Antes de tudo, vamos a uma listinha de gatilhos: O post abaixo toca em temas como abuso emocional, LGBTfobia, perda de um ente querido, problemas familiares, perseguição online, sexismo e, pra variar, ansiedade e depressão com o agravante de falar sobre vômito. Caso você não se sinta confortável com a leitura desses temas, por favor, evite a leitura ou leia com cuidado.

CHEGUEEEI. Olha aqui, eu não quero ouvir. Eu sei o quanto esse post está atrasado, mas eu estou envolvida no meio do caos até o presente dia e olha que depois de amanhã faz um mês desde a mensagem do proprietário do meu ex-apartamento falando que precisava da casa dele de volta. Mas vocês vão saber da história inteira em breve no próximo vlog. Eu realmente quero explicar a história toda no vlog porque até vídeo de eu chorando tem. Não sabe quando o próximo vlog (que era pra ter saído dia 3) vai sair? Assista o vídeo abaixo até o final e descubra.

OUÇAM LOVE ME LIKE YOU HATE ME, CACETE

Então, sim, o post está atrasado. Mas considerando que eu fui começar a me sentir como eu mesma uns três dias atras, vocês não podem nem reclamar. Como eu disse no Instagram, atrasar post é tradição do blog então atrasos são uma forma de celebrar. 8 anos, meu Deus. Parece que foi ontem e parece que foi mil anos atrás ao mesmo tempo. Eu era — e afirmo com tranquilidade — outra pessoa quando comecei a escrever aqui. Vocês me viram me desenvolver em um ser humano, porque aquele feto de 12 anos... Wow. Quando eu comecei (que na verdade foi em 2008 e não 2011, e eu tive dois blogs antes deste) blogs eram a norma. Todo mundo tinha blogs. Blogs eram uma forma de existir na internet e assim a mania de contar sua vida toda para estranhos começou. Com a evolução das redes sociais e os compartilhamentos muito mais focados em vídeo do que textos, as coisas mudaram muito. Quem ainda lê blogs hoje em dia, quando o Instagram existe? A resposta é: Você, que está lendo isso. Então, obrigada. Escrever é como eu consigo compreender o mundo e esse é o motivo pelo qual eu provavelmente sempre terei um blog, independente do que as redes sociais esperarem de mim (apesar de que, vamos combinar, eu uso o trio de ouro Twitter-Instagram-Facebook com uma frequência absurda) (meu medo no momento é que o Blogger sofra o mesmo que o Google+ e o Orkut sofreram e saia do ar de vez, o que é extremamente provável. Se a exportação completa ficar mais fácil, menos pior, mas o Blogger ainda é o único site que te permite usar domínio próprio sem cobrar assinatura, então não sei o que seria da minha vida fora daqui).
Considerando que estamos falando da minha adolescência inteira e do começo da minha vida adulta, mais de 400 posts, e sabendo-se que eu tenho propensão a falar demais, vocês provavelmente imaginam que sabem tudo sobre mim. E por bastante tempo, eu realmente pensei que isso aqui era a minha adolescência inteira registrada. Foi a terapia que me fez perceber que não é só porque eu falo muito e o tempo inteiro que eu realmente estou compartilhando tudo que aconteceu. Eu registro, muitas vezes por meio da ficção, ou de poemas ou de coisas aleatórias que escrevo no meu diário, por tweets raivosos ou comentários nos posts, mas eu não compartilho. Às vezes eu até escrevo o post e não quero compartilhar e deleto ele, as coisas ficando guardadas até explodirem em posts como "Então, finalmente aconteceu" e outros parecidos (tem uma coluna inteira nesse blog chamada "Coisas sobre as quais nunca falamos", minha gente. Em algum ponto de 2017, escrever para o blog se tornou uma obrigação tão grande que eu acabei me lembrando de que tecnicamente não sou obrigada a escrever nada aqui. Isso fez o ato de compartilhar mais e mais difícil. Mas esses últimos meses têm sido cheios de conclusões para mim (e eu amo conclusões), e essa fase de aniversário do blog e meu aniversário me deixa bastante pensativa e eu resolvi finalmente falar sobre algumas coisas que eu tenho guardado ou soltado aleatoriamente sem explicação. E é por isso que eu separei oito coisas que eu nunca tinha falado ou que vocês nem se lembram mais. Das mais pesadas às mais ridículas. Divirtam-se.


