Olá e bem-vindo a "Todas as lágrimas de felicidade" um relato dos três dias que fizeram todos os dias de 2017 valerem a pena (mesmo os extremamente estressantes e completamente ridículos como hoje). Eu sei, eu sei "Agora, Giulia? Agora não dá nem mais graça", mas o quê que eu posso dizer, gente? Eu juntei o fim do semestre com a renovação do estágio que me colocou em dois cargos ao mesmo tempo e todas as coisas malucas nas quais eu me enfiei (entre elas a gestão do centro acadêmico do curso, projetos secretos de escrita e a organização de eventos!! O próximo post sobre a faculdade vai ser muito doido) e eu mal tive tempo de respirar quanto mais de trabalhar num post grande. Mas mesmo faltando uma semana para o final do mês, eu realmente pretendo postar todos os quatro posts que eu tinha planejado para outubro. Mês que vem é NaNoWriMo e eu não quero, nem posso deixar nada acumulado. Então perdoem essa blogueira irresponsável e continuem aí do camarote me acompanhando não conseguir equilibrar as loucuras que eu invento.
Agora, eu tenho o prazer de apresentar para vocês um pequeno projeto que eu inventei pensando em como eu não teria tempo para escrever um post detalhado sobre a Bienal (e olha que eu pensava que teria mais tempo do que realmente tive) e pensando em como eu preciso mesmo ficar mais confortável em frente às câmeras. Um especial do YouTube - que provavelmente terá mais episódios - e que eu gosto de chamar de "Quebrei a câmera".

Legendas oficiais em construção. Disponíveis no comecinho e no meio.
Closed Caption disponível no vídeo inteiro.

Se você assistiu ao vídeo de 30 minutos, (meus parabéns porque tem que ter coragem. E se você não assistiu justamente porque ele é muito longo, eu sugiro um vídeo alternativo de 3m41s que não é sobre o assunto, mas vai mudar sua vida) já sabe o quão insanos foram esses dias. Entre conhecer um monte de autora incrível e gente que eu sigo no Twitter há anos, receber a minha primeira credencial para entrar na Bienal (e primeira credencial da vida) e estar no ambiente que me faz mais feliz nesse mundo todinho, eu tive tempo de chorar no ônibus, chorar na praça de alimentação, chorar na praça principal, chorar no banheiro do pavilhão azul... Acho que vocês entenderam o conceito.
A XVIII Bienal do Livro Rio foi uma Bienal de primeiros. Toda Bienal eu faço algo novo, é verdade, mas a deste ano foi tão intensamente nova que me deixou completamente desorientada. Primeiro, eu ia com um livro meu em mãos. Tudo bem que não era um livro, liiiivro, mas uma edição especial física da primeira fase de As Crônicas de Kat que eu imprimi para sortear. Ainda assim, era algo meu que existia de verdade. Algo que eu poderia dizer "Eu que escrevi, olha". E então, em um pequeno segundo de loucura em que as estrelas se alinharam ao meu favor, eu resolvi que não custava nada tentar ver se aquela coisa que eu escrevi era o suficiente para que eu fosse considerada escritora o suficiente. Acho que foi o sim mais lindo da minha vida e se existir alguém louco o suficiente para se casar comigo precisa ser informado que não tem sim que substitua este. É sério. E não sei se vocês perceberam no vídeo ou na foto abaixo, mas a minha credencial diz "Profissional", não "Autor". A razão para isso é simples: Eu expliquei no credenciamento a situação do livro que eu tinha em mãos e eu já era cadastrada pelo ano que eu tentei entrar como blogueira (e falhei, miseravelmente). Basicamente, a Bienal (eu falo como se a Bienal fosse uma entidade. Talvez seja.) estava validando tudo que eu já fiz ao mesmo tempo que me dizia que eu ainda tinha um caminho a percorrer. Ou talvez eu esteja pensando demais nisso tudo. A questão é que foi uma experiência divina e eu sempre serei a pessoa que faz de coisas bobas grandes felicidades.


