Podemos fazer um trato para evitar decepções? Toda vez que eu der um horário para posts, calculem o horário certo da postagem como mais ou menos 12 horas depois. Assim as chances de vocês me odiarem diminuem. Mas conversa séria, vocês conseguem sentir como minha vida está uma bagunça no momento? Completa e absolutamente uma bagunça. Mas eu ainda não desisti de mim, então por favor, não desistam de mim. Vamos às coisas boas: O que vocês acharam da Parte 1 do novo capítulo de As Crônicas de Kat, Wild Ones? Prontos para a segunda parte? Duvido que estejam. Além disso, algum de vocês chegou aqui pela tag do NaNoWriMo no Twitter? Se sim, olá! O que você tem escrito? De onde você é? Como anda a vida? Vamos socializar, gente. Eu fiz algumas das minhas melhores amigas no NaNoWriMo e elas serão citadas aqui (com links para os blogs e tumblrs maravilhosos delas) com muita frequência porque elas entendem a dor e o sofrimento desse desafio como ninguém. É aquele ditado, se a gente continua se torturando todo novembro, é melhor fazer isso com amigos do que sozinho. Mas chega de enrolação, vamos ao post em si;

"Por que eu estou fazendo isso comigo?" Uma frase para resumir a segunda semana de NaNoWriMo
O oitavo dia foi confuso? Eu comecei o dia com um post inteiro falando sobre como a escrita finamente estava parecendo real e depois passei o dia inteiro me preocupando com tudo menos o NaNoWriMo. A maior parte do que eu escrevi foi na madrugada anterior, quando terminei a cena que tinha começado no fim do dia 7. Como isso me fez ficar preocupada que eu fosse acordar tarde demais no dia seguinte, eu fui dormir e terminei de escrever o post de manhã. Logo depois eu tive que sair de casa para resolver probleminhas e fiquei na rua até a noite. Quando eu cheguei em casa fui terminar de ler Carry On, arrumar as coisas que eu tinha comprado, organizar coisas no computador e nada de encostar em Tóxico. Quando eu finalmente fui para a história, a apuração das eleições norte-americanas já tinha começado e eu não consegui me concentrar. Minha meta era 30 mil palavras, mas não deu nada certo. Devo ter escrito 600 palavras naquela noite e as 1,217 palavras que eu escrevi no oitavo dia foram majoritariamente escritas na noite anterior. Fechei o dia com 28,772 palavras no total.
O nono dia foi bizarro, doloroso e estranho. Eu continuei acompanhando o resultado das eleições americanas e fui ficando cada segundo mais tensa e menos motivada. Mas também não conseguia dormir ou chorar. Foi uma noite bem horrível e eu acompanhei cada segundo dela, só conseguindo pegar no sono às 6 da manhã. É louco como 2016 foi cheio de momentos históricos ruins e assustadores. A única coisa que eu escrevi naquela madrugada foi o começo da Retrospectiva 2016 do blog, porque eu queria me lembrar de como eu estava me sentindo. Quando eu acordei, meio dia, o plano que eu tinha de passar o feriado inteiro assistindo as aulas do curso e escrever só no fim da noite, como eu fiz na segunda, foi deixado de lado para que eu tentasse me sentir melhor. Como no dia anterior eu finalmente tinha comprado meu MP3 (10 reais mais caro do que eu pretendia pagar), eu resolvi que ia caminhar para me distrair. Foi bom porque eu comecei algo, mesmo que não fosse o que eu tinha planejado inicialmente. Quando eu voltei para casa, meu gato resolveu que era uma boa ideia pular na casa do vizinho no dia em que o vizinho tinha se mudado! Eu entrei em contato com a dona da casa e a gente só conseguiu pegar ele de madrugada, mas eu precisei me distrair para não ficar em cima do muro do vizinho olhando se ele estava bem a noite inteira, então eu finalmente consegui escrever e fechei o nono dia com exatas 1,300 palavras, tão envolvida na história que eu quase esqueci de marcar a contagem de palavras no site do NaNo: 30,072 palavras.