Amizades abusivas
Eis a coisa sobre abuso emocional (aposto que nenhum de vocês tava esperando um tópico assim de cara): Por muito tempo, eu pensei que escrever sobre essa pessoa fosse dar novamente a ela o poder de me machucar. Eu achava que pensar sobre essa pessoa fosse trazer de volta o poder dela sobre mim. Quando eu percebia que alguma data comemorativa passou e eu não pensei nela, eu me sentia vitoriosa. Mas eu ainda tinha pesadelos com ela. Eu sonhava que ela tinha entrado em contato comigo e nós voltamos a ser amigas e eu acordava gritando com meu cérebro: NÃO VAI ACONTECER. E quando ela entrou em contato em 2017 (um dia antes do aniversário da Kira, pff), eu acordei com um NOPE e um block. Depois disso, eu acho que só voltei a ter esse pesadelo duas vezes, mas recentemente, depois que voltei a ter crises de choro até dormir pensando no que aconteceu, eles pararam de acontecer. Não fiquem com pena, minhas crises de choro recentemente foram resultado de descobertas terapêuticas e sinceramente o único motivo pelo qual eu estou escrevendo sobre isso agora. Crescer com essa pessoa, essa influência sobre a minha vida, fodeu com a minha cabeça. E admitir isso não devolve a ela o poder de me machucar, só me lembra que eu sou incrível por ter passado por tudo isso e saído do outro lado (lembrar a mim mesma várias vezes que eu sou incrível por ter passado por isso foi o segundo exercício terapêutico do ano em 2019 e eu ainda estou navegando nessa onda).
Mas não adianta eu falar do final sem contar o começo. Se você acompanhava o blog em 2012 e 2013, pode ter notado uma coisa ou outra sobre essa pessoa. Eu tenho quase certeza de que teve até um post inteiro sobre ela, mas se realmente existiu, eu o apaguei há tanto tempo que nem tenho mais certeza. Era a pessoa por quem eu me referia como "Melhor Amiga", mas que aqui nos referiremos como "Pior Amiga" (eu chamaria pelo nome, mas vai ela resolve me processar só pra eu voltar a ter contato com ela? Não duvido de nada nessa vida). Pior Amiga chegou na minha vida via Twitter, como todas as piores e melhores coisas da minha vida, em uma época que eu precisava muito de amigos. Como vocês devem saber, o motivo desse blog começar a existir foi eu ter sofrido cyberbullying no meu primeiro twitter e ter deletado aquela conta (e eu resolvi procurar meu antigo user pra ver o que ainda existe no twitter, mas é só as meninas me chamando de poser da Miley mesmo. O resto ou foi deletado ou as contas não existem mais. Menos pior pra mim.). Isso aconteceu apenas alguns dias antes que eu começasse na escola nova, em uma cidade nova, pela terceira vez em um espaço de um ano e meio. A gente ainda nem tinha encontrado uma casa. Isso ferrou bastante com a minha capacidade de fazer amigos. Eu sentia falta dos meus amigos de Araruama e qual era o sentido de eu fazer amigos físicos em um lugar físico, se eu ia me mudar de novo? 
Eu acabei voltando para o Twitter dois meses depois, em abril de 2011. Eu precisava da distração. E voltei a seguir pessoas que nem louca. Foi numa dessas que encontrei Pior Amiga. Nosso primeiro contato real foi quando eu percebi que ela retweetava coisas do signo de Aquário e eu A Viciada em Aniversários que sou, comentei que eu também era de Aquário (sim, foi libertador descobrir que eu sou de Peixes em 2015). Nós começamos a conversar a partir daí. Ela tinha 17 anos. Eu, 13. Eu precisava bastante de alguém que conversasse comigo e me ouvisse e ela parecia fazer isso, até onde nossa amizade ia. No ano novo de 2011 para 2012, quando eu passei o ano novo em Itapetinga e assistir à bola descendo pela primeira vez, ela também estava online e foi a primeira pessoa com quem eu falei no ano novo. 2012 foi o ano em que eu tive várias crises de pânico que me fizeram parar no hospital e que eu fui diagnosticada com depressão. Estariam essas duas coisas ligadas? Absolutamente.
No dia 1º de abril de 2012, a amizade fofinha e a conexão que nós tínhamos começou a se mostrar perigosa. A imbecil resolveu fazer uma brincadeira dizendo que estava brava e não queria falar comigo mais e que eu era insuportável, a ponto de eu começar a chorar copiosamente, e depois terminou tudo com "PRIMEIRO DE ABRIL!!". Quando ela fez isso, eu só desliguei o computador e fui dormir, ainda chorando. Na manhã seguinte eu acordei me sentindo um lixo e nem tinha mais motivo para isso, porque nós não tinham brigados de verdade, né? Às 8 da manhã, eu tive minha primeira crise de pânico na escola e vomitei o café da manhã a caminho da enfermaria, o que fez minha mãe atravessar três bairros vindo do trabalho dela para me levar no hospital e me resultou em uma das lembranças mais pesadas daquele ano. Eu nunca tinha contado isso para ninguém, sobre como ela foi culpada pela primeira crise de pânico que me levou ao hospital. Momentos libertadores.
A mais pesada aconteceu em 10 de agosto de 2012 (lembrar as datas de absolutamente tudo é uma maldição, eu já disse). Quando nós já tínhamos brigado de verdade algumas vezes e depois de uma briga séria que fez a gente parar de se falar, eu a vi chamando outra pessoa de melhor amiga justamente para me provocar e ao ir ao cinema para me distrair, eu acabei tendo uma crise de pânico dentro do cinema (vocês já vomitaram em uma sala de cinema?) e indo parar no hospital na noite mais infernal da minha vida. A forma como ela manipulava minha mente, àquela altura já sabendo que eu estava doente, era tão doentia. Em uma pessoa saudável (ou sei lá, mais velha, afinal àquela altura ela tinha DEZOITO ANOS e um EMPREGO e eu tinha QUATORZE e estava REPROVANDO EM QUÍMICA), esses joguinhos talvez levassem só a choros. No meu caso, a coisa borbulhava dentro de mim, até eu ir parar no hospital.
Aqui que a coisa fica engraçada. Depois de eu ter encontrado minha primeira psicóloga e meu psiquiatra e começado o tratamento de verdade, a gente se afastou. Eu tive algumas recaídas no processo do remédio e a gente se aproximou de novo. Tratamento-afastamento. Recaída-aproximação. Os afastamentos também andavam de acordo com quando ela arranjava uma web-namorada nova e se distraia, fazendo com que eu me sentisse jogada para escanteio. Mas sinceramente, isso era o menos pior de tudo. No começo da adolescência, nossos amiguinhos começam a namorar e a gente se acostuma a ser deixado de lado. O problema mesmo, era o fato de que eu, pensando "Ela é minha melhor amiga, eu posso falar com ela sobre me sentir incomodada em ser deixada de lado", era recebida com "Isso é drama, isso é isso, isso é aquilo". Nos momentos bons, eu era a pessoa mais importante na vida dela. Nos momentos ruins, qualquer pessoa era. Ainda assim, nós éramos carne e unha. Porém, unhas longas que arranham a carne por qualquer coisinha.
Eu não vou falar de todas as brigas e todas as coisas que aconteceram, sinceramente. Eu provavelmente vou mencionar ela novamente em outros tópicos aqui, porque essa "amizade" é o princípio do meu trauma emocional. Eu me lembro que um ano depois daquela palhaçada de 1º de abril de 2012, no dia 1º de abril de 2013, eu me sentia livre. Nós não estávamos nos falando e eu tinha colocado na cabeça que não voltaríamos a nos falar a menos que fosse o que O Universo ou Sei Lá o Quê quisesse. Eu recebi alta da psicóloga e eu só queria viver minha vida. É claro que ela se arrastou de volta para a minha vida com uma mensagem no Skype duas-fucking-semanas depois e nós voltamos a nos falar. Ela me conhecia, porque eu compartilhava tudo com ela e ela sabia como voltar para a minha vida lembrando das coisas boas. Em 2013, sem psicóloga e com os remédios interrompidos abruptamente, eu tive impulsos suicidas e chorava na escola quase todo santo dia, mas principalmente quando ouvia, da minha suposta melhor amiga, que não tinha porque me sentir daquele jeito, que eu nunca tinha passado por nada de ruim, que ela tinha passado por coisas piores que eu e não se sentia daquele jeito e ouvindo descrições das coisas ruins que aconteceram com ela — que ela só revelava quando queria, mesmo que eu contasse tudo para ela.
Eu vou ser justa: Realmente aconteceram coisas ruins com ela. Ela não tinha a vida mais fácil do mundo e em muitas formas eu tinha privilégios em relação a ela (o que não quer dizer porra nenhuma para a depressão, meu anjo. A química cerebral não interessa se você trabalha ou estuda). E eu aposto que na versão dela dessa história, eu sou a vilã. Ela não foi a primeira e nem a última pessoa tóxica na minha vida. Eu tive outras amigas, antes dela, que me diziam que meu sofrimento não era nada e que eu precisava aprender a viver, que eu tive muito mais facilidade em cortar do que ela. Eu também tive um lixo de reação quando descobri que ela era bissexual, mas não foi por ela ser bissexual e eu ser muito crente na época, foi porque eu descobrir vendo a conversa dela com outra pessoa na timeline, alguém que ela tinha acabado de conhecer. Ela falou tanta coisa e me excluiu tanto por eu ter ficado magoada por não ter ouvido dela que ela era bi, que ela me deixou com a sensação de que eu não podia me assumir para ninguém quando eu fosse bi, ou o karma voltaria e as pessoas teriam reações ruins. Além do fato de que mesmo eu falando de crushes meninas com ela, ela não levava minha sexualidade a sério, como se eu estivesse tentando copiá-la. Isso levou a uma série de erros, dos quais eu vou falar em outro tópico. Eu não sou perfeita e eu nunca disse que era, mas eu sei muito bem que qualquer mal que eu possa ter causado a ela não foi pior do que o que ela me causou. Afinal, foi ela que tentou voltar para a minha vida três anos depois, achando que eu ainda stalkeava ela e me importava com o que quer que esteja acontecendo na vida dela.
Vou terminar isso aqui da forma como eu sempre começo a falar dela para as pessoas: O que me fez me afastar dela de uma vez por todas foi quando, em 2014, algumas semanas depois da morte da minha mãe (mamãe morreu 10/04, isso foi dito em 02/05), eu fiz uma piada sobre algo que a namorada dela compartilhou e na onda de tweets que elas fizeram sobre isso, eu fui obrigada a ler que eu "merecia tudo de ruim que acontecia comigo". MENOS DE UM MÊS DEPOIS DA MINHA MÃE TER MORRIDO. Foi quando eu percebi que se eu queria ficar bem, se eu queria ficar saudável para viver o que a minha mãe queria de mim, eu precisava me livrar dela. Eu bloqueei ela em todos os lugares, deletei telefones, e apaguei todas as postagens. Aqui, no Facebook, no Instagram, até os 34 MIL tweets em que ela estava marcada. Tudo. Eu podia não apagar ela da minha vida, mas eu podia apagar ela de todos os outros lugares. Alguns vestígios ficaram para atrás, como a namorada dela que me seguiu no Instagram até 2017 e no ano passado, quando eu abri o Skype e descobri ela ainda na minha lista de contatos (o que — boom — me causou uma crise de ansiedade). A tentativa de retorno à minha vida foi a coisa mais ofensiva e completamente ridícula que alguém já fez para mim. Por muito tempo, eu não queria pensar nela, queria mesmo fingir que ela não existia. Algumas coisas que eu vivi ano passado e a insistência da minha psicóloga em entrar em temas que explicavam porque eu me sentia daquele jeito, mais do que simplesmente tentar fazer aquilo parar, me fizeram retornar ao trauma. Isso resultou em lágrimas pensando em todas as coisas e todas as formas de defesa e bloqueios que eu ainda tinha por causa dela e do que eu ouvi dela. Ela foi a pessoa nesse mundo com quem eu compartilhei mais de mim e a pessoa que me causou o maior sofrimento. É difícil não relacionar uma coisa com a outra. É difícil não ter medo de que todo relacionamento não resulte naquilo. É difícil não tentar evitar comportamentos que eu tinha que fazia com que ela dissesse merdas para mim, mesmo quando agora eu sei que não tem nada de errado nesses comportamentos. Mas como minha psicóloga diz (bebam algo toda vez que eu citar minha psicóloga), você não pode sair de nada sem ter entrado e agora que eu entrei nesses medos e traumas, até falar deles fica mais fácil.