Eu disse que alguns itens da lista de 101 coisas em 1001 dias tinham sido cumpridos. Um desses itens foi "Não me arrepender". Eis uma lista de coisas que eu fiz durante a Bienal e que eu não me arrependo de ter feito: Me concentrar na Bienal ao invés de turistar e de visitar todos os outros cantos do Rio de Janeiro do quais eu sentia falta. Eu sempre hesito quando eu vou passar um tempo viajando para a Bienal e fico só no evento, mas eu preciso me lembrar que a cidade está lá sempre e a Bienal é de dois em dois anos. E dessa vez eu não me arrependo, nadinha. Outra coisa é ter feito de tudo para me lembrar que eu sou, sim, uma escritora e que eu merecia estar ali e com a credencial. Mesmo que eu me sentisse perdida e fangirlando em torno daquele povo todo. Mesmo que eu não saiba usar vírgulas e que fique constantemente extra consciente de como minha falta de concentração me faz cometer erros absurdos, mesmo que eu sinta que eu não tenho experiências o suficiente para escrever e.... Opa, pausa. Estamos entrando em território perigoso e o NaNoWriMo nem começou ainda. A questão é que eu não me arrependo de ter agido como uma escritora e chutar a síndrome de impostor para escanteio (na maior parte do tempo) para poder aproveitar aqueles dias. Valeu tanto a pena.
Uma coisa que se encaixa nisso de pelo menos sentir que eu pertencia àquele lugar e que também é outro item da lista de 101 em 1001, foi a coisa que eu falei tantas vezes da "roda de escritores". Na verdade, era mais alguns escritores sentados no chão porque já era quase o fim do dia e eles estavam cansados. E era algo rotativo, todo mundo se conhecia e parava pra conversar por alguns minutos enquanto eu observava tudo e meu cérebro começava a tocar uma trilha mental infinita de AAAAAAAAAAAAAAA. E foi nessa hora,que eu Matei a Batata. Vamos referenciar tudo direitinho: A Batata foi uma criação dos posts da Bienal de 2015 - meu alterego que se manifesta quando eu me vejo diante de alguém que eu admiro. Não me entendam mal, a Batata se manifestou naquele momento e eu ainda sou péssima em situações sociais, mas ir de não conseguir nem falar direito em 2015 para conseguir conversar com escritoras que eu gosto em 2017 foi definitivamente um assassinato cometido contra a Batata. Meu alterego foi basicamente de Batata para Fritas. (E agora eu estou com fome). Quer dizer, eu sempre vou ter ansiedade e muitas vezes vou ter crises sérias ou inabilidade de falar em momentos importantes, mas em outros eu vou falar o que preciso, dizer com clareza e vou ficar muito feliz e satisfeita comigo mesma. Claro que ainda tem caminho a percorrer, mas ninguém quer que eu vá de Donald Trump a Barack Obama em 2 anos (Isso foi uma referência a algo que era repetido no curso de oratória que eu fiz em junho. Pensem nos discursos dos dois e vocês vão entender o que eu quis dizer).
Aqui vão imagens de algumas das pessoas incríveis que eu conheci naqueles dias:


Ana Cristina Rodrigues, autora de Anacrônicas e Fábulas Ferais. Eu entrei no estande da Aquário para comprar apenas Anacrônicas e saí de lá com os dois livros, porque ouvi as palavras "edição limitada". Eu sou fraca, gente. Aah, e eu planejava tirar fotos assim com todos os autores e pedir autógrafos, mas primeiro eu perdi meu marcador permanente, depois eu perdi minha coragem.
Let, que é leitora do blog e mutual minha no Twitter há um tempão <3

Iris Figueiredo, autora da duologia Confissões Online, entre outros títulos. Toda vez que eu vejo essa foto, digo "EU AMO ESSA FOTO", então preciso dizer que EU AMO ESSA FOTO.

Taty Azevedo autora de A improvável Annelise (que eu quero muito ler. Porque ele seria muito pesquisa pro meu projeto do NaNo!! Alguém me dááááá!!). A Taty é um amor também, então eu recomendo que vocês a conheçam o quanto antes.

Fernanda Nia, criadora do blog Como Eu Realmente, autora da duologia Como Eu Realmente e ilustradora de vários livros que ficarem entre os mais lidos. Inclusive, no post em que eu falei de ter conhecido a Nia em 2015, eu citei a Batata. Eu não comentei sobre isso com ela, é claro, especialmente porque a Fritas ainda existe.

A famosa Gabs do MisterWives Brasil. A pessoa mais citada no vlog, sim ou claro?

E por último, mas muito menção honrosa: Bárbara Morais! Autora da Trilogia Anômalos e madrinha da Tertúlia, sem quem o momento roda de escritores não seria possível. Não sei se você perceberam, mas esse foi um momento que eu vou contar para os meus netos (se meu gato um dia quiser ser pai).
Será que eu estou esquecendo de algo? Vejamos... Outra coisa que eu não me arrependo de ter feito é ter entregue marcador feito doida, em especial para um grupo de booktubers que esperava o começo da Bienight. E não me arrependi de ter ido sozinha também. Mesmo que eu quisesse que alguns dos meus conhecidos pudessem ter ido e me visto depois de dois anos, eu não deixaria de ir. E nem me diverti menos por estar sozinha. Gente, eu passo todo segundo possível enfiada na biblioteca da faculdade. Eu entro em livrarias e sebos sem dinheiro só para me desestressar. Estar cercadas de livros é quando eu estou mais em conexão comigo mesma. E existe algo de incrível em estar em um evento feito de pessoas que amam o que você ama tanto quanto você ama. E é por isso que eu vou continuar chorando de saudades da Bienal do Livro, todos os dias, até 2019*.
E foi isso. Este foi o post mais multiplataforma da história do QaMdE.
Vejo vocês ainda esta semana para O ANÚNCIO DO MEU PROJETO DO NANOWRIMO, outro segredo que eu estou falhando miseravelmente em guardar.
G.

*Eu sei que pretendo ir para a Bienal do Livro de São Paulo ano que vem, mas me deixem fazer drama.