É tão esquisito pensar sobre uma semana atrás e o fato de que foi apenas uma semana atrás quando tudo já aconteceu depois disso. Só minha viagem de volta levou dois anos e você está me dizendo que uma semana atrás eu estava saindo da Flipop com o coração cheio de amor e os olhos cheios de lágrimas? Até parece. OI, GENTE!!!!!!!!!! FELIZ MÊS LITERÁRIO!!! Se você é novo aqui, o que eu acho que muita gente aqui é: Olá! O "Quebrei a máquina de escrever" é um blog pessoal, mas no mês de julho todos os posts são sobre literatura. Resenhas, diários de escrita, análises, participações especiais de escritores convidados, contos, crônicas e poemas - tem de tudo e tem muito!
Este ano, como no último fim de semana do mês tem o 2º Write-In Conquista, o encontro de escritores que eu organizo na minha cidade, eu convoquei escritores conquistenses a enviarem seus textos!! Se você é da região e tem interesse em mandar seu texto, tem até hoje no fim da noite (envie a submissão para qamde@giuliasantana.com). Se você não marcou presença no evento, o que você está fazendo com a sua vida? É de graça, é maravilhoso e já tem tanta gente interessada que a gente conseguiu o que só eventos muito grandes conseguem aqui em Conquista: Vamos fazer evento em livraria fora do horário de funcionamento. Além disso, vai ter café (e eu preciso ter alguma noção de quantas pessoas vão, para poder fechar o café) e brindes, e quem não gosta de café e brindes? Mas antes de falar sobre o Write-In e sobre o que está vindo por aí durante o Mês Literário, eu preciso falar de outro evento.

Da esquerda para a direita: Tati, eu, Gih, Dani e Lena. Por favor, sigam os perfis delas para acompanhar os projetos que elas fazem parte porque tem muita newsletter maravilhosa nesse grupinho. Foto: Anne Karr
A segunda edição da Flipop - Festival de Literatura Pop aconteceu nos dias 29, 30 de junho e 1º de julho no Centro de Convenções Frei Caneca em São Paulo. O evento é produzido pela Editora Seguinte, normalmente conta com a participação de outras editoras (neste ano foram as editoras Hoo, Plataforma21, D'Plácido, Morro Branco, Globo Alt, Duplo Sentido Editorial, Universo dos Livros e Planeta de Livros) e tem patrocínio do Papel Pólen. O evento conta com escritores nacionais e internacionais, além de editores, agentes, tradutores, pesquisadores, professores e todo tipo de pessoa envolvida com literatura reunido em um só lugar para apresentar, debater, conhecer e viver literatura young adult. O evento foi tão intenso que eu acho que meu cérebro finalmente parou de ler a sigla "ya" como "iá" depois de ter ouvido "uai-ei" com tanta frequência.
Se você acompanha o QaMdE há um tempinho provavelmente leu o post sobre a Bienal do Livro Rio do ano passado e se é uma pessoa corajosa, talvez tenha visto o vlog de 30 minutos que eu fiz sobre os três dias que eu passei lá (e que ainda não terminei de legendar porque eu sou horrível). Eu chamei os dias de os melhores dias da minha vida, e eles foram, antes da Flipop. Eis a questão: Eu amo literatura em todas as suas vertentes e seus problemas, mas se você cresceu com YA, é no YA que você encontra seu lugar e se você, como eu, quer viver de YA um dia, a Flipop é a manifestação do Nirvana. Vocês lembram de eu falando o quanto foi incrível poder entrar na Bienal com a credencial de profissional do livro e poder conversar com escritores de YA nacional sobre banalidades da vida e me sentir parte de algo incrível? Teve tudo isso na Flipop (menos a credencial de profissional, porque ela era para palestrantes e organizadores).
Eu quase morri de ansiedade nos dias anteriores ao evento. Eu não conseguia dormir direito, dormi mal no ônibus, eu tava ganhando espinhas de estresse, o pacote completo. Tinha também o fato de que da última vez que eu tinha ido a São Paulo, eu tive um ataque de pânico de proporções históricas e eu estava preocupada que isso pudesse acontecer de novo. 24 horas em um ônibus ajudaram bastante a fazer com que a preocupação tomasse raiz, mas no final, eu não precisava me preocupar tanto assim (especialmente não a ponto de não conseguir dormir) (eu ainda não descansei o suficiente depois disso, gente). No momento em que eu cheguei lá, eu sabia que ia ficar bem. Eu estava com minhas amigas, em um lugar onde eu podia ser eu mesma - até se eu mesma fosse ter crises de pânico no meio do evento (não tive, mas tive no metrô depois). É nesse nível que a Flipop é um lugar seguro, porque a gente conversou até sobre o que eu tinha medo ali dentro - como a depressão e os traumas emocionais afetam um escritor, como representar isso na literatura... Um monte de gente incrível indo lá na frente e falando: eu tenho depressão, eu tenho transtorno de ansiedade, eu passei por essas coisas. Essa é a minha trajetória. Empoderador é pouco para descrever a experiência.


