Boa noite e bem-vindos ao post mais pessoal da história dos posts pessoais. Porque é Agosto Aleatório e porque hoje é o MEU MEIO-ANIVERSÁRIO!!!! Eu sou oficialmente uma garota de 19 anos há SEIS MESES!! E isso significa que eu posso ser metade tão autocentrada quando eu sou no meu aniversário e também significa que é hora de atualizar todo mundo com a segunda parte da coluna anual "É só uma fase". Caso vocês não tenham notado pelos posts de maio para cá, as coisas têm estado bem loucas. Como eu já esperava na primeira parte da "É só uma fase" deste ano, eu amaldiçoei a mim mesma decretando este ano "o ano das experiências". Se as coisas continuarem desse jeito, eu vou declarar ano que vem "o ano do sossego", "o ano do descanso merecido", "o ano da sombra e água fresca" ou "o ano em que eu fico extremamente rica completamente do nada e não preciso mais trabalhar, tendo tempo para fazer apenas o que eu quero e nada além disso". Claro que nada disso vai funcionar (a gente nem sabe se vai ter mundo em 2018) (e se tiver eu serei oficialmente formanda na faculdade), mas não custa jogar o desejo para o universo. De uma forma ou de outra, peguem a pipoca porque aqui vai um texto sobre todas as experiências que eu já tive nesses seis meses e todas as que eu espero muito ter nos próximos seis.
             Só pra começo de conversa, eu passeis os primeiros três meses dos meus 19 anos doente. Eu já estava em um estado ansioso constante desde dezembro do ano passado (na verdade, se a gente for levar em consideração tudo, setembro, mas eu estou sendo misericordiosa), mas as coisas pioraram muito no final de fevereiro, se agravando ainda mais depois que eu tive uma infecção intestinal lá pela segunda semana de março e culminando com uma crise de depressão daquelas de não sair da cama e muito menos querer tomar banho quase no começo de abril. Foi feio, mas vocês sabem o que dizem sobre o fundo do poço. O problema era que eu não tinha como parar, descansar, passar três dias de cama e só sair quando estivesse melhor. No pior dia da minha infecção (em que eu passei a manhã gritando no sofá e tremendo de febre e apesar de estar exausta, nem consegui dormir), eu tive que sair para fazer entrevistas à noite. E enquanto eu não descansava, eu ainda me sentia doente e os sintomas levavam muito tempo para desaparecer.
             Em abril, meu gato teve uma crise de ansiedade e estresse (sim, vocês leram certo) especialmente movida por uma gata que invadia nossa casa e já tinha atacado ele antes, além do fato dele ter dois anos e não ser castrado, e ele atacou meu pé com muita violência, fazendo com que eu precisasse de antibióticos e sentisse o pé pulsando ao andar. Depois disso, eu tive sabe Deus o quê em maio e passei quase seis semanas com uma tosse chata, cujo nível variava. Eu trabalho com médicos e eu tinha certeza quase absoluta de lá pela terceira semana iria levar bronca por não ter descoberto o que era ainda, mas eu acho que é errado fazer comentários sobre o estado de saúde das pessoas quando elas não o pedem ou então eles acreditavam que se eu não dizia "não posso fazer isso, estou muito mal" eu deveria estar bem. Quando eu disse que estava muito mal para conseguir fazer algo, eu já estava sem voz, ficando tonta quando levantava e acordando com os olhos grudados todo santo dia. Quando eu disse que eu estava muito mal, eu já tinha ido a dois hospitais, quase matado um médico e já tinha atestado - fui diagnosticada com resfriado, mas não tive explicação nenhuma para a tosse de seis semanas, que foi embora sozinha.
             Eu nem tenho certeza de quando eu comecei a me sentir melhor e de quando essas doenças foram embora de uma vez por todas. Só sei que lá pelo São João, quando eu viajei de novo e não tive nenhuma crise - nem de ansiedade, nem de tosse, nem de febre, nem de nada - eu olhei para trás e percebi que estava bem.