O maior problema desses dois dias meio que no limbo (aliás, três. O sétimo dia também não foi exatamente o mais produtivo e também rendeu menos de duas mil palavras) é que eles cancelaram o fator "a escrita parece real". Então mesmo que no décimo dia eu tenha escrito 1,193 palavras de madrugada, terminando a cena que me deixou envolvida, de dia eu continuei me sentindo estranha. Eu terminei o capítulo e fui dar uma olhada no semiplanejamento que eu fiz, só para me dar conta de que já estava perto da metade da parte dois e exatamente nada tinha acontecido. O livro não parecia mais livro e eu fiquei completamente desanimada com isso. E o pior é que eu fiquei inventando coisas para me distrair e tomar meu tempo, ao invés de me dedicar a formas de resolver os problemas do livro e enfrentar ele. Eu também fiquei pensando sobre como 10 de novembro foi o dia em que eu escrevi menos em 2015 - só 354 palavras - porque foi o dia da minha recaída, depois de 10 dias do fim do antidepressivo. Eu não passei mal ou tive nada perto de uma crise este ano, mas eu também não estava mais tão animada com o livro. A week two blues me atingiu com todo. Eu não estava frustrada ou bloqueada como na semana anterior, só muito desanimada. Eu terminei o superestranho décimo dia com 1,795 palavras escritas e 31,867 palavras totais.


"Ninguém me odeia mais do que eu". Basicamente eu em torno do décimo dia.
O décimo primeiro dia foi meio desesperador porque eu acordei cedo para ir ao médico com uma amiga que tinha torcido o pé  (OOi, Vic) e também tinha várias coisas para resolver na rua. Enquanto eu estava no ônibus, lembrei de outra coisa: Era dia de As Crônicas de Kat. Eu estava esquecendo completamente desse pequeno detalhe e ao contrário dos últimos três meses, não tinha nada pronto para a postagem. Surtei bastante ao me dar conta e toda hora que parava em algum canto, eu tentava adiantar alguma coisa. Estabeleci a meta de apenas 33 mil palavras, que faria com que minha escrita do dia ficasse abaixo do número que o NaNoWriMo pede, mas eu nem sabia se realmente teria tempo de escrever. Terminei tudo que tinha para fazer na rua às 17h (tendo perdido duas horas e meia só no correio) e cheguei em casa vinte minutos depois. Ainda precisava terminar a edição da primeira parte de Wild Ones, fazer a capa das duas partes de Wild Ones, publicar, divulgar e escrever mil palavras (porque normalmente quando eu termino o dia perto de fechar um milhar, naquela mesma noite eu escrevo até esse milhar - naquele dia, eu tinha escrito as duzentas palavras que faltavam até 32 mil). Em resumo, eu consegui, mesmo que ainda não saiba como. Wild Ones - Parte 1 saiu, eu já tenho tudo bem mais adiantado para a Parte 2 e naquele décimo primeiro dia eu consegui escrever 1,234 palavras, fechando o dia com 33,101 palavras. Eu não sentia que o rumo de Tóxico tinha voltado, mas como acontece sempre que eu termino um dia em que eu achei que não fosse conseguir fazer tudo que precisava fazer e consegui fazer, fui dormir satisfeita comigo mesma.
Não sei por qual motivo eu comecei o décimo segundo dia com fé de que sair para fazer compras não ia ser tão danoso ao desempenho que eu queria no fim de semana. Eu realmente precisava fazer compras e tinha algumas coisas para ver no shopping, mas eu também precisava repensar várias coisas sobre Tóxico e adiantar a história. Como eu tinha dito para as meninas do SA no dia anterior, eu não entendia bem o que a história estava se tornando. Era um distanciamento, uma espécie de Síndrome de Impostor, a história não fazia mais sentido, mas eu precisava escrever até que ela voltasse a fazer e parecesse uma história. E ainda assim, eu resolvi sair de casa e perder quase o dia inteiro. E quando eu cheguei em casa eu nem fui direto escrever como nos primeiros dias do mês. Eu segui achando coisas para enrolar (em minha defesa, era aniversário da minha esposa, Sidney Sartini), enquanto a simples leitura da página onde eu estava no livro me fazia gemer e ficar sem a mínima vontade de escrever. O resultado foi escrever apenas 1,371 palavras, fechando o décimo segundo dia com 34,472 palavras e acabar ficando ainda mais frustrada e revoltada comigo mesma.
