Ok, então as duas últimas semanas foram uma bagunça. Eu disse no PS do último post que o Diário de Bordo 5 só começaria dia 23 de dezembro porque é quando minhas aulas acabariam. Na quinta (3), foi anunciado que a universidade estaria paralisada de 7 a 11 de dezembro, em protesto contra algumas leis do novo governador. Depois de irmos para a faculdade para nada na sexta (4), e considerando que não teríamos aula dias 14 e 15, todo mundo resolveu que pedir para cancelar as últimas 5 aulas do ano (16, 17, 18, 21 e 22) era a coisa mais lógica a ser feita, principalmente para quem mora fora. Eu me declarei de férias, então, e avisei na página que o post seguinte seria o primeiro do Diário de Bordo 5. No começo da semana, depois que eu decidi o nome do DdB 5 (que inclusive será "Velha demais para isso"), decidi o tema da primeira parte e comecei a escrever, descobri que o professor de Crítica Cinematográfica tinha deixado um aviso no portal dizendo que precisaríamos ter aula na semana que vem, sim. Depois, ele disse que não sabia se ia dar certo e até o presente momento, eu não faço ideia se estou mesmo de férias ou não. Faculdade é ótimo, gente, vocês deviam tentar.
A questão é, como eu fui obrigada a cancelar abruptamente o post que já tinha planejado, eu passei o resto da semana tentando decidir sobre o quê escreveria e procrastinando muito. Depois de pensar muito a respeito, fuçar todos os 21 posts que eu tinha salvo nos rascunhos e achar todos um lixo, procrastinar um pouco criando a playlist de retrospectiva 2015, eu finalmente resolvi escrever sobre... Escrever. Sim, de novo. E eu sei que esse é o 6º post consecutivo sobre o assunto e que não é o Mês Literário, mas é isso que vocês ganham ao ler o blog de uma escritora. Especialmente de uma que ainda está com ressaca do NaNoWriMo. Eu vou parar de falar disso em algum momento.

Eu nos raros momentos em que saio de casa.
Tá, aqui vai: No post sobre a terceira semana de NaNoWriMo eu comentei a respeito de uma ideia de conto que eu tive "que está parecendo um vírus no meu corpo agora e precisa ser colocado para fora de mim imediatamente". Eu me senti bem vitoriosa por ter mantido essa história no fundo da mente durante todos os dias de novembro e nesta semana, em dois dias, eu acabei escrevendo o conto inteiro. Ele, na verdade, é uma continuação de um conto que eu escrevi como oneshot em 2013, postei no Nyah! e que acabou guardado na gaveta depois que eu deletei minha conta. Até o começo do mês passado, só uma pessoa além de mim havia lido esse primeiro conto, mas eu acabei cometendo o erro de comentar na faculdade sobre ele e enviei para duas amigas que insistiram até que eu fizesse isso. Depois de ter recebido reviews positivas das duas, eu acabei percebendo que queria trazer uma das personagens do conto original de volta e acabar com a vida dela completamente. Resolvi enviar o conto original para mais gente e de repente a personagem em questão resolveu abrir a boca e não parar de falar mais até que eu escrevesse. Era uma história que eu sentia uma necessidade absurda de escrever por diversos motivos internos e externos, então não foi exatamente difícil de escrever. Eu sinto que se não tivesse de ressaca do NaNoWriMo ainda, o conto teria ficado muito melhor, mas as críticas que eu recebi foram apenas pelo segundo conto ir no caminho oposto do final feliz que a personagem teve no primeiro conto. Eu tive uma ideia para um terceiro conto, para fechar uma trilogia, mas eu não posso deixar essa ideia tomar conta agora, porque eu acabo de voltar ao universo de Mais Uma Vez e vocês querem que eu termine meu primeiro livro ou não?
Eu só estou contando isso porque ultimamente minha vontade de escrever tem me dominado de uma forma que nunca me dominou. E o que eu tenho escrito, como eu tenho escrito e o que tem me levado a escrever tem me feito pensar em porquê eu escrevo. A resposta está no título do post: Eu escrevo para controlar meus demônios internos. Querendo ou não, tudo que eu escrevo possui pedaços gigantescos de mim. Nenhum personagem é completamente eu, mas todos os personagens tem características minhas. Nenhuma situação escrita é exatamente o que eu vivi, mas muitas delas são metáforas ou estão bem relacionadas. Eu disse em algum momento que o final de A Linha de Rumo foi definido porque muita gente que eu amo passou por situações horríveis na época, e é basicamente isso mesmo, o que eu escrevo depende muito das situações que eu estou vivendo, que são absorvidas, caso eu queira ou não. É um dos motivos para eu querer experimentar o máximo possível e vivenciar tudo que eu puder vivenciar. Eu quero viver todas as situações boas e todas as situações ruins ao máximo e fazer o que puder para transformar tudo em palavras e mudar pelo menos uma vida com isso, mesmo que seja a minha.
Quanto a meus demônios internos, aquelas vozes malditas e os impulsos que me fazem cometer erros sequencialmente, bem, eles são a piada, porque como escritora, eu posso transformar inseguranças e erros em algo que é muito maior que eu. Então, não, vocês não estão me controlando, eu estou fazendo de vocês algo muito melhor. E ao contrário do que muita gente pensa, isso não é maturidade ou foco, é apenas algo sobre o qual eu nem tenho controle. Por que eu escrevo? Porque eu não tenho opção. Eu escrevo porque quando falo, eu quero que alguém escute e quando eu escrevo, ninguém precisa escutar. Sou eu, o teclado (se eu fosse ambidestra ou não sentisse dor no pulso tão rápido, poderia ser uma caneta), uma história ou um post de blog e as vozes na minha cabeça que não estão falando comigo. É claro que eu quero alcançar pessoas com o que eu tenho a dizer e encho o saco de todo mundo para ler o que eu escrevi, porque eu amo tanto escrever, que eu quero trabalhar com isso e sobreviver disso. Mas ainda que absolutamente ninguém lesse nada que eu escrevo, escrever ainda me faria bem. Ainda seria a coisa mais importante do mundo para mim. Por causa do controle sobre os demônios e de poder passar por minhas experiências de uma forma que a maioria das pessoas não passa, além de outras coisas que só quem escreve entende.
É isso. Eu nem sei o que eu quis dizer com esse post, mas eu precisava escrever?? Desculpa, eu nem posso prometer que vou voltar a fazer sentido um dia, porque eu nunca fiz. Eu voltarei em breve.
G.

P.S.: Eu não vou postar a duologia de contos em lugar nenhum, porque razões, mas eu estou disposta a enviar a qualquer um que quiser por e-mail, desde que me deem um feedback sincero. Se for a pior coisa que vocês leram, pode dizer na minha cara. Eu vou sobreviver.