             A conclusão geral é a de que esses três primeiros meses foram péssimos. Puxados, cheios, dolorosos figurativa e literalmente, exaustivos em vários sentidos, horríveis. Eu lembro de um dia que eu estava tão cansada e deprimida que eu tive uma crise de choro porque eu descobri que o que eu achei que precisava fazer estava sendo feito por outra pessoa. Não foi fácil, mas eu me sinto melhor desde junho. Não foi repentino, foi gradual. Primeiro, eu assumi controle do trabalho e do que precisava fazer. Depois, eu fui lembrando a mim mesma quem eu era. Teve muita autoterapia (quando você faz terapia comportamental desde os 14 anos, aprende truques) envolvida, muitos episódios de The Thundermans, um uso abusivo do bullet journal e a lembrança de que eu precisava mesmo de tempo para mim mesma. Quanto ao tratamento para a ansiedade e depressão, eu comecei outro remédio, anti-ansiolítico (que até hoje eu não tomo direito), e ele me ajudou muito (tanto que quando eu faço merda e passo dois dias sem tomar, eu tenho crise durante a noite) (é um erro que você só comete uma vez). Na terapia, eu mudei de psicologa por causa do tempo e eu ainda estou me adaptando à nova, já que nós só tivemos três sessões. Eu me sinto bem, mas é uma luta diária, sim.

ESTE É O MELHOR GIF DO MUNDO
             A razão pela qual eu falei sobre esses três meses de doenças e ter ido ao hospital pela primeira vez em três anos é porque eu preciso que vocês entendam o quanto eu tive que me esforçar para fazer o mínimo nos primeiros três meses. Por isso, quando eu fiquei bem e peguei o ritmo, eu enlouqueci. Provavelmente, já ficou claro no último post que eu assumi um montão de responsabilidades nos últimos meses. Eu fiz muita coisa, me envolvi em muita coisa e eu continuo me enfiando em muita coisa. A frase "não vai dar tempo, mas vai ter que dar tempo sim" se tornou o slogan oficial da minha vida. Eu preciso me mudar para Urano, só para garantir dias mais longos. De alguma forma, (eu sei de que forma foi: tem um evento que eu quero muito organizar ano que vem e para garantir que eu posso fazer parte, eu resolvi assumir um monte de coisa) (isso e o fato de que eu não sei dizer não) eu acabei me enfiando na comissão de formatura da minha turma e na chapa do cento acadêmico do curso. Eu passo a maior parte da semana na universidade (o que deixaria a Giulia de 2015 horrorizada): tenho curso de espanhol à noite às segundas e quartas e reuinão geral dos bolsistas às sextas, que sempre acaba tarde - fazendo com que grande parte dos dias eu saia de casa às 6h e chegue às 22h. Eu sempre chego em casa exausta e muitas vezes preciso me forçar a terminar algo para o dia seguinte. Não sei porque estou fazendo tudo isso. Só sei que não morri ainda e que, na verdade, gosto de estar fazendo tudo isso.
             A parte estranha é que eu me sinto mais nova do que me sentia ano passado ou nos anos anteriores. Desde 2015, eu não conseguia conceber a ideia de trabalhar e estudar, porque o estudo me exauria completamente. Eu nunca tinha tempo, para nada, jamais e ficava muito frustrada com quanto tempo levava para fazer coisas simples. Eu declarei que este seria o ano das experiências porque estava passando por uma fase de querer fazer tudo. Até criei a para-frase de uma das minhas citações preferidas em The Thundermans: "Eu serei uma super-heroína e também dançarei em telhados". Eu não sei como, isso acabou realmente acontecendo. Aparentemente a engrenagem do universo é tão complexa, que um simples movimento altera o funcionamento de todo o resto. Eu já sabia disso na teoria, agora sei na prática. E agora eu sinto como se realmente pudesse fazer qualquer coisa e essa é a sensação de ser jovem que os adultos-mais-adultos dizem que eu deveria estar sentindo desde os 15 anos.
             Além do Projeto Currículo Top 2017 e do fato de que eu realmente editei dois livros este ano e os enviei para editoras e agências, estou terminando As Crônicas de Kat, pretendo pegar Mais Uma Vez a partir do mês que vem e estou em fase de planejamento de outros três livros - incluindo o produto do meu TCC -, eu fiz outras coisas que não tem nada a ver com o meu crescimento profissional, mas com o meu crescimento pessoal. E sim, eu literalmente quero dizer viajei, bebi e fui para festas.
             Tem acontecido um movimento estranho em relação a festas no meu squad e depois de eu ter dado a ideia de que saíssemos para dançar, eu perdi duas festas porque estava doente e morrendo. Eu estava desesperada para sair para dançar, eu literalmente coloquei "Sair para dançar" na lista de 101 coisas em 1001 dias (o próximo post vai ser uma atualização da lista, prometo). Eu precisava começar de algum lugar simples então primeiro festas só com o grupo, depois as com gente que não já conhece meu lado mais louco.