As Crônicas da Mãe Morta
Apesar de eu falar da minha mãe o tempo inteiro (eu falaria mais se isso não deixasse as pessoas desconfortáveis) (tanto do meu luto foi tirado de mim por deixar as pessoas desconfortáveis que eu fico puta só de pensar), tem muita coisa sobre as circunstâncias da morte dela que eu nunca consegui dizer, apesar de escrever várias vezes e deletar tudo. Tem uma coisa que eu não sei se disse ou não disse porque sinceramente é confuso, mas minha psicóloga (bebam) me perguntou porque é uma memória à qual eu me prendo com tanta força e sinceramente eu não sei: Eu contei que quando a médica chamou a mim e a minha irmã para falar da possibilidade da minha mãe entrar em óbito, eu vomitei na sala dela e fui levada às pressas pra tomar soro na emergência. O que eu não contei é que enquanto tomava soro, eu conseguia ouvir o som do desfibrilador na sala ao lado. Eu peguei no sono pelo remédio na veia e quando acordei para ser levada para a casa do meu tio, eu não ouvia mais desfibrilador nenhum. Minha família só me confirmaria a morte da minha mãe no dia seguinte, dentro do carro do meu tio diante do hospital, mas é óbvio que eu e minha irmã já sabíamos. Os dias seguintes foram um inferno, e eu tentei lembrar que eu tinha o direito de me sentir como eu quisesse, mas eu me sinto mal por não ter defendido minha irmã do fato de que trataram ela como a responsável por tudo, que foi arrumar nossas coisas para virmos para Conquista e eu a fraca, doente, que não pude pisar mais na minha casa e ver nada da minha mãe. Ela só tinha 13 anos. E de muitas formas, eu sinto que o que a minha irmã perdeu foi mais intenso do que o que eu perdi porque ela passou menos tempo da adolescência dela com a minha mãe do que eu.
Outras coisas são por exemplo o fato de que a última coisa que eu e minha mãe fizemos juntas, naquela noite mesmo, foi assistir Revenge e foi por isso que eu quase chorei no meio da faculdade quando a série foi cancelada, um pouco mais de um ano depois. E por isso que eu era obcecada pela última temporada, que nem foi tão boa assim. O show da Demi Lovato que aconteceu duas semanas depois da morte dela e que eu ouço merda da minha família até hoje por ter ido, sendo que foi o último presente de aniversário que eu ganhei da minha mãe, que aconteceu depois de ANOS de nós morando no Rio e ela ficando de coração partido porque eu ficava triste por perder os shows de todos os meus ídolos, já que ela não podia pagar ou quando podia, não tinha cartão de crédito e esgotava rápido. No começo de fevereiro fez 7 anos do dia em que ela me levou para tomar sorvete no dia do único show da Selena Gomez no Brasil depois de semanas sem fim de nós duas tentando conseguir ingressos para esse show, sem que desse certo. O show da Demi, que eu considero oficialmente meu primeiro show, significava muito mais pra mim do que a minha família — que claramente não conhece a mim ou à minha mãe — poderia imaginar, mas ainda assim eu sou a sem coração por ter ido para um show perto da morte dela.
Minha família estava desesperada para que meu luto fosse exatamente igual ao deles. Meus avós reclamavam porque eles não conseguiam dormir à noite e eu dormia demais durante o dia. Eu estava dormindo das 3 às 13 e assim continuei por um mês até as aulas voltarem, porque dormir era díficil, mas quando eu dormia eu não queria acordar. Eles achavam que eu ia querer ficar perto da família, mas eu nem conhecia minha família, eu queria ficar perto da minha vida, no Rio. E eu disse isso para eles. Disse que odiava Conquista. Disse que na semana em que ela morreu, minha mãe e eu tínhamos conversado sobre como a gente nunca queria voltar a morar aqui. Ainda assim, quando eu falo em ir embora, eles fazem cara de surpresos. Eles me chamaram para uma conversa no sábado do Enem 2014, para me dizer que mesmo que eu passasse para uma faculdade no Rio, eles não iriam comigo, então era bom eu nem tentar ir para o Rio. Olha, eu não estou dizendo que a culpa dos meus 640 na redação do Enem 2014 são dos meus avós, mas eu realmente acredito nisso.
Meu luto nunca foi como o deles. Na noite em que minha mãe morreu, ao invés de ter um versículo na mente para me consolar, eu recitei a primeira parte de Danse Macabrepoema francês da época da Peste Negra sobre a inevitabilidade da morte. Quando eu vi o corpo dela, meu primeiro pensamento foi de que aquela não era ela porque passaram um batom nela que ela não usaria nem morta (piada intencional, humor de órfão). Quando ela morreu, eu não pensei imediatamente na culpa. Eu não tinha culpas ou arrependimentos, eu sabia que tinha amado ela com o melhor de mim. Foi o julgamento dos outros que fez com que eu me enchesse de culpa pela filha que fui. Foi difícil também me livrar da sensação de que minha mãe era perfeita, só porque ela está morta. Minha mãe foi uma mulher incrível, marcante, cativante. Mas ela também cometeu erros e ela também me magoou. Eu queria muito que ela me visse como uma adulta, porque eu acho que ela teria orgulho de mim e eu acho que nós seríamos muito mais amigas do que podíamos ser quando ela morreu e eu só tinha 16.
Também tem o fato de eu ter descoberto, depois que a minha mãe morreu, que quando ela engravidou de mim, uma parte da família se afastou dela. Meio que deixou claro que eles realmente não a conheciam e também implicou uma culpa séria em mim. Eu tenho pesadelos também e grande parte do tempo eles envolvem a descoberta de que minha mãe estava viva esse tempo todo, só para eu a ver morrer de novo. Ou então, ela estava viva e quando a gente se reencontra a gente nem se reconhece. Eu mudei muito. Já faz quase 5 anos. Eu era um neném e agora eu sou um bebê-adulto. Eu sou uma mulher agora, e confiante nesse papel. É bizarro.
E a última coisa, é uma frase. A última que eu disse para a minha mãe. Não tenho certeza se contei isso aqui ou não, mas quando chegamos no hospital e minha mãe se sentou na cadeira de rodas para ir para a emergência, eu entrei com ela porque era a acompanhante mais velha. Ela chorou e disse que não queria ficar internada e eu respondi, secando os olhos dela, "Vai acontecer o que tiver que acontecer" e indiquei que eu e minha irmã ficaríamos bem. É maluco pensar que essa foi a última coisa que eu disse para ela. Parece quase cinematográfico. E por anos, eu não consegui dizer essa frase a mais ninguém. Até minha psicóloga (não esqueçam de beber) me perguntar: Por quê?

