, colegas. Aliás, eu pretendo fazer um post do Diário de Bordo só sobre o centro do Rio.
Também já me convidaram para participar de um flashmob e para ir à praia tudo esse final de semana. Eu adiei esses compromissos porque o natal tá chegando e na próxima terça eu viajo para Araruama para passar o natal com meus tios, logo eu preciso terminar minhas compras de natal esse fim de semana. PORÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉM, eu não ia perder a chance de participar de um flashmob. Eu não sei dançar, mas eu sei coreografar (isso faz sentido?) e eu não faço isso há séculos. Me avisaram que haverão outras edições do flashmb e eu darei um jeito de participar de uma. Inclusive, aqui vai a atualização da lista do DDB4:

Lista de coisas que eu quero fazer antes de entrar na faculdade e me tornar oficialmente uma "jovem adulta".

1. Publicar meu livro. Bem, essa primeira não é bem uma obrigação, porque eu sei que se eu me pressionar para terminar esse livro logo eu só vou ficar frustrada e não vai ficar do jeito que eu queria, mas a verdade é que eu realmente queria terminar Mais Uma Vez nessas férias. Eu provavelmente não vou ter tanto tempo disponível para fazer isso, mas é bom ter uma meta assim estabelecida.
 2. Ir ao teatro. Todas as cidades em que eu morei tem teatro e todas elas tem peças pelo menos uma vez por ano e ainda assim eu nunca fui ao teatro. Eu sou uma vergonha aos artistas da minha geração.
3. Passar um dia na Biblioteca Nacional. Outro lugar que eu nunca fui, mesmo tendo morado 4 anos no Rio de Janeiro. Shame on me.
4. Participar de um flashmob. Já fui convidada mesmo.
5. Conversar com um gringo. Eu não sei que tipo de item é esse, mas eu realmente preciso superar minha vergonha e treinar minha pronuncia do inglês ou eu nunca vou conseguir ir para Nova York.
6.

Ainda estou aceitando sugestões para essa lista, folks.

Finalizando esse post maravilhoooooouuuuuuso, vamos falar sobre o fim do ano. Eu só planejo mais dois posts para esse ano: o de Natal (que provavelmente sairá dia 25 mesmo - se meu 3G ajudar) e o Retrospectiva 2014, que como eu disse no Facebook será uma espécie de balanço literário do ano, ou seja, um post com a lista de livros que eu li esse ano e algumas curiosidades e detalhes sobre alguns deles, incluindo o número de páginas. O motivo é: eu não estou muito afim de fazer aquele post meloso falando sobre o ano e agradecendo meus leitores que eu quase sempre faço. Esse ano foi muito confuso para mim e vocês sabem que eu amo vocês... Né?

G.