Minha credencial antes de eu fazer arte com ela. 

Uma das tatuagens temporárias que a Hoo editora estava fazendo em quem preenchesse o questionário que terminava na pergunta mais difícil do mundo: Qual o último livro LGBT+ que você leu? Minha resposta é "Tell Me Again How a Crush Should Feel", mas na hora deu branco e eu coloquei Quinze Dias porque era o último que eu lembrava.

Considerando que a Flipop trouxe o maior encontro do SA/Tertúlia (lembram delas? Minhas amigas das fotos lá de cima que nos tornamos um grupinho graças ao NaNoWriMo 2015) até hoje, eu sabia que estava indo para encontrar amigas e para falar com gente que eu gostava. O que eu não achava era que eu ia encontrar o meu povo. A maior parte do fim de semana foi passado com vontade de levantar os braços e dizer "MY PEOPLE!!". A coisa era tão séria que não só eu fui no Starbucks cinco vezes naquele fim de semana, mas toda vez que eu ia lá alguém dizia que outras duas Giulias, também da Flipop, tinham passado lá. Eu estava cercada por pessoas como eu, que amam a mesma coisa que eu e que me fizeram voltar a acreditar no que eu estou fazendo - e acreditem, eu precisava bastante disso.
Eu quis aproveitar a Flipop como leitora, como fangirl. Eu tive medo de que se eu me colocasse dentro da minha mente como escritora, eu fosse descobrir que não pertencia àquele lugar - mas o evento fez com que eu me sentisse querida, aceita, desejada. Me motivou a querer mais e a trabalhar para fazer parte daquilo ali com mais certeza. Existe algo poderoso em saber o que você quer e saber o que está esperando por você. A Flipop me lembrou disso. E que venha a Flipop 2019! Aqui vão algumas fotos minhas e das meninas com alguns autores:

Vitor Martins

Bárbara Morais - nossa madrinha!

Olha que princesinhas, meu Deus. 

Jana Bianchi

Iris Figueiredo


Olívia Pilar

Laura Pohl

Sofia Soter
A Íris do Cores Literárias que eu conheci por causa de MisterWives e é uma rainha!

Falando um pouco sobre o evento que eu estou organizando, apesar de não fazer a mínima ideia de como eu vou manter 60 pessoas interessadas por uma tarde, eu estou muito animada. Se o evento conseguir ser bom o bastante para manter as pessoas ativas, talvez a gente finalmente consiga fazer aquela festa literária que tentam fazer em Conquista desde 3022 a.c.? Eu vou embora daqui em um pouco mais de um ano e eu não vou embora sem ter minha vingança contra as instâncias ligadas à literatura nessa cidade, então se você é escritor conquistense, é bom você ir para o 2º Write-In Conquista no próximo dia 28, às 14h, na Livraria Nobel da Avenida Otávio Santos e levar sua criatividade com você. Isso aqui é a capital do interior da Bahia ou não, caramba? É sério, gente, não deixem de ir!
Vejo vocês amanhã com a primeira participação especial,
G.