Descobrindo minha sexualidade e outras coisas
Esse foi o tópico mais difícil de escrever. Não porque eu acho que as pessoas não sabem ou porque eu não estava pronta para falar sobre isso, mas porque eu odeio qualquer coisa relacionada a sair do armário. É HORRÍVEL!!! É incômodo, chato, você não sabe o que esperar. Me deixa ansiosa e eu sempre me arrependo. Sempre acho melhor deixar as coisas "normais". Claro que depois ser out pras pessoas é a melhor coisa do mundo e não precisar esconder suas gayzices vence tudo, mas na hora eu odeio. Todos os meus amigos sabem que eu sou bissexual, mas eu não me assumi para nenhum deles. Eu só mandei indiretas até eles ficarem "Ah, tá". Com minhas amigas da faculdade por exemplo eu fiquei dizendo "Só fulana e fulana são hétero na nossa sala" até eles entenderem. Com a minha psicóloga (oi), eu já tinha tido a experiência ruim da última então só soltei tudo de uma vez, mas ainda é estranho falar disso porque já que a minha vida sexual é negativa, a gente não precisa conversar tanto sobre o tema, então é desconfortável quando ele aparece. Ainda assim, todas as vezes que eu trouxe o tema à tona não foi ruim.
Então, todos os meus amigos sabem que eu sou bissexual. Ninguém da minha família, sabe, através de mim, que eu sou bissexual. Eu acho que eles desconfiam, não que eu sou bissexual, porque eles não acreditam em bissexualidade é claro, mas que eu não sou hétero. Quer dizer, no primeiro dia de 2019 minha avó surgiu na minha casa cheia de perguntas, depois de ter lido A Linha de Rumo, é claro. O problema é que ela não fez as perguntas certas e, apesar do meu próprio discernimento, eu gosto de homens. Tá, talvez eu não devesse usar o plural, eu gosto do dos músicos de MisterWives e de pessoas de outros gêneros. E talvez do Daniel Son. Isso dá homem o suficiente. O caso é que ninguém passa tanto tempo sem namorar quanto eu sem fazer com que a família questione a sexualidade. Só que eles devem pensar que eu estou escondendo todas as meninas que eu estou pegando, quando na verdade, toda a minha habilidade de paquera é usada nos comentários do Instagram de Kira Kosarin. Mas mesmo que minha família desconfie e que às vezes seja cansativo esconder, eu decidi anos atrás que eu não vou me assumir para eles. Não vai ter um grande momento "sou bissexual". Os motivos são simples: Estamos falando da mesma família que até hoje fala merda para mim sobre o show da Demi Lovato. E sobre a minha depressão. Minha família é extremamente homofóbica, a ponto de até as pessoas de quem eu sou levemente próxima dizerem coisas às vezes que me deixam enjoada. Mesmo que eu sempre tenha me sentido sozinha e saiba que não dependo deles para viver, simplesmente não vale meu cansaço. Além disso, temos o fato de que a única pessoa na minha família que também era bissexual e que foi assumida (com quem eu compartilho meu aniversário) (que 99% da minha família estendida resolveu ignorar este ano), desapareceu sem sinais antes de eu nascer. Eu sei lá o que vai acontecer comigo se eu falar, sabe? Eu vou deixar eles na negação deles e só garantir que se outra criança da família quiser se assumir, eu estou de braços abertos.
A razão pra eu estar trazendo isso à tona no blog é que enquanto no Twitter e no Raindrop eu já estou em uma fase muito avançada da discussão no estilo "A BISSEXUALIDADE NÃO É BINÁRIA" enquanto aqui eu pareço estar presa na discussão "SIM, BISSEXUAIS EXISTEM" e isso não é justo, porque vocês me conhecem a minha vida inteira. Vocês me conheceram antes de eu saber quem era e precisam continuar me conhecendo agora que eu estou confiante dentro da minha sexualidade. Eu quero que da próxima vez que eu falar sobre crushs aqui eu não precise estar tão conscientemente evitando pronomes (o que eu faço só porque sei que vocês vão assumir que eu só tenho crush em homens) (sinceramente, COMO?? Eu só falo de mulher, gente. Eu só sou fã de mulher, eu vivo chamando mulher de crush na internet, minha alma gêmea é uma mulher, eu sou fã de BAHARI e ainda tem gente que tem a audácia de achar que eu sou hétero. Como diz a blusa que estou usando enquanto escrevo isso: HOW DARE YOU PRESUME I'M STRAIGHT?). Mas falando sério, esse não é meu coming out oficial. Eu disse que não era hétero pela primeira vez aqui no blog em dezembro de 2016 no último post sobre o NaNoWriMo daquele ano. E tá na FAQ do blog há milênios que eu sou não-hétero, mas tá na hora de vocês saberem do rótulo oficial. EU SOU BISSEXUAL. BIS-SE-XU-AL.
Vamos tirar algumas coisas do caminho, pra gente evoluir a discussão. "Cê tem certeza?" Sim, isso não é algo que eu decidi ontem. Na verdade, meu ~~Caminho do autodescobrimento~~ foi confuso e envolveu até mesmo pensamentos filosóficos estilo The Good Place. Acreditem, se eu ainda estivesse questionando, eu não estaria escrevendo sobre isso aqui. "Mas você gosta mais de um gênero, né?" Não........................ é da sua conta. "Na minha opinião, bissexuais são só pessoas confusas que ainda não decidiram do que gostam" A sua opinião não muda quem eu sou, anjo. Além disso, se a sua opinião invalida a identidade de alguém ela é a) mal informada b) escrota c) ambas as opções. Então repense suas escolhas de vida. "Você não é bissexual de verdade porque nunca ficou com uma menina" Eu nunca fiquei com ninguém, então isso faz de mim, o quê? Nada? Um buraco negro? Um grande vazio existencial de 21 anos? Minha sexualidade tem muito pouco a ver com quem eu já peguei ou deixei de pegar, believe me. "Mas se você nunca ficou com ninguém, como você pode ter tanta certeza de que é bissexual?" Eu sei que sou bissexual por causa das coisas que esse gif me faz sentir:

hehehe
Mas é sério, descobrir a sua sexualidade não é necessariamente pegar todos os gêneros pelos quais você pode se sentir atraído(a). Pra mim foi muita autorreflexão e uma compreensão maior do que é ser humana e sexual nesse mundo. A minha questão com rótulos é a seguinte: Humanos são seres infinitos. Somos muito mais do que palavras podem ameaçar descrever um dia. Isso serve para gênero e sexualidade também. Mas existe um motivo pelo qual os humanos inventaram a linguagem e a comunicação (ih, chegou a estudante de jornalismo doida) e nós temos a necessidade de encontrar palavras para o que sentimos e o que somos. É aqui que rótulos entram. Você pode escolher ter um rótulo e você pode escolher não ter um rótulo (o que você não pode é implicar um rótulo a outra pessoa.). Eu gosto de rótulos porque palavras são importantes para mim. (Mas você pode não querer rótulos justamente por considerar palavras importantes e não querer usá-las num vazio. É complexo.). E eu não consigo parar de encontrar palavras para descrever o que eu sinto e quem eu sou. Dois anos atrás, eu só diria que sou bissexual hoje em dia eu já explico que sou bissexual e arromântica (e eu sei que eu citei o arromanticidade em alguns momentos sem explicar, mas eu quero um post só pra isso!!!!). Daqui a alguns anos talvez eu coloque mais palavras ou menos palavras e talvez eu mude as palavras. Não vai mudar quem eu sou, o que vai mudar são as formas que eu escolhi para me expressar. E isso não vai ter nada a ver com outras pessoas ou com as minhas relações com elas (talvez com o impacto que elas causam em mim, mas até mesmo a forma como sou impactada pelas pessoas é sobre eu mesma, não sobre elas), isso tem a ver comigo e só comigo. Isso de ter seu despertar sexual causado por outra pessoa é muito particular de cada um. Eu tive, mas não teve nada a ver com pegar ninguém, meu despertar sexual foi causado por ninguém mais ninguém menos do que Margarita Volkovinskaya aka Rita Volk.

