OLÁ, INTERNET. OK, Agosto Aleatório? Maior flop de todos os tempos. Depois de 9 posts no Mês Literário, este mês tudo que vocês terão são 2. Pelo menos dessa vez eu tenho bons motivos apesar deles deixarem bem óbvio meu maior defeito sobre o qual eu provavelmente vou ouvir minha psiquiatra falar semana que vem: Eu não sei administrar meu tempo. Por algum motivo, eu estava pensando que agosto seria um mês bem mais tranquilo do que julho foi, mas mal o mês começou, começaram a surgir coisas para fazer de todos os cantos. Grande parte da faculdade, mas em outros casos, perrengues da vida que eu nunca consigo resolver em um dia só (eu vou falar sobre eles aqui). A questão é que eu percebi logo que teria que estabelecer prioridades e decidir o que eu realmente preciso fazer e o que não. Como eu expliquei na página do Facebook, eu tenho 3 prioridades para agosto: Postar Réquiem - o primeiro capítulo da segunda fase de As Crônicas de Kat - no dia 28 (ele está escrito, mas ainda precisa ser editado), liberar a segunda edição do PDF da primeira fase da história (que está atrasado, mas eu já poderia ter liberado se não quisesse fazer tudo direitinho. A primeira edição tinha muitos erros de digitação e de ortografia, alguns que eu nunca vou me perdoar por não ter visto enquanto editava. Os últimos capítulos tem várias frases que nem fazem sentido e eu sei que isso aconteceu porque eu editei eles na correria dos dias antes do Natal de 2014. Eu terminei a edição dentro de um carro!! Para a segunda edição eu não quero deixar isso acontecer. Aplicando a regra que eu uso para a edição de Mais Uma Vez - de forma diferente, já que eu não estou mudando conteúdos, apenas corrigindo erros - falta apenas um pedaço e uma leitura geral para que eu libere o PDF. Então eu imploro só mais um pouquinho de paciência e deixo o lembrete de que ainda é possível ler todos os primeiros capítulos de As Crônicas de Kat aqui no blog.) e por último, mas não menos importante, sobreviver a esse semestre letivo (isso tá parecendo cada dia mais difícil, mas eu sei que se não sobreviver a esse, ao próximo eu não sobrevivo MESMO, então vamos lá). Com essas prioridades definidas, mesmo tendo temas sobre o que escrever aqui no blog, eu não tive como fazer isso. Eu prometo vir aqui sempre que eu puder, mas é pelo bem maior (Ou - já que estamos falando de ACDK - pelo mal maior). Também prometo que em algum momento da vida eu vou aprender a gerenciar meu tempo e parar de escrever aqui com hiatus tão grandes quanto tenho feito este ano. Hoje, inclusive, eu escrevi este post inteiro enquanto editava uma grande reportagem que eu escrevi para a aula de Narrativas Jornalísticas, porque a reportagem vale uma das minhas 3 notas, mas este post também é muito importante!

"Eu acho que você vai descobrir que eu sou universalmente reconhecido como um adulto maduro e responsável"
Hoje é meu meio-aniversário. Eu tenho oficialmente 18,5 anos e faz 6 meses que eu sou legalmente responsável por tudo que eu faço. Apesar de um meio-aniversário parecer algo doido de se comemorar, eu preciso dizer uma coisa: A Giulia de 18 de fevereiro não poderia deduzir quão loucos seriam os 6 meses seguintes e eu estou bem surpresa por ela ter sobrevivido a tudo que aconteceu. Se você leu o primeiro post do É só uma fase (a coluna sobre crescer do QaMdE) em 2016 ou se me conhece, sabe como os 18 anos eram importantes para mim. Eu queria independência e liberdade mais do que palavras conseguem descrever. Fazer 18 anos significava ser a única pessoa responsável por mim e por isso a única pessoa para ter algo a dizer sobre a minha vida, mesmo que isso seja bem assustador grande parte do tempo. Também significa que minhas palavras e decisões seriam um pouco mais respeitadas, já que todo adulto conhecido por mim insistia que eu poderia fazer o que quisesse "quando fizesse 18 anos". Eu chamei essa idade de "a idade da coragem" porque seria a idade em que eu me jogaria de cabeça em coisas que me faziam querer sair correndo e pedir colo. E eu enfrentei mais delas nesses seis meses do que eu poderia contar.