             Em uma das festas de aniversário do grupo, eu inventei de beber. Não para ficar bêbada, mas até que bebi demais. Foi uma experiência pior para os outros do que para mim. As pessoas se assustam com quão rápido eu bebo ou quantas coisas diferentes eu bebo, mas aqui vai o segredo: Eu odeio. o gosto. de. álcool. Então, quando eu bebo rápido é para acabar com aquilo logo e quando eu mudo de bebida é para tirar o gosto da bebida anterior. "Então, por que você bebe, óh Giulia?" Aí é que está, eu não bebo. Eu bebi três vezes e estou tentando fazer um coisão disso, mas a chave da coisa toda é que eu resolvi que se eu quiser, como muito raramente eu invento de fazer (mais sobre isso nos últimos parágrafos do post), eu não vou me impedir. Eu também experimentei e descobri que tipo de bêbada eu sou: A bêbada fofoqueira. A primeira inibição que vai embora é a que controla minha língua e eu começo a falar demais. Quem está surpreso? Ninguém.



             Já falamos sobre a minha saúde, a minha vida profissional, minha vida acadêmica e minha vida social... Faltou o quê??? Ah é, o assunto preferido de vocês: MINHA VIDA AMOROSA. Eu sinto que eu devo algumas explicações depois do "Como nasce um crush" porque aquele post teve uma repercussão assustadora. Uma das primeiras reações foi chover mensagens de gente perguntando "Ué, como assim você nunca beijou ninguém?" e sinceramente, eu fiquei surpresa por tanta gente não saber disso porque eu tenho enchido o saco a esse respeito há meses. Vamos começar deixando as coisas claras aqui: Sim, é verdade. Eu nunca beijei ninguém. EU SOU BV. Eu nunca beijei ninguém. Não, nem selinho. Não, nem em festa. Não, nem quando eu estava bêbada. Não, nem em um jogo de verdade ou consequência. Não, nem gente próxima. Isso não é um eufemismo, não é uma metáfora, não é uma brincadeira. Eu não estou dizendo isso porque faz tanto tempo que eu nem lembro mais como é. Nunca, em meus 19 anos e meio de vida, meus lábios encostaram nos de outra pessoa. (E fiquem sabendo que todo mundo que diz que é "praticamente BV" na minha frente, é amaldiçoado a nunca mais pegar ninguém).  Absorveram este fato? Vamos para os próximos.
             Eu tive que explicar várias vezes desde que o post do começo do mês saiu porque isso nunca aconteceu, então eu imagino que deva ser a pergunta de vocês também. A resposta é: Eu nunca fui apresentada à chance. É sério. A última vez em que tentaram me beijar, eu tinha 10 anos. (Explicações para isso não soar tão pedófilo, apesar de ser um pouco: Eu estava na quinta série, Colégio Militar, e eu era a bebezinha da turma. Todo mundo já tinha beijado alguém, escondido dos pais que só deixavam namorar aos 15. Minha mãe sempre me disse que eu poderia beijar quando eu achasse certo e enlouquecia minhas amigas da época o fato de eu não querer beijar ninguém. Eu tinha 10 anos. Uma amiga resolveu pagar um menino para me beijar e literalmente enfiou a cara ele na minha. Não deu certo, mas se eu for bem sincera, quase 10 anos depois, eu ainda estou brava sobre essa merda). Pensando logicamente, provavelmente existiram pessoas que queriam me beijar e definitivamente existiram pessoas que eu quis beijar, mas as forças motoras do universo não colaboraram e nunca aconteceu. Eu nunca beijaria ninguém por quem eu não me sinto atraída simplesmente por beijar e isso cria toda uma burocracia difícil de enfrentar. Então não, eu não estou me guardando e não foi de propósito, só nunca aconteceu.
             Eu normalmente sou bem de boas sobre ser a pessoa BV mais velha na face do universo (eu realmente esqueço disso muitas vezes), exceto em fases específicas como quando o sol está em Câncer, quando todo mundo ao meu redor está namorando ou comprometida ou quando - Deus me livre isso acontecer outra vez - eu estou seriamente apaixonada por alguém. Este ano, porém, as coisas mudaram de figura. Essa é a parte ruim sobre experimentar, meu povo. É viciante e enlouquecedor e quando você faz uma coisa, você quer se sentir capaz de fazer todas as coisas do mundo. A problemática é que as coisas que eu fiz dependiam apenas de mim mesma: Eu queria sair para dançar, eu saí para dançar. Eu queria beber, eu bebi. Eu queria enviar um livro para uma editora, foi exatamente o que eu fiz. Beijar alguém depende completamente da outra pessoa. E as pessoas que eu quero beijar a) Não me querem, b) São comprometidas, c) Moram em MARTE, d) Todas as alternativas anteriores. E apesar de eu realmente querer muito beijar alguém (e de preferência antes que eu morra), eu não quero beijar qualquer pessoa. Eu não sou aquela garotinha de 12 anos que quer que o primeiro beijo seja perfeito, porque eu sei muito bem que não vai ser nem ferrando, mas se fosse para eu beijar qualquer um só por beijar, eu tinha feito isso uns cinco anos atrás.