A própria carinha da Cura Hétero

É isso. Eu sou bissexual e você não pode fazer nada sobre isso. Nem tente. Se você é um membro da família lendo isso, pode orar por mim (eu podia usar umas orações no momento), mas não pense que Deus não estava diretamente envolvido em todo esse período de autodescoberta. E se você quiser discutir sobre o tema comigo usando a Bíblia, não esqueça que eu cresci sendo forçada a ler a Bíblia porque já que eu lia tanto, eu deveria ler a Bíblia também. E eu não me importo com as pessoas falando de mim pelas minhas costas, vocês já fazem isso independente do que eu faça. Então. Que seja. Vamo pro próximo tópico.

Quase trancando a faculdade
Tudo começou mais ou menos na mesma época em que eu resolvi que não precisava escrever sobre tudo que estava acontecendo antes de eu ter ideia do que estava acontecendo. Na verdade, foi justamente a faculdade que me fez pensar assim. No começo de 2017, nada no jornalismo fazia sentido pra mim. Eu não tinha ideia do que queria fazer e de quem queira ser. Junta isso com um monte de caos que se instaurou dentro da minha própria casa (incluindo, mas não limitado à crise de ansiedade do meu gato), eu estava estressada demais para viver ou consegui processar o que estava sentindo. No meio disso tudo, eu resolvi que precisava de um currículo legal e resolvi fazer o meu e me inscrever em todas as seleções de estágio, até passar em uma. O que aconteceu depois vocês já sabem e não é disso que eu vou falar aqui. A questão é que meus níveis de estresse só subiram em 2017. Eu tive algumas crises de depressão sérias e o pânico só piorava e piorava. Eu entrei na gestão do Centro Acadêmico e de repente me importei demais com aquilo. Caos explodiu na universidade com casos de assédio causados por um professor e nós fomos ajudar, o que causou ainda mais caos lá dentro. Eu vi eu e meus amigos e colegas de CA serem massacrados pelos professores que praticaram e os que queriam esconder o assédio. Eu vi as próprias vítimas se voltaram contra nós, porque só se importavam com a própria proteção, enquanto eu ficava doente com a ideia de ir embora da universidade e deixar assediadores circulando livres atrás de mim. E no final, eu vi uma turma inteira inventar um boato (no curso de jornalismo!!!!!) para proteger um professor que estava protegendo o assediador em questão. Isso aconteceu no fim do ano e me levou a um pico definitivo. Eu explodi de ódio. Eu queria trancar a universidade.
Conversei com a minha psiquiatra sobre a possibilidade. Eu estava sem psicóloga na época e minha psiquiatra me conhecia há tempo o suficiente para me ajudar. É claro que eu não ia fazer aquilo sem um plano. Meu currículo finalmente tinha alguma coisa e agora eu sabia que tinha sim, a capacidade de trabalhar e trabalhar muito pelo que eu queria. Eu iria trancar a universidade por um ano e arranjaria um emprego enquanto também escrevia bastante para me sentir mais como uma autora. Eu sabia que conseguia manter um emprego de meio período e escrever pra cacete ao mesmo tempo. E não tinha ilusões sobre ser fácil, mas eu também sabia que a oportunidade que eu tinha era a de fazer isso enquanto a pensão do INSS ainda existia e podia me manter. Nós conversamos bastante e era um plano bem estabelecido. Os contras eram o fato de que eu já estava no último ano da faculdade, de que eu queria realmente me formar com a minha turma e o fato de que isso atrasaria o tempo que eu me formaria. Eu me arrependia de ter entrado na faculdade sem o ano sabático que eu e minha mãe tínhamos combinado (e que foi cancelado quando ela morreu), não de ter entrado na faculdade. Eu nem sabia mais se amava o jornalismo.
Uma série de coisas me fez não trancar a faculdade. Primeiro, eu parei de me importar com o Centro Acadêmico, o que fez muito bem para a minha saúde. Se o curso não tava nem aí para mim, eu não estava nem aí para o curso. Segundo, eu entrei na terapia, que me fez perceber as coisas por ângulos diferentes. Terceiro, eu resolvi sair do estágio. Essa decisão estava muito ligada aos pensamentos que me faziam querer trancar a faculdade, já que eu agora sabia que podia fazer o que eu quisesse e também sabia que era melhor me arriscar a trabalhar com o que eu queria enquanto tinha a pensão do que depois quando realmente precisasse de um emprego. Sair do estágio ajudaria a manter minha cabeça no lugar, o que nem foi 100% verdade, como vocês sabem. Mas o que realmente me fez continuar na universidade tem 11 letras e lindos olhos castanhos: Kira Kosarin. É sério. A Kira aguentou meu desabafo quando eu precisei (eu não podia contar para ninguém que conhecia as vítimas sobre os casos de assédio, então eu apelei para alguém que não tinha como conhecer as vítimas), caminhou comigo por todos os motivos pelos quais eu escolhi jornalismo, sempre me tratou como uma jornalista de verdade, me ajudou nos meus projetos malucos que eu ainda nem terminei e ainda me mostrou o que eu realmente quero fazer com meu diploma. Ela até me apresentou a algumas das minhas figuras preferidas do jornalismo mundial, QUAL É? Por que vocês acham que o ex-diretor digital da Teen Vogue e atual diretor executivo da OUT me segue no Twitter? Kira Kosarin. Kira é a minha pessoa preferida de entrevistar até os dias de hoje. Não fosse por ela, eu não me chamaria timidamente de jornalista musical por escrever umas resenhas sobre músicas em inglês por aí. Eu nunca me sentiria bem com o jornalismo. Então, eu estou terminando a faculdade, mais por ela do que por qualquer outra coisa ou pessoa. E sobre ir embora da faculdade deixando assediadores em seus empregos? Apenas esperem pelo meu TCC. Ele será meu legado definitivo.

Crônicas de crises de pânico
Eu falei que eventualmente isso ia ficar engraçado e agora chegou a hora. Mas é bem nojento também. Um fato estranho sobre mim é que eu estou escrevendo aqui há tanto tempo e eu estou tão acostumada a esse blog fazer parte da minha vida e ser um lugar onde eu consigo me desestressar e desabafar que quando eu estou tendo crises de pânico, muitas vezes eu finjo que estou escrevendo e descrevendo a situação aqui para me distrair. Às vezes eu consigo escrever e depois deleto tudo sem nem reler, mas em outras, eu estou sentada no chão ao lado do vaso sanitário esperando a próxima onda de vômito vir e imaginando como eu vou descrever isso no blog. Então eis uns fatos aleatórios sobre vomitar quando eu fico muito ansiosa (extremamente gráfico, leia por sua conta e risco) (outra coisa é: eu não tenho transtornos alimentares ou distorção corporal, meus vômitos são causados por crises de pânico e não forçados por mim. Apesar de serem ligados à doença, não se manifestam da mesma forma. Basicamente, meus sentimentos estão no meu estômago):
1) Eu normalmente vomito até não ter nada no estômago e depois continuo tendo peristaltismos (movimentos de contração no esôfago) até vomitar catarro e/ou bile. Eu sempre coloquei na cabeça que isso seria ia acontecer para me preparar emocionalmente, mas estava conversando com a minha psicóloga sobre isso e ela me falou em como, considerando que meu enjoo é causado pelo meu emocional, dizer ao meu corpo que isso é normal é um problema. Depois de falar disso, ficou mais fácil?? Terapia, meninas.
2) Às vezes eu tenho diarreia e aí vômito em seguida, às vezes antes de conseguir dar descarga. EU FALEI QUE IA FICAR GRÁFICO. Quando o vômito vem, ele vem e é melhor mirar o vaso o quanto antes, porque é você quem vai ter que limpar o banheiro depois. Ou se for publico, é outra pessoa, mas ninguém quer submeter outra pessoa a isso.
3) Falando em submeter outra pessoa a isso, eu sempre fico muito consciente quando eu vomito em público porque muita gente tem ânsia quando outra pessoa vomita próximo e as pessoas não se poupam em dizer que elas tem exatamente esse problema. Eu entendo que isso não está no controle delas, mas também não está no meu e ferra completamente com o meu emocional. Sempre que eu sinto dor no estômago e eu sei que a crise vai vir mais tarde, eu fico extremamente consciente de não incomodar ninguém e por isso eu simplesmente não digo que eu não estou bem. Recentemente eu falei com a minha psicóloga sobre isso (vocês já estão muito bêbados agora né?) e me dei conta de que como isso faz com que eu piore, porque se eu estou com alguém e digo "Não estou legal" a pessoa pode me ajudar a ir até um banheiro ou um lugar onde eu me sinta melhor e evitar que eu passe mal. Ao invés disso, eu não digo nada, me obrigo a ficar no lugar onde eu estou me sentindo mal e luto contra o incômodo até ele vencer, fazendo com que eu me sinta um lixo de pessoa por passar mal e passar mal em público, sendo que não é minha culpa! É maluco o quanto uma série de coisas deixa a gente pior.
4) Como eu disse, eu passei mal na escola várias vezes, incluindo uma vez que eu vomitei na frente da cantina. Eu também já vomitei no cinema, no banheiro do cinema, no meio da rodoviária, dentro de um ônibus intermunicipal, dentro de um ônibus municipal, em um carro, na praia, em uma caixa de areia, em um canteiro de jardim... Enfim. Não existe lugar para onde eu posso acabar vomitando.
E 5) Eu fiquei bem boa em fingir que eu estou bem depois de passar mal. Se eu consigo me trancar no banheiro por tempo o suficiente, eu vou sair depois como se nada tivesse acontecido. Eu sempre demoro no banheiro, eu sempre checo se a torneira é alta o suficiente para disfarçar o barulho de vômito. E assim como lágrimas, suor pós-vômito é bem fácil de disfarçar. Eu sou uma mestra na arte das crises.

