Boa tarde e bem-vindos de volta ao programa de entretenimento prefeito dos leitores do Quebrei a máquina de escrever: Coisas Com As Quais Giulia Não Mantém uma Relação Saudável. No episódio de hoje, a pessoa menos qualificada a falar sobre amor fala novamente sobre amor, como ela faz de dois em dois anos, apenas para lembrar aos outros ser humanos que ela possui sentimentos românticos, sim. Eu até criei um marcador estilo coluna para toda vez que eu resolver falar sobre amor aqui, onde vocês já encontram os posts anteriores: Amor e outras metáforas.
           A razão pela qual eu falo tão raramente aqui sobre minha vida amorosa (hoje em dia. Parece que dos 13 anos 15 eu falava muito sobre o amor e o que eu queria dele, mas eu não vou linkar esses posts aqui), é que, em uma forma mais profunda que na minha vida geral, nada nunca acontece. Sério, se a minha vida é uma piada, a minha vida amorosa está em uma situação pior, porque ela nem tem graça. Leva anos até que os acontecimentos se unam o suficiente para que eu tenha algo para contar e normalmente o que eu quero colocar para fora nem são acontecimentos ou fofoquinhas, são sentimentos que eu guardei por tempo demais. Por exemplo, atualmente eu tenho sido assombrada por um sentimento que alguns conhecem como "carência", mas eu prefiro definir como "frustração". E de forma a fazer vocês entenderem todo o processo que constituem meus confusos sentimentos em relação a outras pessoas (plural), eu fiz um guia detalhado sobre como nasce um crush.


"Eu sou desesperançoso, esquisito e desesperado por amor". Basicamente.

          A enciclopédia pessoal Giulia (marca registrada) divide os sentimentos não-platônicos que podem se desenvolver de uma pessoa para outra em três: Crush, Paixão e Amor. Você pode sentir os três, os dois menores ou apenas o primeiro por uma pessoa só. Pode sentir cada coisa por uma pessoa diferente. Ou pode ter apenas um crush, apenas uma paixão e apenas um amor (romântico). Enquanto tanto a paixão, quanto o amor dependem muito de quem fala e de como a pessoa se sente, crush é um termo que confunde a cabeça de muita gente. Diretamente traduzido como a quedinha, o crush não chega a ser uma paixão, apesar de ter pedaços de paixão nele. Eu criei uma definição para definir os meus sentimentos e todos os milhares de crushs que tenho e talvez ela faça sentido para vocês:


Crush: Pessoa que parece se adequar aos seus sonhos, devaneios e fantasias sobre o amor. Ela parece tudo que você sempre quis ou tudo que você desejaria de alguém como ela. Pode ser um completo desconhecido no ônibus, uma pessoa famosa ou alguém com quem você convive constantemente. Em qualquer caso, é uma pessoa cujas características ainda não foram estragadas pela realidade dolorosa do mundo - ou talvez você conheça a verdade, mas prefere ignorá-la pelo amor aos devaneios.


          Você pode discordar de mim ou concordar comigo; Essa definição realmente foi feita para organizar meus sentimentos, porque é assim que eu faço as coisas. Assim como este post. Ele é um guia não-oficial ao meu coração, não ao de todo mundo. Você pode até se identificar, mas lembre-se: Em hipótese alguma siga meus conselhos ou aplique o guia em sua vida. Estou avisando porque, pelo amor de Deus, não quero mais pessoas achando que eu sou confiável para pedir conselhos amorosos. Eu não aguento mais estragar a vida amorosa dos meus amigos. Não sei como eu consigo enganar as pessoa tão bem para elas acharem que eu sei o que eu estou fazendo, porque quem pediria conselho amoroso para uma jovem de 19 anos que nunca nem beijou ninguém? A pergunta é retórica, mas tem resposta: Muito mais pessoas do que eu acho saudável. Eu não estou aqui para arruinar a vida de vocês, apenas para mostrar como a minha vida está completamente arruinada. Prontos? 

Fase 1: A descoberta ou "Quando ainda dá tempo de fugir"


"Não existe gif para essas coisas que eu estou sentindo."