A independência que eu queria, veio. Principalmente porque agora eu moro apenas com a minha irmã, em uma casa que é minha em diversos sentidos, mas por outros motivos também. A liberdade de poder cometer meus próprios erros é inebriante. Aaah, a sensação de que vai dar tudo errado e que você não serve para nada até dar tudo certo e você sentir que é a pessoa mais responsável, madura e esperta do universo. Ela é viciante. BRINCADEIRA, EU ODEIO ELA. POR QUE ABSOLUTAMENTE NADA É FÁCIL DE RESOLVER E POR QUE ANTES DE DAR TUDO CERTO EU PRECISO TER MINHA ESPERANÇA DESTROÇADA TANTAS VEZES? É o seguinte, a primeira coisa que eu aprendi aos 18 anos é que absolutamente nenhuma grande organização ou empresa sabe fazer o trabalho que ela tem que fazer direito. O número de vezes que eu tive que sair do conforto da minha casa e ficar horas em filas porque alguém perdeu um documento meu ou porque da última vez que eu estive lá o sistema específico que eu precisava estava fora do ar ou porque não atendiam minhas ligações para resolver tudo pelo telefone é ABISMANTE. Na verdade, eu já tinha passado por várias situações assim nos últimos anos, mas ter tido que resolver algumas coisas que eu só poderia depois dos 18 foi tão estressante por causa de tecnicalidades que eu simplesmente quero destruir as bases da sociedade em que eu vivo e começar tudo do zero. Eu tenho todos os meus documentos em mão, cópias simples, cópias autenticadas, carimbo e até passei a noite anterior inteira treinando minha assinatura, mas meu problema não vai poder ser resolvido naquele dia porque a ÚNICA pessoa responsável por isso não foi trabalhar. Então eu volto no dia seguinte e não podem me atender porque o sistema ESPECÍFICO para o que eu preciso está fora do ar. Então eu volto no dia seguinte ou na próxima semana e resolvem tudo em 5 MINUTOS. Aí eu penso "Pronto. Resolvi. Agora vai tudo seguir normalmente. Posso me preocupar em outras coisas." só para descobrir que o sistema calculou meus dados incorretamente e eu vou ter que voltar lá para refazer todo o processo. Isso não é exagero, gente. ACONTECEU ESTE MÊS. Um problema de comunicação entre duas organizações associadas aconteceu no dia 5 e meu cadastro totalmente sem problemas e atualizado foi bloqueado. Levou 4 visitas a uma organização e 3 à outra para que eu resolvesse o problema porque ninguém sabia de quem era a culpa e mesmo depois que descobriram que o problema foi um simples erro de rede e disseram que estava tudo certo, o problema não foi corrigido. Eu resolvi isso ontem (12 dias depois) em 10 minutos. 9 deles foram passados descobrindo qual era o problema real e 1 foi passado levando meus documentos para o andar de cima para que com UM CLIQUE NUMA TELA DE COMPUTADOR o responsável pelo setor liberasse meu cadastro. VOCÊS SABEM QUANTOS ANOS DE VIDA SAUDÁVEL EU PERDI POR CAUSA DESTE BENDITO CLIQUE????????? QUANTAS HORAS DA MINHA VIDA QUE EU PODIA TER USADO EM OUTRAS COISAS?????????? Como as pessoas sobrevivem a esse nível de estresse?
Mas vamos voltar a falar de independência: Eu realmente gosto dela. Quer dizer, coisas como a acima descritas seriam muito piores se eu tivesse que ter um adulto do meu lado para assinar papéis, especialmente porque ele se estressaria também. Eu falei sobre receber um pouco mais de respeito pelos adultos, mas não sei se o que eu recebi é exatamente respeito. O que eu realmente recebo é uma cruzada de braços imaginária e um silêncio forçado. Eles ainda acreditam que eu sou uma criança e acham minhas decisões imaturas, mas parecem se calar pela fé absoluta que colocam nos grandes DEZOITO ANOS. É tão complicado para adultos antigos entenderem que novos adultos são diferentes e tem tanto direito de fazer as próprias escolhas quanto eles. Caras, eu não sou obrigada a vivenciar a vida adulta da mesma forma que vocês e nem pretendo. Se você quer me dar um conselho, por favor, fique à vontade, mas se eu não quiser segui-lo por favor, não me solte "bem, você tem 18 anos então eu não posso fazer nada" da forma mais irônica possível. (Nota importante: Eu sei que ainda soo bastante "contra adultos", mas nem toda pessoa mais velha na minha vida é assim. Na verdade, eu tenho um grupo de adultos mais adultos que eu sem quem eu não seria nadinha. No fim do dia, ainda sou eu nas responsabilidades, mas se eu precisar de um colo desesperado e de ajuda séria, eu tenho onde conseguir. Não lembro se eu disse no post sobre a casa nova que eu moro consideravelmente perto de um casal de tios meus. Eu nunca vou poder agradecer a eles por tudo que eles fizeram desde que a gente se mudou e bem antes disso.) Eu também tenho plena consciência de que eu sou mais independente do que grande parte das pessoas da minha idade. Eu não vivo com meus responsáveis legais ou dependo deles para nada. Independência financeira também ajuda muito, claro. Basicamente, isso tudo é minha experiência pessoal e não algo que todo mundo enfrenta com a minha idade.