Nyah! e fanfiction
Gente, vocês lembram do Nyah!? O site ainda existe e eu acho que algumas pessoas ainda usam, mas não é mais como antigamente. Eu sei disso porque volta e meia eu resolvo ler fanfic ruim e o site tá lá firme e forte. Meu gosto para fanfic são fanfics ruins. Mas não tão-ruim-que-é-bom, eu to falando de fanfic ruim de verdade. Fanfic que usa o singular de "costas' e fanfic que não tem plot nenhum. Fanfic tão ruim, mas tão ruim que você precisa ler três vezes para entender o que tá escrito e mesmo quando você entende a frase não faz sentido nenhum no contexto do texto. Quem precisa de plot? Não eu. Ao contrário de outros autores que eu conheço, eu não leio fanfic ruim porque eu quero me sentir melhor sobre a minha própria escrita. Eu verdadeiramente gosto de ler fanfic ruim. Minha fanfic preferida no momento é uma fanfic de The Thundermans (para a surpresa de 0 pessoas) chamada Home Alone que está disponível no Wattpad (é thundercest, mas não muito) (e não, eu não shippo Thundercest, mas é humanamente impossível achar fanfics de The Thundermans que não tenham incesto. A próxima geração tá vindo com tudo aí) (e eu não vou atrás do link pra vocês. Tudo eu nessa bosta) que não faz sentido nenhum, tem parágrafos completamente soltos e eventualmente tem possessão alienígena, mas tem 201K visualizações. É ruim, mas quem gosta de fanfic ruim tá muito bem servido. E sinceramente, a história tem plot twists suficientes e um final legal para que eu realmente espere que a autora esteja aperfeiçoando a própria escrita no momento. Inclusive, escrever sobre isso fez me lembrar de uma fanfic que eu lia em 2017 que era muito ruim, mas cujo cliffhanger me deixou curiosa para saber mais. Quando ela foi atualizada, porém, uma descrição anatômica me deixou tão agoniada que eu a abandonei e quase dois anos depois eu acabo de descobrir que ela ainda é atualizada e continua tão aleatória quanto sempre foi. Eu ainda to tentando entender se o personagem tá morando na rua ou se foi enviado para uma escola militar??? Mas talvez ele esteja preso porque ele roubou cristais em um lago mágico??? Eu não sei o que tá acontecendo, mas agora eu quero saber o final.
Mas chega de falar sobre o tipo de fanfic que eu gosto de ler, vamos falar sobre as fanfics que eu escrevia no Nyah! Eu me pergunto se alguém aqui me acompanha desde essa época porque sinceramente esses seis anos parecem uma eternidade atrás. Em 2013, eu criei minha conta no Nyah!Fanfiction e como a menina de 15 anos deprimida e doida que eu era, eu mantive quatro fanfics no site (percebam que 2013 também foi o ano com mais posts no blog. E o ano em que eu fiquei em recuperação em seis disciplinas. Equilíbrio). Sinceramente, eu acho que ter deletado minha conta em 2014 foi a melhor coisa que eu já fiz porque se aquela conta ainda existisse, eu me esconderia em um buraco. Eu sinto falta das fanfics que eu li, mas as que eu escrevi merecem permanecer enterradas a sete palmos. Anyway, eu eis os plots e infos aleatórias sobre essas quatro fanfics. Espero que vocês fiquem curiosos e me xinguem por ela não existir mais: 
Songs, a primeira história longa que eu completei na minha vida, que antes disso também foi postada aqui, deletada, e depois postada em um blog paralelo (se vocês lerem posts muito antigos verão referências), era uma fanfic sobre uma garota brasileira que se muda para Los Angeles para fazer um intercâmbio e acaba se envolvendo com o irmão da melhor amiga de escola. Clichê para cacete (o que é bom, clichês são maravilhosos e se você discorda, fecha a página) e o ponto principal da história é que ela começa com a protagonista num aeroporto sendo impedida de retornar para o Brasil pelo ex-namorado que pede apenas uma chance de provar que a merece e é contada através dos dois revivendo a história do próprio relacionamento com músicas que tocam no rádio e remetem a momentos decisivos do relacionamento dos dois. É fofo, mas vai morrer escondido no meu computador apenas ainda estando salvo porque foi minha primeira história longa. Eu comecei a escrever aquilo aos 12 anos e terminei aos 13,5. Nem a pau isso volta pra internet. Se serve de consolo, porém, eu tenho uma playlist com as músicas do casal no Spotify (menos Last Chance das Valkyrias e as músicas dos Jonas Brothers que não estão mais no Spotify).
Reawakening (palavra que nem existe) era uma fanfiction da série de livros Wake ou  Dreamcatcher da Lisa McMann aka minha trilogia preferida da história dos livros. Eu não vou falar sobre os livros em questão porque prefiro que vocês pesquisem e comprei os livros e leiam os livros, mas nessa fanfic a Janie e o Cabel (meu OTP, ninguém sai) voltavam, com a Janie já **** (quem leu sabe, quem não leu, spoiler) para orientar uma garota que acabou de descobrir sobre seus poderes, em uma região remota do mundo. Eu nem me lembro do que acontece nessa história, mas de qualquer forma, ainda tenho ela salva e talvez um dia eu releia. Continuar não, mas reler, claro.
Twenty-Five era uma comédia ao estilo série da Disney sobre uma adolescente ob-ce-ca-da pelo número 25, que achava que o namorado era o amor da vida dela porque eles se conheceram em um dia 25 até um garoto novo chegar a escola dela no dia 25 e começar a dar em cima dela. De alguma forma esse prompt nada a ver rendeu duas temporadas e infelizmente eu só tenho a segunda temporada guardada porque eu escrevia direto no Nyah! e fiquei sem paciência de copiar os 25 capítulos da primeira temporada pra um arquivo.
E FINALMENTE, NY DREAM (gente, todas as fanfics tinham nome em inglês, como eu nunca tinha notado isso??). NY Dream era o spin-off/continuação de um conto que eu postei aqui no meu aniversário de 15 anos e narrava a minha própria vida como eu imaginava que ela seria depois de realizar todos os meus sonhos e te contar: era bem dramático. Essa é a única história que eu ainda tenho contato com pessoas que liam, mas eu não faço ideia se elas lembram de todas as merdas aleatórias que aconteciam nessa história porque eu sinceramente usava vários capítulos pra mandar indireta pra sociopata que eu citei no primeiro item dessa lista. Em algum momento teve personagens fazendo sexo em um barco gigante que um cara de 21 anos era dono???? Muito realista a história. Só que ao contrário das outras fanfics, quando eu abandonei e apaguei NY Dream eu fiz uma promessa de que contaria o final da história depois. E já que a Kira divulgou a data do lançamento do álbum, eu vou anunciar também: Sabem o Projeto Secreto? É uma reescrita de NY Dream. Na verdade, é a SEXTA reescrita de NY Dream. A história não se parece muito com a história original (apesar de manter aspectos que ~~fãs~~ reconhecerão) porque não é contada mais a partir do conto ou da minha vida, mas é uma história nova, onde a protagonista não sou eu (apesar dela esbanjar a mesma dumb bitch energy), os personagens próximos não são inspirados por ninguém da minha vida (esse erro você só comete uma vez) e a história é muito mais comédia romântica fofinha e clichê e extremamente gay. Também tem uma personagem que vocês já conhecem e eu provavelmente serei muito xingada por trazer essa personagem de volta desse jeito, mas eu não to nem aí porque qualquer sofrimento que vocês passem agora eu estou passando HÁ ANOS. A história também não se chama NY Dream, mas atualmente é chamado pelo apelido "Aqueles seis meses" (não é necessariamente o título oficial, mas será, se eu não pensar em nada melhor) ou A6M pra diminuir. A sinopse e a apresentação dos personagens acontecerá quando eu tiver uma data de estreia, mas a história deve sair em algum momento do segundo semestre, exclusivamente no Wattpad. BOOM.