          Essa fase é a mais bonitinha do evento crush. É quando você ouve uma voz e pensa "eita", ou quando você nota um sorriso e seu coração faz "vish" ou quando você conversa com alguém e seu estômago resolve dar uma festa. Você ainda não notou de verdade que tem um crush na pessoa, mas você notou a pessoa e seu corpo, cérebro, alma, coração ou o quê que esteja no controle dos seus sentimentos teve uma reação involuntária. Essa é a parte em que você ainda pode tentar dizer para você mesmo: "NÃO. VAMOS PARAR POR AQUI. CHEGA.". Eu não estou dizendo que funciona, mas sempre vale a pena tentar.
          A Descoberta para mim independe se eu conheci a pessoa ou se apenas a vi de relance ou senti sua energia. É simplesmente notar a pessoa e ter aquele fluxo de energia repentino de uma atração que pode ser lindamente saudável ou perfeitamente dolorosa.
          Existe essa pessoa que eu conheço há anos, mas eu só notei que meus sentimentos em relação a ela possuem nuances não-platônicas no ano passado. Desde então, eu estou sempre me batendo sobre isso, mas não fiz nada sobre porque atraída ou não, não é algo tão perigoso que me atrapalhe no meu relacionamento com o elemento (eu vou usar termos como "elemento", "ser", "criatura", "demônio", "peste", "coisinha", entre outros para se referir aos meus crushs) (meu crush mais recente tem o apelido carinhoso de Capeta, porque o capeta, ele atenta). Existe essa outra pessoa com quem eu falei UMA VEZ em maio de 2016 e eu me sinto tão dolorosamente atraída pela criatura que eu estou muito feliz por não ter tido contato com o cão há semanas, mesmo que esbarre com dita criatura nas redes sociais o tempo inteiro.
          A descoberta é isso: A sensação de atração quando você conhece alguém ou o aparecimento da atração muito tempo depois. De novo, você pode tentar fugir e não deixar virar mais sério. Não necessariamente vai funcionar, mas você pode tentar.
          Outra coisa sobre a descoberta é quão etérea e irreal a pessoa - ou o sentimento - ainda é para você nessa fase. É sempre sobre essa impressão. Você não sabe de nada sobre a pessoa ou não sabe o que quer da pessoa e muitíssimo menos o que sente pela pessoa, apenas sabe que tem algo ali, nas profundezas do seu ser. Eu já desenvolvi crush em alguém porque a pessoa tinha um sorriso igual a outra pessoa que eu tinha crush (apesar de eu achar que isso é uma forma que meu cérebro encontra de lidar com sentimentos que saem do controle: achar alguém novo para começar tudo de novo) (não, isso não funciona, mas tentar inventar escapismos é a forma preferida do meu cérebro de passar o tempo).
          O que me leva dessa primeira fase para a segunda é quando a sensação se instala e eu me torno necessitada de aproximação da pessoa ou da energia dela. Basicamente, quando eu me torno obcecada pela pessoa.

Fase 2: O contato e aproximação ou "Jonas_Brothers_-_When_You_Look_Me_In_The_Eyes.mp3"


          A fase 2, assim como a 1 se manifesta de muitas formas. Uma delas é quando você vicia em um ator e começa a ir atrás de todos os filmes que ele já fez na vida. Outra, é quando você começa a fazer um caminho mais longo para encontrar alguém ou começa a encontrar desculpas para ir ao lugar onde a pessoa está. A descoberta da pessoa causou um sentimento bom e você quer que esse sentimento bom continue acontecendo. Eu não deveria dizer isso, mas como quase todo mundo sabe e o programa de Jovem Aprendiz da pessoa em questão acabou há mais de um ano, eu vou falar: Foi graças à fase 2 que eu acabei com quatro contas abertas na mesma agência de banco.
          A fase 2 não é muito fofa para quem está sentindo, mas é fofa para quem está observando. É aquela que faz seus amigos cantarem "É o amor" quando te veem com um sorriso bobo no rosto, é aquela que faz com que você escreva seu nome com o sobrenome da pessoa na última página do caderno e planejar uma vida inteira com a pessoa em alguns segundos. Normalmente, eu me odeio quando estou na fase 2, mas também é a fase em que eu sou mais produtiva, literariamente falando. Eu escrevo uma média de dez mil palavras por crush quando estou na fase 2. 
          Vocês sabem muito bem que eu não "gosto", eu me obceco. Se é para gostar de alguém eu vou gostar de cada aspecto da pessoa, do nome ao tom dos fios de cabelo sob luzes de Natal. Eu vou escrever poemas sobre a forma como o olhar da pessoa pareceu cansado naquele dia 5 de março de 2016 ou sobre como o A do "bom dia" que ela me disse três anos atrás soou arrastado. Eu vou transformar ela em personagens e associar ela a séries e filmes e então me odiar porque eu fiz uma pessoa fazer tanto parte da minha vida que eu simplesmente não tenho como fugir ou superar ela. A menos, é claro, que a obsessão/quedinha queime como uma chama ardente que consome todo o oxigênio e então se apaga sozinha. Traduzindo: Eu gosto da pessoa tão rápido e tão intensamente que eu acabo com tudo que poderia sentir de uma vez só e perco o total interesse semanas depois.
          O louco é o quanto disso fica guardado em mim. Como eu consigo gostar de alguém por quatro anos e simplesmente não dar nenhum sinal disso. Não é porque eu escondo bem, é por quão ciumenta eu sou com meus próprios sentimentos. É como se minhas paixões e desejos fossem algo só meu, que não merecem ser compartilhados nem mesmo com a pessoa que é alvo delas, porque pode estragar tudo. Eu literalmente fico pensando sobre uma troca de olhares de três segundos por semanas e parece ser de uma suficiência absoluta para mim por muito tempo. A troca de olhares e a sensação que ela causou em mim é algo muito meu e eu sei disso. A outra pessoa muito provavelmente não se sentiu do mesmo jeito ou nem se lembra da troca ou considera importante. Por causa disso, eu sinto ciúmes do sentimento, que é meu, não da pessoa. É por isso que eu sou tão firme sobre só ficar com alguém que sinta exatamente a mesma coisa que eu: Se eu vou dividir meus sentimentos com você, eu preciso da mesma quantidade de volta.
          Depois de todo o tempo gasto queimando sua obsessão e envolvendo a pessoa na sua vida e em sua rotina, chega a fase 3, onde a pessoa já se tornou ligada a você.