Isso respingou no dia seguinte, é claro. Eu queria escrever o domingo inteiro, mas eu simplesmente não conseguia. Eu encarava a história e não sabia o que dizer. Tudo que eu escrevia parecia desconexo e nada a ver. Fui ficando cada vez mais desanimada e um pouco deprê, voltando a fazer comparações com A Linha de Rumo - história com a qual eu não tive nenhum problema do tipo. Acabei ficando triste até por coisas que não tinha nada a ver do NaNoWriMo, como Mais Uma Vez. É algo que eu estou sentindo desde que enviei o livro para as betas, na verdade, um daqueles arrependimentos que vem depois do clique no botão enviar, como eu disse na minha news sobre escolhas da Tertúlia (como assim você não leu essa news porque ainda não assinou a Tertúlia? COMO ASSIM?). Enquanto eu editava o livro, nos últimos três anos e oito meses, eu pensei muito sobre deixar para lá, especialmente quando a história me deixava frustrada ou confusa ou me fazia sentir que não tinha solução. Mas eu consegui fugir desses sentimentos e terminar o livro e nos últimos meses, mesmo que às vezes eu duvidasse, eu ainda sentia que a história parecia um livro de verdade. Até eu terminar de vez e saber que tem pessoas lendo ele. Depois disso eu pensei tanto sobre que eu estou completamente convencida de que a resposta das betas vai ser que Mais Uma Vez é completamente impublicável e que é melhor eu focar em outra história. Que tem muitas falhas e muitos detalhes defeituosos. E meu maior medo não é nem que esses temores gerais sejam reais, meu medo maior é que eu não saiba reagir às críticas da forma certa. PORQUE EU SOU COMPLETAMENTE LOUCA. Mas vai ter um post sobre isso, sobre ter terminado o livro e sobre as pessoas lerem ele (eu decidi que vou dedicar dezembro apenas ao blog para eu ter tempo de escrever tudo que eu quero, mesmo que não seja um post por dia). A questão é que essa era eu no décimo terceiro dia:

Algo está seriamente errado comigo.
Voltando a Tóxico, a sensação ruim sobre o livro durou quase o dia inteiro. Eu tentava, escrevia vinte palavras e depois não sabia mais o que dizer. Não ajudou nada o fato de um gato ter invadido a casa e atacado o meu gato às cinco da manhã, me deixando preocupada com ele o dia inteiro. Eu até mudei de cena e comecei uma nova para tentar escrever alguma coisa, qualquer coisa. Resolvi tratar os aparentes sintomas então, aplicando meu principal método motivador e antidepressivo: ouvir MisterWives por horas, de preferência gritando a letra. Funcionou! Somando isso a algumas outras coisas para me motivar, finalmente criei coragem de escrever nas últimas horas do dia. Acabei achando a coisa certa a dizer e um pouco mais animada, escrevi cerca de 1,500 palavras em uma hora e meia. Fechei o décimo terceiro dia (uuuh, décimo terceiro, quero) com 2,529 palavras - 37,001 no total. A esperança era conseguir voltar a um ritmo legal no dia seguinte. Acrescentar drama a história, um ápice, palavras exaltadas, lágrimas. Qualquer coisa que me fizesse escrever e sentir que eu realmente estava escrevendo, plenamente e de verdade. E principalmente parar de ansiosamente pensar sobre outras histórias e de ficar completamente paranoica com coisas que eu não podia controlar. Só faltava o universo colaborar. Nem que fosse o universo dentro de mim.
A meta era 40 mil palavras, prolongáveis para 42 mil. Tudo que eu posso dizer é que a ideia de colocar drama na história, adiantar algumas coisas que precisavam acontecer e etc, acabou funcionando e a história foi se desenrolando mesmo que lentamente. As primeiras horas do dia foram meio confusas e eu não tinha tanta certeza do que estava fazendo. Participei de alguns sprints com a Dani e mesmo sprintando, as palavras vinham enroladas e confusas. Umas 16h30 eu precisei sair para caminhar com a minha irmã e tirei esse tempinho para pensar na história. A gente acabou passando mais de uma hora rodando pelo bairro e eu pude pensar bastante sobre Tóxico e até ter ideias para outras histórias. Quando eu cheguei em casa eu me dediquei à escrita do dramático capítulo 18 e terminei o décimo quarto dia quase chorando com 3,344 palavras escritas e 40,434 palavras totais.