Coisas de fandom
Eu recebo mensagens frequentemente perguntando como é ser amiga dos meus ídolos, mas sinceramente, eu não posso contar nem metade das coisas que acontecem/aconteceram e que são prova de que o nosso vínculo é bem mais intenso do que simplesmente ser a doida que enche o saco da Kira todo santo dia. Então, eu não vou falar sobre a nossa amizade, mas isso não quer dizer que eu acabei com todas histórias que poderia contar. Se tem uma coisa que o fandom da Kira me rende são histórias, então estou aqui para contar histórias malucas sobre ser a mãe (sim porque minha reputação de mãe do fandom me precede) de um fandom de 4 milhões de pessoas.
Pra começar, vamos falar da fanpage. A Kira convidou a mim e uma amiga minha para dirigir a fanpage oficial dela em setembro. A gente fez isso através de uma página que já existia e foi apoiada e divulgada pela própria. Claro que isso causou um surto geral de crianças de 13 anos nos xingando de todos os nomes possíveis e crendo serem mais preparadas que nós para isso. Hmmm, licença, quem de vocês quase-tem um diploma em jornalismo? Quem de vocês mora na Califórnia e pode conseguir imagens exclusivas dos shows como a Sofi? Quem de vocês sabe o nome do álbum porque ficou acordada depois de vomitar os bofe pra assistir a live do dia 4 de agosto e acabou descobrindo o nome do álbum mesmo que pessoas que estavam no show pessoalmente não tenham notado aquilo? Me respeita, sabe. Eu tive que estabelecer que enquanto eu sou a única a saber sobre a música, não por me contarem, mas por eu prestar atenção, ninguém pode dizer que é mais qualificado que eu pra bosta nenhuma dentro do fandom. Mas o que fica é a capacidade das crianças de 13 anos de serem cruéis sem motivo nenhum.
Falando em crueldade, recentemente explodiu um escândalo de assédio dentro do fandom. Assédio moral, mas assédio. E eu saio como mentirosa na história. Tudo começou durante a votação do Kids Choice Awards em março do ano passado, quando eu estava retweetando todo mundo que votasse na Kira porque aquele zeppy tinha que ser dela (ela foi roubada). Um dos caras desconhecidos que eu retweetei me seguiu, mas eu não segui de volta. Algumas semanas depois, esse cara me tweetou pedindo que eu abrisse as DMs porque ele tinha algo importante sobre a Kira para me dizer e eu, trouxa, segui ele de volta só para que ele me mandasse a DM. A DM me perguntava se eu achava que um número que estavam vendendo na internet era o número de telefone real da Kira. Eu dei uma bronca, e ele disse que nunca compraria, e que era um absurdo que as pessoas fizessem isso. Depois dessa interação, ele continuou me mandando mensagens, 20 por segundo, e eu resolvi ignorar porque eu nem tinha tempo de ficar dando atenção para alguém daquele jeito. Eu deixei de seguir ele, mas ele ainda podia mandar mensagem porque depois de receber a autorização de mensagem não dá pra retirar. Eu abria as notificações porque notificação fechada no celular me causa ansiedade e ele ficava "Eu estou vendo que você está visualizando, por que você não responde?". O que me fez bloqueá-lo foi quando ele foi na minha lista de seguidores e começou a perguntar porque eu seguia a Malala??? Me deixou tão desconfortável que eu o bloqueei. Naquela época, eu estava postando As Crônicas de Kat no Wattpad e para a surpresa de ninguém, ele pegou o link que estava fixado no meu perfil, abriu a história, me seguiu no Wattpad e começou a me mandar mensagem no Wattpad perguntando porque eu bloqueei ele e comentar em As Crônicas de Kat. A política contra assédio do Wattpad é um lixo e não dá pra bloquear ninguém, só para mutar, o que impede que a pessoa tenha contato com você, mas não que visualize seu perfil. Eu também denunciei o perfil dele, mas recebi e-mail de volta dizendo que ele tinha direito de expressar a opinião dele.
Enfim, meses se passaram sem contato, até que ele me viu no Instagram graças a um comentário no Instagram da Kira. Ele me seguiu me mandou DM me perguntando DE NOVO porque eu bloqueei ele e dizendo que não sabia como agir no Twitter anteriormente e dizendo para que eu desbloqueasse ele para que nós conversássemos. Eu bloqueei ele de novo, mas meu perfil do Instagram tem meu e-mail na bio. CLARO QUE ELE ME MANDOU EMAIL FALANDO A MESMA COISA. Uma pausa agora: Ele não foi o primeiro e nem o último cara a fazer isso na internet. Eu sou perseguida online constantemente desde que me aproximei da Kira e eu não me importo, por mais exaustivo que possa ser. Em junho, um (suposto) menino de 14 anos (supostamente) da Nigéria me mandou mensagem na página do Facebook, encheu meu saco dizendo que era meu fã e depois de ser bloqueado quando eu percebi que o foco final era a Kira, criou um perfil novo fingindo ser uma menina de Belo Horizonte. PELO AMOR DE DEUS. A diferença entre todos esses casos de trolls online e o desse cara em particular é que ele não limitou essa perseguição a mim. Tivesse limitado, tava de boas. O problema é que depois que ele percebeu que não tinha jeito comigo, ele começou a seguir e mandar mensagem para absolutamente todo mundo que a Kira notava. Ele fez um fã vídeo de Jira (*sons de vômito à distância*) online e marcou todo mundo pra fazer chegar na Kira. Mandou DM para quem pudesse receber implorando que divulgassem o vídeo e aí quando um amigo meu o ignorou, mandou esse amigo se matar. Foi aí que a porra ficou séria. Mexe comigo o quanto quiser, mas com meus amigos, eu vou te fazer se ferrar muito na vida. Nos últimos meses, ele seguiu muita gente na minha timeline e fez absolutamente todas essas pessoas se sentirem desconfortáveis e inseguras.
Semana passada ele criou uma conta nova e teve a audácia de me mandar mensagem pedindo divulgação, depois seguir poucas pessoas incluindo ele mesmo e a mim, e eu perdi a cabeça. Durante nossa discussão o psicopata teve a cara de citar todas as pessoas que ele assediou e dizer que eles eram provas de que eu estava mentindo. Eu recebi várias mensagens das pessoas citadas dizendo que estavam com medo do que ele faria em seguida e me senti muito perdida. A conta nova dele foi suspensa depois de dias de várias pessoas denunciando porque ele realmente começou a dizer para todo mundo que eu estava espalhando mentiras sobre ele e o chamando de assediador serial sem motivo, mas todo mundo passou pela mesma coisa com ele. Pelas mesmas mensagens, pelo mesmo desespero. Eu avisei a Kira sobre, mas não sei se ela viu e de qualquer forma, tem muita coisa acontecendo na vida dela e eu sei que essas merdas são só a ponta do iceberg, porque elas também são a ponta do iceberg pra mim. Eu não me importo que ele me chame de mentirosa, porque eu sei que eu não sou, mas a questão é que ele não cita as pessoas para me chamar de mentirosa, ele cita porque sabe que todo mundo tem medo dele. Ele cita porque é manipulador. E isso me deixa com raiva de verdade.
BEM, nem tudo no Fandom é ruim assim, mas muita coisa é. Eu sou uma pessoa muito receptiva e é incrível o quando isso me fez perceber que as pessoas são folgadas e muitas vezes abusivas mesmo. Uma vez uma menina me seguiu e eu completei o mutual e todo. santo. dia. ela me mandava mensagem dizendo que estava triste e se tinha como eu dar RT em um tweet dela para a Kira notar. TODO DIA. Também existe o causo do Instagram em que toda vez que a Kira compartilha um story em que eu marquei ela, aparece algum aspirante a Youtuber brasileiro que me manda mensagem dizendo "VOCÊ É AMIGA DA KIRA MESMO??" (eu tenho a frase "amiga da Kira" nas minhas bios todas porque eu gosto de ser levada a sério, mas não muito). Já teve pedido de parceira também porque vamos combinar, todo mundo sabe que o objetivo final é a Nickelodeon Brasil, que valoriza muito o youtuber brasileiro (eu não tenho nenhuma associação com a Nick e nem a Kira tem mais e sinceramente, tentando barrar ela de ir no KCA esse ano porque ela merece mais que a Nickelodeon) (eles tiraram o prêmio da mão dela ano passado, sendo que ela foi a mais votada no Twitter, simplesmente porque queriam fechar os prêmios pra Stranger Things. E o pior é que mesmo o prêmio indo pra Millie Bobby Brown, eles tiraram ela do tapete laranja mais cedo porque a categoria era a primeira, e ela não tirou foto com o elenco de The Thundermans completo no ÚLTIMO KCA da série. KCA 2019 é meu cu) (mas se ela for eu só deixarei claro que ela é boa demais pro prêmio mesmo). E apesar do lado ruim, também pode ser muito engraçado. Ano passado por exemplo eu tive que consolar uma menina de 17 anos  (o que não é tão jovem assim) que graças a alguns tweets percebeu que a Kira não era virgem. Imagina agora que Love Me Like You Hate Me saiu? E nem é a única música sobre sexo do álbum. Em algum lugar do mundo várias crianças estão descobrindo que a atriz que fez Phoebe Thunderman já fez sexo. (ôh gente, é sério. Essas crianças assistem essas séries em que o casal leva 10 episódios pra se beijar e acha que é assim na vida real, NÃO TÁ FÁCIL. Ela e Aquele Que Não Deve Ser Nomeado namoraram por quase um ano e meio e eles não ficavam jogando xadrez na casa dele, sabe?) (a letra de Vinyl fala sobre o que eles ficavam fazendo na casa dele, só prestar atenção).