A cada imagem divisória você consegue sentir o post ficando mais sério. Ou eu tentando dar seriedade a algo besta.
             Ainda no assunto experimentar, beijo e pessoas indisponíveis, chegamos oficialmente ao efeito borboleta. Efeito borboleta no título deste post se refere não ao conhecido Efeito Borboleta, que faz parte da teoria do caos, onde o bater das asas de uma borboleta poderia causar um furacão do outro lado do mundo. O efeito borboleta aqui se refere a uma das minhas frases preferidas que eu já escrevi: "Ah, merda, será que dá para matar borboletas com álcool?". Se você me tem no Snapchat provavelmente viu o colapso nervoso, mas eu preciso explicar de qualquer forma. Eu estou atualmente (a deadline é hoje) trabalhando em um livro para um concurso literário regional. O livro em questão está sendo editado/reescrito, mas foi escrito há um tempo (não vou dizer quando por motivos de não quero que vocês saibam qual livro é ainda, apesar de ser possível descobrir, fazendo uma pesquisa rápida no Twitter). Este livro contém uma cena, escrita há muito tempo, em que a personagem principal está em uma festa com uma amiga quando vê, do outro lado da sala, alguém por quem tem uma queda gigantesca. O problema é que essa pessoa está 100% total e completamente comprometida - o que não impede a personagem de babar pela pessoa nada discretamente a noite inteira. Quando ela diz a frase citada anteriormente, ela acabou de olhar para a pessoa novamente e a pessoa estava olhando diretamente para ela. Quando ela não conseguiu mais sustentar o olhar, a opção foi correr para uma taça de vinho para tentar matar as pequenas borboletas no estômago.
             Se eu disser para vocês que aconteceu comigo exatamente - eu disse EXATAMENTE - o que foi descrito, vocês acreditam? Foi há algumas semanas e eu não percebi a principio, nem mesmo o fato de eu ter reagido do mesmo jeito que a personagem, mas quando eu cheguei ao capítulo em questão do livro, eu tive que parar, ler de novo e gritar: EU PREVI A MINHA PRÓPRIA VIDA!!!! Se essa história toda foi compensação cármica pelas coisas que eu fiz minha personagem passar, eu gostaria de lembrar ao universo que: eu estou dizendo há muito tempo que canonicamente as personagens em questão acabam juntas um ano e meio depois do fim da história. Então, dê seu jeito, colega. Eu estou contando. (Mentira, eu não sou tão trouxa assim).
             Detalhe: A cena em questão era originalmente uma cena deletada. Eu literalmente escrevi ela apenas para uma coisa que eu chamo de equilibro de energia (quando eu quero muito escrever algo, mas a história em questão não comporta isso, então eu tenho que escrever para colocar a coisa para fora antes de voltar ao que eu deveria estar escrevendo). Meses atrás, bem antes de eu saber quando ia editar o livro, eu resolvi que a cena precisava continuar na história. Agora, eu passo por isso. Ei, universo, será que dá próxima eu posso ganhar superpoderes? Ficar superrica? Virar uma vampira e vencer uma guerra contra o inferno? Ou literalmente qualquer outra coisa que não envolva pessoas comprometidas, desejos controlados e frustrações? Desde já agradeço.



             É isso, o ano das experiências tem sido completamente insano e só se passaram seis meses. Eu também tenho certeza agora de que março e abril são meu inferno astral particular então o plano para o ano que vem, é me isolar do mundo por dois meses com muito muito sorvete e aqueles que provavelmente serão os últimos episódios de The Thundermans. Além disso, semana passada eu literalmente me senti estranha por estar em casa na sexta-feira então se alguém quiser me chamar para sair na semana que vem, fique à vontade (hoje eu tenho um livro para terminar. Me desejem sorte). Outra coisa, meu aniversário ainda está a seis meses de distância, mas eu já decidi fazer festa, já tenho local, tema e funcionamento e eu vou começar a trabalhar nos preparativos no mês que vem, assim que voltar de viagem. Nunca é cedo demais, galera.
Juro que não estou bêbada,
G.