Então o décimo quinto dia chegou e as coisas mudaram violentamente. Depois de me dar conta de que era mais lógico postar o Diário do NaNoWriMo na quarta-feira, quando metade do mês tivesse se passado, eu estabeleci a meta de 43 ou 45 mil palavras totais e continuei escrevendo direto. Fui dormir às 3 da manhã, já com quase duas mil palavras escritas. Acordei bem tarde, mas fui escrever logo. Dramas estavam acontecendo e eles precisavam ser escritos. Além disso, a Gih e a Dani também tinham metas a bater e sprintaram muito o dia inteiro. Gih parecia uma máquina e eu fiquei muito feliz porque a ideia do projeto dela só não é mais maravilhosa do que a escrita dela. Ela conseguiu vencer o NaNo ontem à noite e Dani também conseguiu a meta pessoal dela no dia. Quanto a mim, eu tinha prometido que se chegasse aos 45 mil pelo menos duas horas antes do fim do dia, eu iria tentar chegar a 47 mil. Foi o que eu fiz e nesse denserolo eu acabei batendo uma meta pessoal: Consegui escrever mil palavras em um sprint de 30 minutos - 1,063 na verdade. Cheguei a 7,121 palavras, terminando o décimo quarto dia e a contagem da segunda semana com 47,555 palavras - o que significa que entre a contagem final do diário da semana passada e a contagem final do diário desta semana eu escrevi exatas 20 mil palavras.
Caso vocês estejam se perguntando - provavelmente não estão -, sim, isso é bem perto de 50 mil e sim, o plano é vencer o NaNoWriMo hoje. Na verdade, era para eu ter vencido de madrugada e eu fiquei acordada para isso, mas de repente as duas mil palavas restantes pareceram demais. Mas isso é coisa para eu falar no diário da semana que vem, então tudo que eu posso confirmar para vocês é que até o momento em que esse post foi postado eu ainda não tinha vencido o NaNoWriMo. AGORA VAMOS AO TRECHO DA SEMANA:
- O qu...? - Me interrompo quando me dou conta e é a minha vez de respirar fundo dramaticamente - DIREITO?
- Sim.
Fecho os olhos e aperto as pálpebras.
- Qual a segunda opção?
- Não está na sua lista também.
- Apenas me diga qual é a segunda opção.
- Ciências sociais.
Uma série de imagens passa pela minha cabeça na mesma hora que eu ouço essas palavras e então eu começo a rir.
- Imagina só. Um curso que deixaria Rebeca possessa e Lina bastante feliz. É uma opção completamente plausível.
- O fato da sua escolha irritar sua irmã não é um bom motivo para escolher um curso, Isabel.
- Você obviamente não conhece minha irmã. - Eu continuo rindo por alguns instantes, antes de respirar fundo - Mas eu nunca tinha pensado sobre ciências sociais. Parece um curso legal pensando agora. Não tenho certeza de com o quê exatamente eu trabalharia.
- Você pode ser professora de sociologia no ensino médio, trabalhar com ciência política ou com antropologia. Com certeza tem mais coisas que eu não me lembro. Mas pesquise mais sobre. Faça uma lista completa, com faculdades, notas de corte, prováveis dificuldades enfrentadas e prós e contras. Como essas que você trouxe.
- Isso foi tudo feito por Lina. E eu não posso contar para Lina sobre isso ou ela vai se animar e fazer absolutamente de tudo para que eu escolha esse curso.
- Por que?
- Lina quer trabalhar com pesquisas no campo da história da América Latina. Se eu me tornar cientista social, a gente vai acabar tendo que trabalhar juntas para sempre. Eu consigo até ver nossos nomes juntos em dezenas de artigos científicos e nós duas viajando pelo continente inteiro fazendo pesquisas e apresentando trabalhos em seminários.
- Espera. E isso é ruim
- Claro que não. Mas eu ainda não tenho certeza sobre o curso. Foi só uma sugestão. Um curso novo para a minha gigantesca lista. Não quero encher ela de esperanças para depois acabar cursando gastronomia.

Eu sei, eu sei. É menor do que o da semana passada e deixa muita coisa na expectativa, mas ei, eu só estou tentando criar hype sobre um livro meu aqui. Vejo vocês semana que vem, torçam para que eu não enlouqueça,
G.