Segredos do blog
Esse é - graças a Deus - o item mais curto da lista. Tem pouquinha coisa que eu deixei de fora nesses oito anos. A maioria dos projetos malucos que eu inventei e não deram certo, eu divulguei em algum momento, sem nem ter feito e no final não deu certo. E form muitos projetos, porque oito anos me deu tempo mais que o suficiente para inventar ideias que provavelmente nunca dariam certo. Uma coisa estranha dessa história toda é que recentemente eu estava conversando com a minha psicóloga (demorei sem falar dela, mas PODE BEBER) e eu percebi o quanto eu usei essas coisas do blog para a) criar uma prisão para mim mesma e b) me auto-sabotar. Por que vocês pensam que eu fiquei calma com todos os dias que esse post ficou atrasado? Não, senhor. Eu estava agoniadíssima, eu estava enlouquecendo, eu estava sem conseguir fazer nada até esse post ficar pronto. E a responsabilidade de manter o blog atualizado foi criada por mim. Sim, é claro que eu tenho leitores e produzir conteúdo para esses leitores é importante para a minha carreira, mas qual é? Tem alguém aqui realmente chateado por ter esperado tanto tempo por um post? Hoje em dia ninguém nem tem tempo de perceber que tá demorando mais. Só que na minha cabeça, atrasar posts é sinônimo de que eu não estou dando conta da minha vida - e pior, dando conta das coisas que eu realmente gosto de fazer. E no fim eu sempre dou conta, mas uma parte de mim se convenceu tanto que eu sou uma falha completa que eu simplesmente faço o máximo possível para provar que eu sou uma falha completa e isso inclui inventar esse tipo de coisa. É um ciclo vicioso maluco, mas enfim, isso não é bem um segredo de blog é mais um fato engraçado sobre como a terapia acaba com sua vida.
ENFIMMMMM, eis algumas coisas aleatórias: "A garota da touca de vaquinha" quase se tornou uma série de posts sobre a minha inaptidão em socializar, depois quase virou uma série de posts sobre a minha infância e depois eu deixei de lado quando fiz uma grande limpeza nos meus rascunhos. Eu costumava ter cerca de 14 ou 15 rascunhos em qualquer momento do ano porque toda vez que tinha uma ideia para post eu criava um rascunho novo para escrever depois, mas isso não estava me ajudando em nada, então eu simplesmente apaguei tudo no ano passado e agora normalmente fica um rascunho só salvo, que é o próximo post, para adiantar minha vida. Na verdade, meu post sobre true crime está meio escrito nos rascunhos há quase 11 meses então normalmente ficam dois rascunhos atualmente, oops. Muitas vezes também eu começo um rascunho, escrevo uma parte e deleto tudo para reescrever de uma vez só do começo porque flui melhor quando eu escrevo tudo de uma vez. Outra coisa é que atualmente o blog tem cerca de 5 mil visualizações por mês, mas eu não tenho como saber quantas dessas visualizações são reais por causa do "bug das views falsas" dos blogs do Google. "Ain, Giulia, mas pelo Google Analytics dá pra saber" Pois é, aí que reside o problema porque o Google Analytics tá registrando a menos e o Blogger tá registando a mais. 5 mil é a média. O "bug" basicamente é uma tentativa de outros sites da rede em redirecionar o tráfego para os sites deles. É extremamente irritante e me confunde constantemente e a única forma de fazer com que isso pare é produzir mais conteúdo para trazer tráfego real para o blog, o que circula de volta para as minhas ansiedades sobre não conseguir ser uma boa blogueira. É difícil, gente, muito difícil. Vocês podem ajudar mandando esse post ou outros que vocês gostem para as pessoas. Só uma sugestão.


E é isto. Isso foi... um post. Bem doido. Em breve tem mais, assim que eu conseguir escrever.
Até mais,
G.

P.S.: ASSISTAM ONE DAY AT A TIME NA NETFLIX E NÃO DEIXEM SER CANCELADA E AMEM LOVE ME LIKE YOU HATE ME PORQUE TEVE UMA LEVE QUEDA DE REPRODUÇÕES E OUVINTES MENSAIS E ODIEI.