Fase 3: "Agora você é uma parte da minha vida" ou "KISS ME, YOU FOOL"


          Essa é a fase em que já era - você está definitivamente associada ao seu crush. Seus amigos falam da pessoa o tempo inteiro e sempre que veem vocês dois juntos fazem piadinhas e "hmmmm". Onde quer que você olhe e o que quer que você faça a pessoa está lá, no fundo da sua mente. São os olhos dela que você vê quando fecha os olhos e com o sorriso dela que sonha nas noites mais tranquilas. Em resumo, você está completamente ferrado.
          Alguns poderiam dizer que isso já eleva o crush para paixão ou amor, mas o que diferenciaria nesse caso é o nível de desejo e de sentimento realmente amoroso que você tem pela pessoa.
          Por mais que eu saiba que isso vai dar merda depois, eu não consigo evitar em relacionar pelo menos uma música a cada um dos meus crushs - minha única regra é não fazer isso com nenhuma música de MisterWives, porque ninguém* neste mundo merece uma música de MisterWives. Meu crush mais recente tem como música tema Bad Liar da Selena Gomez, especialmente por causa da falta de sutileza com a qual eu lido com o crush em questão. Meu crush mais antigo literalmente estragou Anavitória para mim; Eu não consigo ouvir mais nada delas por vontade própria. Às vezes eu resolvo ouvir uma música e percebo que me faz pensar na pessoa e quero me socar por ter feito isso de novo, mas eu não consigo evitar. (OBS.: *Meus celebrity crushes também tem música tema e em algum caso a Regra MisterWives vai para o espaço. Por exemplo: Meu crush na Kira Kosarin tem como música tema Only Human, porque foi uma das várias que eu direta ou indiretamente fiz ela ouvir. Só que a Kira é minha alma gêmea, então não conta) (OBS 2.: Escrever isso me fez ficar pensando sobre as músicas que associei a cada crush, então eu fiz uma playlist).
          Essa fase do crush é a fase em que você começa a se questionar sobre o que sente e o que quer da pessoa. Não é mais aquela coisinha simples e bonitinha porque não tem mais como fugir da pessoa ou do que você sente. Então você pensa: Eu quero simplesmente pegar a pessoa? Eu quero algo sério? Ou eu nem quero nada, só gosto de ficar fantasiando no meu canto? E mais importante: Eu vou fazer algo a respeito? Será que a pessoa se sente do mesmo jeito? Será que eu deveria tentar fazer a pessoa se sentir do mesmo jeito? Será que existe alguma chance disso dar certo? Em resumo, a fase 3 é a fase das crises e questionamentos. E são as respostas que você encontra que levam à ultima e quarta fase.

Fase 4: O Desfecho ou "Don't cry for me, Argentina"

EU AMO MUITO ESSE GIF
Esse episódio, nem tanto
          Depois de toda longa viagem, você chega ao destino final. O problema é descobrir qual o maldito destino final. Se você toma a decisão de declarar seus sentimentos e ver o que acontece o destino final pode ser um relacionamento, um casinho, a decepção completa ou a rejeição. Se a situação leva você a esperar pela pessoa para fazer algo, o destino final pode ser uma declaração fofa ou uma espera eterna que resulta em você desistindo da pessoa. Se você toma a decisão de guardar tudo dentro de você e não fazer absolutamente nada (método tão meu que eu vou patentear), pode acontecer de você sofrer por anos, explodir de sentimentos não declarados ou sentir, sentir e sentir até superar, superar e superar.
          O que quer que aconteça, a quarta fase declara o fim do crush. Seja com coisas positivas e a evolução do crush para um sentimento mais intenso e recíproco ou com coisas negativas como uma decepção ou rejeição e a superação completa do crush. Também tem quando o contrato de trabalho do seu crush no seu banco acaba e você nunca mais o vê, mesmo morando em uma cidade relativamente pequena onde você não pode ir comprar pão sem encontrar um conhecido - mas isso é algo bem mais pessoal.

          Quais conclusões chegamos ao fim do guia? Eu não sei, eu não faço ideia. Só queria transcrever meus sentimentos, para ver se eu paro de me esconder no banheiro para gritar. Em que fases vocês estão com cada crush? Contem as fofocas!!!
Vejo vocês semana que vem,
G. <3