"Eu sinto que quero matar alguém e também quero pretzels macios." EU HOJE. EU ONTEM. EU SEMPRE. AAh, tem tanto tempo que eu não como pretzels.
Mas eu descobri algumas coisas que parecem ser universais nos 18 anos depois de alguns posts no Facebook: As crises por causa da idade. EU ERA UM BEBÊ QUE QUERIA SER ADOLESCENTE AINDA ONTEM, COMO EU JÁ SOU LEGALMENTE ADULTA????? Eu já tive várias crises pensando sobre o que significa ter 18 anos e o que costumava significar ter 18 anos quando eu era criança. A primeira delas foi séria e descrita aqui em detalhes no post "Uma canção para tudo que eu fui um dia e tudo que perdi". A crise grande seguinte aconteceu quando eu fui levar minha irmã ao hospital alguns meses atrás e me dei conta de que pela regras de qualquer hospital ou clínica do país, eu não posso mais ser atendida por pediatras. Alguns hospitais já me impediriam desde os 12, outros desde os 16, mas agora, nenhum hospital me encaminharia para um pediatra. EU AINDA SOU UM BEBÊ! EU AINDA QUERO PIRULITO NO FINAL DA CONSULTA E FICAR EM UMA ENFERMARIA COM UM PAPEL DE PAREDE BONITINHO PARA ME DISTRAIR O FATO DE QUE EU VOU PASSAR DUAS HORAS TOMANDO SORO NA VEIA. POR QUE ESTÃO ME PRIVANDO DISSO??
E isso foi só o começo das crises, as outras vieram em outras formas. Como o fato de que 6 anos atrás/2010 parecer ter sido ontem, mas "quando eu tinha 12 anos" parecer ter sido um milênio e meio atrás. Na adolescência a gente muda um universo de coisas no espaço de um ano e quando a gente completa 18 anos é obrigada a encarar todas essas mudanças e absorver o que foi aprendido. É assustador para caramba. Outra coisa é o fato de eu ser oficialmente mais velha que Miley Cyrus, Selena Gomez e Demi Lovato eram quando eu as conheci. Ou como eu me sinto quando eu paro para pensar em todas as coisas que elas já tinham feito quando tinham a minha idade. Vocês lembram da polêmica que rolou no aniversário de 18 anos da Miley? Tudo que eu fiz no meu foi assistir Deadpool. E eu também sou beeem entediante porque tudo que eu fiz até agora que eu não poderia fazer até o ano passado sem autorização foi furar a cartilagem da orelha para colocar um piercing. Não que eu tenha planos de fazer nada grandioso ou "polêmico", é apenas assustador que essas pessoas tenham feito todas essas coisas e assumido com tanta vontade quando eu estou aqui com a mesma idade e com a confiança de uma batata doce crua.
Mas essa insegurança é mais a respeito do mundo do que sobre mim mesma. Eu posso dizer com todas as letras que eu me sinto muito mais segura sobre quem eu sou e o que eu quero agora, do que eu era nos 18 anos antes deste. Não sei se isso tem a ver com ter 18 anos ou não, mas a verdade é que ter que enfrentar certas coisas me forçou a firmar algumas partes de mim que ainda estavam soltas. Eu sei que ainda vou mudar muito e as mudanças violentas e repentinas continuam acontecendo a cada dia, mas eu tenho mais segurança sobre meu direito de mudar. Não permito mais que ninguém diga como eu deveria ser ou o que eu deveria estar fazendo ou como deveria estar fazendo. Eu me reservo o direito de ser imatura e de cometer erros sequenciais. De ter medo e de fugir de todos os meus medos das formas mais loucas que eu conseguir. Isso definitivamente deixa minha vida caótica, mas eu sempre soube lidar com a minha bagunça. Ou conviver com ela.
G.


As Crônicas de Kat volta dia 28, às 21 horas com "Réquiem"
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